domingo, 5 de novembro de 2017

Palavras ao vento...

Li em um comentário do facebook, (não me recordo de quem) que se dizia muito entristecida pelo roubo de vasos cerâmicos e cruzes do túmulo de seu pai no cemitério da sua pequena cidade. Logo abaixo, em outro comentário, houve a afirmação de que em qualquer campo-santo, por menor que seja, as campas estão sendo violadas e seus acessórios furtados. Que coisa mais feia e acintosa. O texto de hoje é sobre esse assunto.



PALAVRAS AO VENTO


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Muitas vezes me questiono como as coisas chegaram ao ponto em que estão. Revendo as provas de português do Enem 2016, li uma questão, cujo texto exaltava fatos inacreditáveis que aconteciam em épocas mais felizes, como: entregas de pão, leite e jornal na porta de residências sem que ninguém mexesse com eles. O autor da matéria do jornal, cujo nome não me recordo agora no momento, usava e abusava da expressão “Você pode não acreditar” com o intuito de sensibilizar o leitor para que colocasse sentido na formação moral do cidadão de outros tempos.
O que havia antes e que se perdeu hoje?
Muitos responsabilizarão a pobreza, a escassez de recursos, problemas sociais como os vilões responsáveis, porém, isto não é verdade.
Pobreza sempre existiu, talvez até de forma mais séria que a atual, entretanto, não havia um estado que fornecia ajuda como hoje em dia. As inúmeras bolsas tudo, os auxílios infinitos que não cabe aqui enumerar, uma vez que são do conhecimento de todos, são realidade. Em muitos casos, fazem com que se banalizem e não sejam valorizados. São fornecidos indistintamente, oneram os cofres públicos, e levam à destruição do espírito de luta para obtê-los.
Os que discordam, certamente não são da minha geração, onde havia pudor, vergonha e hombridade para recusar ajuda. Passava-se necessidade, contudo, nada se pedia, conseguia-se através de luta e trabalho.
Ao contrário, nessa geração, os produtos em grande parte ou são doados ou furtados. Nada se respeita: templos religiosos, cemitérios, hospitais, estabelecimentos públicos, hotéis, escolas, residências. Pessoas perdem a vida que já está banalizada por motivos supérfluos, insignificantes. Há como que uma insanidade que se instalou como doença crônica na mente de cidadãos, (se é que podem ser chamados assim) desprovidos de caráter e respeito ao próximo.
Uma das causas primeiras desta deterioração é a educação dispensada às crianças nos nossos dias: a destruição da família e a chamada da mulher ao mercado de trabalho foram responsáveis pela formação de um caráter duvidoso, frouxo e sem valores dignos, não há ensinamentos e atenção para as crianças, pobres seres relegados a um terceiro plano, lembrando que o caráter se forma até os sete anos de idade. Os estabelecimentos públicos, por sua vez, verdadeiros depósitos de infantes, fornecem apenas o básico, dado a superlotação, carência de funcionários de formação inapropriada. Podemos considerar que do Ensino Infantil ao Ensino Médio a situação é a mesma, a constante rotatividade de funcionários é outro fator negativo a esta educação.
O material didático oferecido já não se revela como bom orientador, não ajuda a formar valores necessários à vida, favorece apenas a uma política de conveniência e subserviência; são livros e livros caríssimos, cheios de textos e exercícios, todavia, vazios de conteúdo, do que realmente deveriam conter... É óbvio que todos são ofertados gratuitamente nas escolas públicas, servindo de material de destruição ou de abandono pelos alunos e até por professores que não veem utilidade naquele amontoado de páginas irrelevantes que nunca são terminados...
Muitas editoras já criticaram a antiga tendência das fábulas de outros tempos, onde havia lições de moral no final de cada uma delas, alertando para a ambição, a cobiça, a falta de amizade entre outros, alegando que o ser humano deve construir suas próprias conclusões... Mas como? Crianças abandonadas às ruas, aos faróis, às creches, terão essa possibilidade?
Outro grave problema diz respeito aos entretenimentos, a literatura, os filmes e a programação de TV oferecida atualmente: nada de bom apresenta, são programas pouco apropriados para idade, não há controle dos pais sobre essa matéria, pois não têm tempo para isso...
Literatura, um verdadeiro capitalismo cultural, de procedência na maioria de outras nações, temas fúteis, massivos e robotizados...
Filmes e jogos de videogames violentos, discordantes da cultura nacional, induzindo à valorização de produtos e costumes internacionais. As maiores estratégias de roubo e crimes estão estampadas nestes tipos de arte...
As religiões...Nunca houve tantas e por todos os lugares, entretanto, tornaram-se em grande parte meio de lucro através da arrecadação de dízimos ou de venda de produtos, deixando a segundo plano  a formação espiritual do ser humano.
E, poderia enumerar mais de mil razões que causaram esse câncer do maucaratismo, da falta de ética, desumanidade, insensibilidade e desamor...

Mas seria inútil, palavras ao vento...


domingo, 8 de outubro de 2017

Todos nós, caros leitores, temos nosso momento de passeios pela memória, assim como nosso querido escritor e poeta Paulo Bonfim, que sempre nos presenteia na rádio Cultura com um episódio de sua vida, revelando momentos únicos e maravilhosos de sua existência. E é na idade mais madura que esses passeios acontecem com mais frequência...






Somos o que vivemos




Lembro-me bem da minha pré-adolescência na pequena casa onde morávamos em Araçatuba, estado de São Paulo, à rua José Bonifácio, 913, Vila Mendonça. Foi a maior aquisição que meus pais fizeram, a compra da casa própria. Recordo-me também dos momentos felizes que ali passamos, os folguedos naquele quintal imenso, repleto de árvores frutíferas altas em que eu e meu irmão brincávamos simulando o mastro de um navio. Hoje, na idade madura, volto a passear por aquela cidade e, em frente à casa onde morei, peço desculpas ao atual morador pela foto tirada sem permissão. Registro que ela continua a mesma, na sua estrutura original, até mais bonita pela decoração de plantas do alpendre e pela cor das paredes, entretanto, o que foi feito do imenso pomar que ali existia não posso avaliar, acredito que não mais deva existir, porque daqui de fora, posso vislumbrar outras residências construídas aos fundos, o que me provoca imensa dor...
Na ocasião da metade de  minha infância e pré-adolescência, ali estive por bons anos. Infelizmente, não foram só alegrias, todos têm seus momentos de tristeza e infortúnio, assim, convivemos com doenças que persistiram até boa parte de nossas vidas... Só Deus pode compreender o que isso significa e além dele, quem já passou por esses pedaços que marcam nossa jornada. 
Lembro-me bem da escola primária que frequentava, a Monsenhor Victor Ribeiro Mazzei; a hora do lanche sempre prazerosa, em que recebia o sanduíche de bauru, quentinho, feito por minha mãe e muitas vezes, entregue pelas mãos de meu pai por cima do muro... As dificuldades financeiras que faziam com que meu pai, viajasse a semana toda, exercendo a profissão de vendedor para dar o sustento à família, assim como do sacrifício de minha mãe, costurando toda a nossa roupa para poupar o dinheiro que não sobrava para estes fins. Sempre à máquina no fazer de uniformes, graças a ela sempre impecáveis: o avental branco pregueado do curso primário, a saia de pregas azul-marinho, a blusa branca do então chamado curso ginasial, sempre muito alva e o cuidado que ela dispensava para que frequentássemos a escola sempre dentro dos padrões exigidos nesta questão. Por vezes, altas horas da noite, encontrava-a com os olhos cansados a bordar bolsos de uniformes com as iniciais da escola, barrados das blusas de educação física, cujo logo eram os arcos dos jogos Olímpicos, quando não confeccionava meus vestidos, casacos, blusas e calças compridas para que pudesse me manter uma pessoa apresentável perante os amigos; enfim, essa mulher valorosa, para mim inigualável, perdeu boa parte de sua idade ainda jovem para se dedicar à seus filhos e marido, muitas vezes esquecendo-se de si mesma, num gesto de altruísmo imensurável. Agradeço-a infinitamente, são coisas inesquecíveis que jamais poderão ser pagas por mais que se tente recompensar esse gesto... Existem pessoas assim, que não se ocupam em conversas inúteis, não desperdiçam seu precioso tempo em fofocas com colegas a cuidar da vida alheia, porém não abandonam sua família e a mantém sustentável perante a sociedade, não importando o tamanho do esforço a ser feito. Hoje vejo em seu rosto cansado e envelhecido, a satisfação pelo dever cumprido, formação dos filhos e o resultado de toda a dedicação.
Não me é compreensível como meus pais conseguiram manter, embora com uma série de privações, o meu estudo de piano, talvez pela adoração que eu demonstrava sem nunca ter tido a oportunidade de possuir esse instrumento, apenas na idade adulta. Como agradeço por isso! Esse era o meu maior sonho, o qual com dificuldade consegui realizar.
São tantos passeios pela memória que seus registros são praticamente impossíveis de serem expostos de uma só vez apenas.
Um fato que marcou e de que até hoje me lembro em especial, foi a mudança para essa nossa casa própria. Todos ocupados a carregar a mudança para o interior da residência enquanto nós, os filhos e os primos, nos encantávamos com todo aquele espaço e com a imensa mamoneira a alguns metros da porta da cozinha, na entrada do quintal que parecia nos convidar a explorá-la. De repente, lá estávamos todos nós, a despeito da proibição de nosso genitores, empoleirados nos galhos daquela árvore, galhos relativamente fracos, e, foi ali mesmo onde estava, que um deles se partiu e despenquei de cara no chão a uns quase três metros de altura.
Nunca me esquecerei da sensação que tive naquele momento, de morte, de mal-estar, o rosto e a cabeça dormentes como que acordando de um pesadelo. O braço doendo terrivelmente, pois caíra sobre ele.
Também não me olvidarei jamais da expressão do rosto de meu pai: lívido como um cadáver, correndo até mim, tomando-me nos braços, como sentindo me perder, levando-me para o interior da casa, onde começaram a me fazer mil perguntas a que atordoada ia respondendo, balbuciando entre choro e arrependimento de ter desobedecido as ordens de meus pais. 
Súbito, vi meu pai ir para o quintal e voltar com um punhado de erva-santa maria, também conhecida como mastruz, que socaram em um pilão com sal e me amarraram ao braço, sempre me questionando se melhorara. A última cena gravada em minha memória foi a de meu pai, com o machado nas mãos a decepar a grande e inocente mamoneira, com golpes até violentos pela sua compleição física, persistindo incansável até que ela não mais resistisse e tombasse ao chão. 
Entre lágrimas de tristeza e dor, iniciava-se mais um ciclo em minha vida...

domingo, 24 de setembro de 2017

E o dia da árvore que precedeu a chegada da primavera arrastou-se com luto  e pesar, apesar da beleza das flores...






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Não há como exprimir com precisão os sentimentos que tomam conta da nossa alma perante esse quadro maravilhoso que toma o lugar do cinza da cidade grande...
Foram apenas dois dias ausente do trabalho e essa lacuna foi o suficiente para a aparição exuberante da beleza vegetal, fosse  na cor rosa delicada estampada nas perfumadas flores dos ipês, ou no amarelo vibrante da cascata de acácias que espalham seu tapete colorido pela ruas e calçadas da cidade, os tons multicores das buganvílias que dão nome à estação em que estamos, ou ainda, as maravilhosas azaleias que colorem com classe os ambientes  que adornam...
À espécie humana não há motivos para congratulação , não podemos mais como outrora, comemorar um dia da árvore ou chegada da primavera com a consciência do dever cumprido, num momento em que nos deparamos com toda a sorte de agressão ao meio ambiente gratuitamente oferecida à natureza.
Na mais tenra idade, já podemos visualizar crianças que destroem vegetais que brotam dificilmente sem a proteção e o cuidado necessário que merecem. Adultos que não preservam nem ensinam a preservar, perdidos que estão atrás da coisa mais importante de suas vidas: o dinheiro. Adolescentes que destroem pelo simples prazer de destruir.
Os bons valores não mais se desenvolvem, vemos biomas inteiros morrerem aos poucos nas mãos inescrupulosas que através da serra ou do machado, cumprem sua missão de carrascas impiedosas impelidas pela ganância e lucro insanos. 20% da floresta Amazônica foram devastados, árvores majestosas, imponentes, centenárias, medicinais, frutíferas, cosméticas... Não são valorizadas as suas funções, os objetivos são sórdidos, não se analisam as consequências do estrago, ou a qualidade do  que é tombado.
A indignação toma conta do ser ao constatar que essa degradação contínua  não tem como acabar, toma conta,  quando se verifica a imensa quantidade de medicamentos que poderiam ter sido criados e não foi possível, gerando milhares de mortes; madeira de lei que não existe mais nos lares do nosso país, migrar ilegalmente para outras nações com a maior facilidade. 
Quando o ser humano deformou seu caráter a esse ponto, quando ocorreu esse acesso de mau-caratismo,  transformação de personalidade frouxa, defeituosa e descarada que não preserva nem mesmo a  própria vida? Quanta aniquilação e ruína a sua ação tem causado às espécies vegetais e animais cujas consequências  já o estão atingindo?
Não me é possível o entendimento dessas ações transgressoras seja pelo motivo que for. Já dizia Rosseau: " A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos". E como nos enganamos! Quando  essa ação nociva de antipreservação   se tornar consciente, será muito tarde, e o pior é que todos sofreremos, tanto culpados quanto  inocentes ; éticos e antiéticos, egoístas e altruístas, panteístas e inescrupulosos; todos estarão à mercê da vingança da natureza que já começa a delinear suas regras e plano de revanche de cuja ação não poderemos escapar jamais...
Ainda resta um tempo, mas ele não será aproveitado, infelizmente.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Estou perdendo a vontade de escrever neste espaço.  Antes, postava semanalmente e, às vezes, diariamente... Hoje, mensalmente e até bimestralmente, se os leitores deste blog observarem...Tudo isso porque é chato demais não poder se expressar livremente, sem ferir a ideologia construída diariamente e que o cidadão comum assimilou...Se não lhe agrada uma opinião diversa, fica até perigoso contradizê-lo; assim, fui escasseando os textos cuja voz foi  morrendo aos poucos na garganta...




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Por quê?

A notícia que invadiu os telejornais no dia de hoje, foi a respeito do motorista que atropelou e machucou vários skatistas no centro de São Paulo.
A primeira pergunta que vem à mente daquele que raciocina de forma amadurecida e coerente é: por que razão as ruas, cuja finalidade sempre foi a de trânsito de veículos e pessoas com objetivos diversos de: locomover-se para o trabalho, passeio, estudo, etc. têm se transformado em palco para inúmeras e cansativas manifestações que não têm mais fim. Por que razão passou-se a fornecer permissão para que turbas de variadas ideologias, agridam a saúde e bem-estar público, perturbem o trânsito já difícil do dia a dia  e o transforme no caos,  no verdadeiro inferno em vida. Esse fato tem perturbado psicologicamente o cidadão que trabalha, que pensa em sustentar sua família e lhe dar uma vida digna, bem como moradores nestas ruas e avenidas que precisam ter um saco de  paciência inesgotável para não enlouquecerem. Por vezes, durante estes tumultos que apenas geram confusão e até a morte, colocam em risco a vida de crianças e idosos, perdemos horas e horas de desespero dentro de um veículo que parece não chegar nunca a um lugar a salvo.
Atualmente, se as pessoas querem cultuar uma crença, têm que vir às ruas. Da mesma forma, se um time de futebol vence um campeonato, é lá que todos vão se digladiar e até se matar. Se há desejo de manifestar diferenças quanto à sexualidade, alegrias carnavalescas, ideologia política, insatisfação por baixos salários, condições econômicas e mil outras situações é a via pública o palco de atuação, de depredação e agressão à sociedade comercial.
É óbvio, pelo que já se conhece da opinião pública, que o que falo fere totalmente a liberdade de expressão, a vontade de contradizer, o direito de ir e vir e fazer o que se quer. Afinal, muitos dirão: "estamos em uma democracia, queremos liberdade".
Porém isto não é liberdade e sim, libertinagem. Felicidade de poucos e insatisfação de uma grande maioria.
Já pararam para pensar que um evento como o de hoje e que gerou o acidente dos skatistas, não havia necessidade alguma de acontecer? Verificaram a primeira versão divulgada pela mídia, omitindo o fato de que o pobre motorista, o qual não transgrediu lei alguma, uma vez que os violadores do horário estipulado foram aqueles que pretendiam se passar de vítimas? Alguém divulgou em primeira mão o fato da agressão ao carro do motorista, que gerou o pânico e fez com que ele tentasse fugir desenfreadamente temendo um provável linchamento, o que  certamente ocorreria se ele tivesse permanecido no local?
Skatistas, grupos teleguiados por sindicalistas e/ou políticos, religiosos,  manifestantes de uma maneira geral, estão deixando de estudar, trabalhar durante horas preciosas que poderiam usar de maneira muito mais aproveitável para o bem comum do que gerar confusão, lixo e agressão ao meio ambiente...
"Ruas, ganhem as ruas!" É o grito de comando... Ninguém é capaz de raciocinar nestes dias horríveis em que estamos vivendo,  que os gritos, palavras e agressões que ocorrem nas ruas voam ao vento e, na verdade, afastam o manifestante dos lugares específicos onde deveria estar expondo pareceres importantes, cobrando atitudes e posturas? 
Por que uma cidade imensa como São Paulo, privilegiada com parques de grande dimensão não utiliza esses espaços para estes fins? Há que acontecerem nas avenidas principais de uma metrópole, para travar todo o trânsito e gerar problemas onde até a polícia tem que deixar seus principais afazeres para dar apoio? Tenha santa paciência! Isso só cabe na cabeça daqueles que gostam de vandalismo, desorganização, baderna mesmo...
Muitos destes esportistas, frequentam escola de forma precária, mais faltam do  que estudam , vivem nas ruas o tempo integral em plena pré-adolescência, aprendendo muito cedo aquilo que não lhes era necessário... Do mesmo modo, há transgressões quanto à poluição sonora, da terra e do ar quando bombas de gás lacrimogênio, de efeito moral e outros, têm que ser arremessadas para conter os que perdem a razão, o controle sobre seus atos.
Não é assim que mudaremos esse país, enganam-se aqueles que pensam que com desordem conseguiremos maiores salários, respeito de governantes, apoio às necessidades de todos, mas sim com se-ri-e-da-de, trabalho de qualidade, esforço conjunto, cooperação e sobretudo: respeito ao próximo, para termos moral para cobrar alguma coisa através de diálogos coerentes, onde fique transparente o poder, a força do nosso trabalho e não contradizendo a tudo que não nos agrada, arbitrariamente! É preciso pensar no bem-comum, mesmo que não nos satisfaça, isso sim, é a verdadeira democracia!
Que o fato que aconteceu no dia de hoje possa servir de exemplo no futuro: manifeste-se a euforia esportista e outras, em parques públicos; expressões de crença e fé nos templos religiosos, os de contrariedade política em reuniões agendadas em câmaras de vereadores e deputados e deixemos as ruas para a finalidade única para a qual foi criada, e teremos a paz tão sonhada e cultuada!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Boa-tarde, leitor. Depois de uma longa data, distante deste cantinho de discussão e desabafo, volto hoje com um tema que vem incomodando muita gente que sabe das coisas...Aí vai:




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Assistir TV, um programa de atrofia cerebral!


Os programas de televisão oferecem ao espectador inteligente, quase sempre, um extenso campo de críticas, principalmente, se tentam forçar alguma ideologia. Muitos canais de TV aberta, bastante populares e massificadores, realizam este trabalho sórdido ao longo de toda uma vida, negociando a alma com o “diabo”, o que lhes rende milhões de dólares sujos, mas que lhes permite acumular um tesouro de bens materiais até o resto das vidas de todas as gerações de suas famílias, que, por sinal, continuam no poder, articulando-se politicamente e conservando seus lugares de destaque, à semelhança da antiga monarquia, cuja coroa passa de pai para filho... E, assim, a vida segue seu curso.
Um horário de TV é caríssimo e, como tal, deveria apresentar a excelência de programação em utilidade pública e educação que é o setor de que a sociedade mais tem carência... Entretanto, o que conseguimos assistir é o ridículo, o óbvio, a repetição de temas irrelevantes como racismo, discriminação, obesidade, pobreza, invasão de privacidade e a famigerada violência, ao lado da corrupção que continuamente é o tema principal... Ah já ia me esquecendo! A vida irrelevante de celebridades e os horríveis reality shows!
Não é preciso ser muito inteligente para chegar à conclusão de que partidos políticos poderosos, internacionais manipulam toda a rede, mantendo os telespectadores presos, indignados, temerosos, à beira de uma doença de Alzheimer, causada pela repetição contínua e cansativa de uma infinidade de telejornais que rezam a mesma ladainha desde que o dia amanhece até o seu final.
A ausência de cursos e programas culturais e educativos de valor é inexplicável num país aonde a Educação vai de mal a pior nas escolas e na mídia de comunicação.
Mídia, obrigatoriamente, jamais poderia ser manipulada politicamente, isso é uma lástima; os próprios jornais assim procedem; não se publicam determinadas matérias que agridam os “donos” daquele determinado jornal ou revista.
Falando claramente e especificamente, há programas sobre sexo que enojam e provocam, até mesmo, um desejo de assexualidade, tal é o nível de indução que querem obter de seus “escravos”.
Literalmente, utilizando de celebridades para realizá-lo, descem o nível do abjeto, do nojento, do sexo sem classe alguma, invadindo privacidades de quem não tem o mínimo de ética e estética, porque o sexo é algo que deve ser sublime e não vulgar, pelo contrário, eles estampam o ser humano como um verdadeiro animal a satisfazer seus instintos bestiais como o mais desclassificado vivente do planeta...
E todos reverenciam, aplaudem, riem de toda aquela balela dirigida a um público que, de muito, nem sabe mais o que ser: se homem, se mulher, se devasso, se imbecil; multiplicadores de uma chusma de mediocridades e desamor inigualáveis.
Não! É preciso reagir, “não se pode sentar”, como já dizia o velho Raul, “no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes” ovacionando um bando de asneiras e idiotices e se sentindo a mais antenada das criaturas! Tenha a santa paciência!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Amigos leitores, o texto hoje é polêmico, mas brota do fundo do coração de alguém que se sente lesado em seus direitos de escolha...Dizem que vivemos um momento democrático, de liberdade, será?


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Diga não à elite...







A liberdade de escolha, e expressão   é algo que realmente não podemos ter, infelizmente nos dias atuais. Constrói-se toda uma gama de indícios com o intuito de nos fazer acreditar no contrário, porém, aquele que raciocina, que forma seus próprios conceitos, independentemente da mídia massiva e formadora de opinião pública, sabe que realmente vivemos uma ditadura que nunca termina: é a imposição da arte que o cidadão deve escolher, de preferência arte popular, é claro, qualquer outro tipo  é considerada de elite, discriminatória e até, por que não dizer, muitas vezes nazista... Desta forma, tocar um instrumento como o piano, apreciar obras de arte ou literatura clássicas, apreciar uma ópera ou uma apresentação de balé clássico é sinônimo de cultuar elite, menosprezar estéticas da classe popular, e isso é um crime, afinal de contas, os programas massivos de TV só elegem como verdadeiras, o grafite, a dança de rua, etc. e ai daquele que for contra isso.
Temos o caso recente da limpeza dos grafites das ruas da cidade de São Paulo: todos se revoltam contra a prefeitura, entretanto, há algum tipo de arte clássica nos locais públicos? Alguém já se perguntou isso? Por acaso, não há mais artistas eruditos? 
Eles devem estar em algum lugar; ou morrendo de fome, ou mudaram-se deste país como forma de poder sobreviver através de sua arte...
Assim, se quisermos ouvir a apresentação de uma orquestra sinfônica, ou outro tipo de arte clássica pagaremos "o olho da cara" e, por incrível que pareça, a opinião popular já foi conduzida  para a cultura do não entendimento e aceitação destas apresentações.
Lembro-me que lecionava nos anos de 2001 e 2002 para alunos do Ensino Médio, 1ª série, numa escola pública no centro da cidade de São Paulo, e adicionei ao Ensino de Literatura da Era Medieval  e Clássica as respectivas composições orquestrais do período. Imediatamente, quando coloquei o som do Canto Gregoriano, os alunos questionaram quem havia morrido... Isso me causou e causa muita tristeza, e foi um trabalho árduo da minha profissão tão mal remunerada quase sempre, mostrar o que é arte erudita... 
Pois hoje, a situação está mil vezes pior. Vejo colegas, educadores que não veem com  bons olhos o desenvolvimento destes projetos tão profundos, tão lapidadores da alma humana que trazem ao ser, fineza e cultura!As próprias diretorias e secretarias de educação do país, valorizam apenas  ritmos populares como funk e rap, colocando em um verdadeiro altar os mestres que trabalham este tipo de arte, que nem são atividades nacionais! 
Muitos professores que não conseguem separar suas ideologias políticas da sala de aula e as cultuam com fanatismo, como se fosse uma religião, tem um olhar de desprezo para com aqueles que cultuam a arte clássica e permitem a seus discípulos que a conheçam, sob o pretexto de apologia à elite. Mas que disparate! O que realmente tem valor deve ser valorizado, a despeito de qualquer politicalha popularista!
Certamente, este seria o caminho para um país de primeiro mundo, uma cultura erudita, elaborada à luz da dedicação e do estudo infinito nas áreas dos diversos tipos de arte, o desenvolvimento real da intelectualidade do homem, tão temida pelos homens públicos.
Não que a arte popular não mereça crédito, não é esse o caminho, no entanto, não é possível substituir algo valoroso construído através da intelectualidade, por algo feito às pressas com o mero intuito de ganhar dinheiro e de agregar benefícios políticos, privando o cidadão de seus direitos de conhecer o belo, o estético...
Diferentemente de muitos países europeus, assim se procede no Brasil, infelizmente, é a crua realidade: nossas composições musicais não agregam mais valor artístico, por vezes, as letras resumem-se a onomatopeias como ti-ti-ti, le-le-le e outras, monossilábicas, quase sempre utilizando um vocabulário chulo, que empobrece ainda mais o vernáculo a que o brasileiro tem acesso.
As danças apenas evocam o lado animal das pessoas, incitando a libido em comandos repetitivos que induzem à malícia já na mais tenra idade...Onde estão as composições onde o amor era poesia e beleza?
Do mesmo modo, as peças teatrais mostram cenas obscenas, o único meio de obter bilheteria, algumas intituladas Danças do...(são impraticáveis até de se pronunciar o nome) vistas com admiração e aprovação de apresentadores de TV que mostram uma aversão por qualquer tipo de censura...Porém, por Deus! Não é censura, é bom-senso mesmo!
Pessoas que criticam esse sistema imbecil que se instalou hoje entre artistas e populacho são tachados de retrógrados, velhos (com o emprego pejorativo do termo, enquanto que em países civilizados, ser idoso é sinônimo de experiência e vivência) e ultrapassados.
Vivemos a ditadura do desrespeito a nossas vontades, até das palavras que usamos como expressão, e, muitas vezes, até sem maldade, podemos ser indiciados e presos, dependendo do que falamos...Não podemos também ter ideologia política diversa da maioria da população e, se o fizermos, corremos sérios riscos de ridicularização em público...
Oras, mas que raio de democracia é esta que fere os direitos de uma parcela da sociedade que aprecia o que é bom de verdade? Sinceramente, vivemos um momento avesso a tudo que envolva estudo e intelectualidade e há que se lutar a duras penas para resgatar esses valores que já correm o risco de desaparecer num futuro obscuro e fatalmente próximo...