quinta-feira, 1 de maio de 2014


Boa-noite, amigos blogueiros. Num momento em que ouvimos a altos brados manifestações antirraciais e verificamos que o preconceito, o ódio entre as classes de uma sociedade aumentam perigosamente, é o momento de posicionar-se a respeito...



CUIDADO COM O ESTOPIM



O significado conotativo aplicado a palavras comuns, ultimamente, é capaz de levar à prisão por um simples gesto ou menção a esses vocábulos; a fruta tropical tão inocente, a preferida dos símios, cujo nome mais popular também pode ocasionar enclausuramento inafiançável para o pobre cidadão que a utilizar sem o devido cuidado, está causando medo a todos que convivem em uma dita “democracia” neste país e por que não dizer no mundo?
Temos a nítida impressão de que não temos mais liberdade de oferecer determinadas frutas, a todos, indiscriminadamente, sob o risco de respondermos a processos por discriminação racial.
Bananas lançadas em campos de futebol são usadas como símbolo de estopim da bomba preconceito que temos que engolir goela abaixo, humilhados e ajoelhados a um sistema que amordaça, silencia e invade a privacidade, além de ameaçar o direito de pensar e discernir do cidadão comum, direcionando-o a um comportamento padrão, um nazifacismo às avessas.
Nunca houve tanto preconceito como ocorre atualmente e para isso, há uma constante instigação entre os grupos em que a sociedade foi dividida, e essa provocação diária alimenta o ódio crescente que toma lugar e reparte os cidadãos quando mais do que nunca deveriam estar unidos.
Cuidado: existem termos que não podem mais ser usados salvo em raríssimas ocasiões; dependendo da situação não se pode mais dizer “nego”, “a coisa tá preta”, “é dia de branco”,assim como macaco, primata e tantos outros similares que podemos estar discriminando afrodescendentes e negros, mesmo que a intenção não tenha sido esta. Que coisa mais ridícula! Um simples termo, um dizer em linguagem oral, o nome de um mero animal não pode mais ser usado livremente. Realmente, o grande preconceito é com o pobre ser, macaco, a pior e mais execrável das criaturas! Os regionalismos, expressões simples de alguns vocabulários locais, ditos sem maldade ou segunda intenção alguma, sequer podem ser mencionados, de modo que devemos usar uma trava em nossa língua, ou melhor, em nosso cérebro, policiando-nos a cada momento, condicionando nossa linguagem ao modelo que nos é imposto diariamente, sem liberdade alguma, cerceados por força de leis e estatutos cujo objetivo nem de longe se aproxima a fazer justiça e sim, impor, ditar comportamentos numa ditadura feroz que em tempo algum foi tão violenta e silenciadora.
Porém, qualquer palavra ou expressão ostensiva do tipo: loira burra, branquelo, alemão batata ou azedo, cano enferrujado, são compreensivelmente tolerados numa permissividade vergonhosa e totalmente injusta geradora de revolta e tensão. Qual a razão dessa parcialidade de atitudes, por que o uso de dois pesos e duas medidas, numa situação idêntica onde não há ethos na tomada de decisões dos legisladores onde a coerência de há muito deixou de existir?
Fala-se muito em um resgate, uma compensação do branco ao homem negro pelo período em que o manteve em escravidão, entretanto, foram outros tempos, já esquecidos onde os escravizadores nem brasileiros eram, hoje, corre nas veias de todo o povo dessa nação, com raríssimas exceções, o sangue africano, fato que não justifica a existência do preconceito que os estatutos teimam em querer impor como verdade quando a realidade é outra, principalmente aqui no Brasil, onde a maioria dos habitantes é afrodescendente.
Tal comiseração semelhante àquela imposta aos semitas ao longo dos anos que se perpetua e mantém acesa a chama do povo injustiçado, martirizado parece que já está cansando grande parcela da população mundial, aliás, todos os povos, independentemente de sua nacionalidade ou credo, sofreram algum tipo de agressão ao longo da existência humana e nem por isso vão viver se lamuriando pelo resto da vida.
Uma luta em prol da coerência e maior liberdade de pensamento deve ser urgentemente levantada sob a pena de a cada dia estarmos mais subjugados a um poder que escraviza mais do que aquele exercido pela monarquia, ditadura ou comunismo, todos juntos. É tempo de exigirmos igualdade de direitos, coerência e imparcialidade nas legislações e estatutos,e, sobretudo o fim da manipulação de políticas populistas, que não trata com igualdade todos os membros de uma sociedade.