terça-feira, 26 de março de 2013



 Como se encontra a educação em nossas escolas estaduais? Você tem uma ideia?Todos os jovens pais mais esclarecidos com quem encontramos, garantem que trabalharão até a extinção de suas forças, mas jamais colocarão seus filhos em uma escola pública...










É uma pena, porém é lastimável o estado em que se encontram nossas escolas atualmente, numa situação que foge totalmente do controle dos professores e de toda a equipe escolar, diga-se de passagem. Diria que o caos se instalou em todas as unidades de ensino estaduais com raríssimas exceções. E não adianta encontrar um bode expiatório como educadores, diretores, e outros envolvidos para tentar responsabilizar, a culpa não é de nenhum deles.
Para quem já estudou em tempos áureos ou mesmo para aqueles que como eu ainda cursaram essas escolas em outras décadas é sabido que realmente, apesar das mudanças que já se delineavam, essas instituições com toda a seriedade e respeito que tinham perante os cidadãos, alcançavam o seu objetivo de formar pessoas conscientes, com capacidade suficiente para se promover em concursos públicos sem muito sacrifício e sobretudo prepará-los para viver e conviver sadiamente em grupo. Nessa época, ninguém em sã consciência que pretendesse uma boa formação intelectual ou ético-moral manifestava desejo de estudar em uma escola particular pelo motivo de que estas apresentavam um nível de ensino de qualidade inferior (por incrível que pareça) acolhiam alunos desinteressados do ensino público que eram jubilados (repetentes por três anos consecutivos) e os expulsos por indisciplina e vandalismo. Quando alguém perguntava sobre a qualidade de ensino a resposta era infalível: quem quer estudar, matricula-se em uma escola pública.
Que reviravolta aconteceu com a Educação até os nossos dias! Posso falar com certeza, pois sempre trabalhei nessa área; foi uma sucessão de leis inapropriadas, importadas, inadequadas para a nossa sociedade, em moldes de países de primeiro mundo que caíram em nossas escolas e não se ajustaram como deviam, dir-se-ia que o molde era maior do que o manequim que o usaria. Filosofias utópicas, forjadas em gabinetes fechados, que nem de longe seriam práticas para a situação real, apenas teorias, teorias e leis impostas de cima para baixo que nunca ouviram aqueles que realmente poderiam elaborá-las, aplicá-las e conseguir um bom resultado. Aos pobres educadores só restava acatar esse monte de teoria inútil e tentar aplicá-la em seus planos de ensino e em sala de aula sem nada conseguir de concreto que justificasse esse uso...
A primeira das leis impactantes que caiu como uma bomba sobre os educadores foi a 4692 (se não me falha a memória, mas essa marcou). Esta retirava toda a centralização do sistema educacional no educador e tornava o aluno o centro de todas as ações e intenções) e além do mais, retirava parte da autoridade do mestre ao repreender o educando ou chamar-lhe a atenção  com mais seriedade. Com essa decisão, começava a se delinear o fracasso da instituição como educadora, porque àquele educando carente de maior rigor para que assumisse os estudos ela foi delegando poderes que com o passar do tempo permitiu-lhe a ação de agir a seu bel-prazer e, sobretudo a atrapalhar todo o processo de ensino. Como as escolas trabalham com adolescentes cuja irreverência é a principal característica de comportamento, com esta medida, a educação foi se desmoronando dia a dia embasada em leis que provocaram uma demolição total no sistema até que a despeito de toda a promessa da democracia de melhorar todos os setores da sociedade, se chegou à incrível LDB em 2011, acabando de vez com o pouco de lucidez que ainda havia , instituindo a reprovação apenas por ciclos, medidas totalmente econômicas que em vigor até hoje, trazem em seu cerne decisões totalmente injustas, parciais e revoltantes para todos da equipe docente e discente; até hoje nenhum aluno pode concordar que seja equalizado a alguém que sequer traçou uma linha no caderno ou tenha apresentado uma única lição e que seja premiado com uma promoção injusta, insultando a todos aqueles que se dedicaram e incentivando para que também nada façam através do raciocínio e dedução lógica, para quê o esforço, se o prêmio é obtido com facilidade?
Vemos hoje um bando de jovens desrespeitadores, que precocemente não acatam leis, regimentos internos,   hierarquia ou aos mais velhos, depredadores do bem comum, violadores da posse do seu par, pois a todo o momento subtraem com a maior naturalidade bens de consumo de seus colegas de classe, revelando uma frieza e hipocrisia a toda prova; elementos totalmente nocivos que já se preparam para a marginalidade na vida adulta. E, com que tristeza nós, educadores, verificamos jovens em final de curso que sequer podem escrever ou ler corretamente... Nem quiçá saber portar-se dignamente perante qualquer evento social...
Toda a sorte de profissionais é necessária hoje dentro das escolas sem nada resolver: coordenadores, inspetores, professores mediadores que, por Deus, por pouco não sofrem um enfarto do miocárdio perante tanta falta de respeito e educação de berço, essa é um caso à parte, pois a desestruturação familiar, a maternidade em tenra idade e a falta de planejamento familiar não a possibilitam. Vemos dessa forma, enfermeiros enlouquecidos tentando socorrer alunos violentados pelos colegas em sala de aula e todo o tipo de mazela que não caberia nessa página, tal o tamanho das ocorrências. Sem contar os casos onde as drogas proliferam sem que nada se possa fazer, o medo tomou conta de todos os que têm sua vida pessoal e de sua família a preservar. Com sinceridade, tudo ocorre na escola menos a aprendizagem e o estudo que acontecem esporadicamente como um milagre apresentado por alguns.
E onde estão nossos especialistas da Educação que dormem sobre as utopias de um Xangri-Lá distante e teorias sem sentido?
Enquanto isso a marginalidade cresce, a violência aumenta e obriga o cidadão de bem a se fechar entre muros e grades. Até quando???

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