quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


O ano está já no seu final.Pouco é o espaço que nos separa de outra época e de novos acontecimentos. Não se esqueçam, entretanto da experiência vivida...










   MAIS UM NATAL PASSARÁ...



Mais um ano que se  vai....Não sei, mas esses términos de ano dão-me uma sensação triste de perda.Se pudesse associá-los a uma pintura seria a surrealista de Dali, “ A persistência da memória” sobre o tempo que se esvai presente em todos os objetos e acontecimentos ao meu redor. Realmente a frase tempus fugit para mim é a que melhor ilustra este período. Não sei se a proximidade do final do ano provoca em outras pessoas essa mesma sensação: uma vontade de reter comigo todos os momentos vividos; os sorrisos, lágrimas e alegrias sem deixar que se vão, não permitindo que escapem e não voltem jamais...Porque são únicos, presos a episódios que não se repetirão. 
Numa observação constante das pessoas que me rodeiam, sinto-as apressadas, ansiosas para livrarem-se de seus afazeres com a finalidade de entrarem no clima natalino, esquecendo-se de que estamos virando mais uma página importante da nossa existência a qual muitos negligenciaram,  trataram com descaso, usando palavras ásperas, vulgares na sua composição. A agitação pelo consumismo exagerado e a ida às compras são o motivo principal de tanto descaso para com o ano que agoniza. Ninguém se lembrou de analisar sua conduta, ponderar  se realmente ela foi válida como experiência para que os erros não se repitam no próximo ano. Vejo pelo caminho de volta para casa pessoas se despedindo superficialmente das outras, até trocando presentes de amigo secreto numa pressa incontrolável deixando escapar preciosos e únicos instantes cujos personagens poderão não estar presentes dali a segundos.
O final do ano leva com ele o término de muita coisa, de amizades que se desabrocharam muitas das quais murcharão e não voltaram a nascer novamente, de projetos de vida e de trabalho tão sonhados e sofridos em expectativas que agora nada mais são do que poeira ao vento, de relacionamentos  levando sonhos e planos para o nada e para tantos outros o fim de vidas de entes queridos que ao partir levaram um pouco daqueles que tanto os amaram.
O término de um ciclo, é isto o final do ano, trabalhos que culminam, e saudades muitas saudades... E enquanto todos riem e bebem e comemoram, eu me entristeço, sempre.
Quantos discursos, juramentos proferidos nessas épocas que me ressoam através do tempo sempre povoados da névoa da tristeza pela consciência de que estou passando junto com os momentos preciosos onde  mais uma etapa  se vai.
Sinto pelo que não foi realizado: abraços não trocados, palavras mais eficientes ou carinhosas que deixaram de sair da minha boca no momento exato, da ajuda não oferecida na oportunidade que se foi, do sentimento não revelado pela timidez ou carência de tempo, do carinho não oferecido na hora certa em detrimento do trabalho, do agradecimento sincero que não se verbalizou a quem merecia... Infelizmente somos seres humanos! E quantos erros cometemos! Prometemos a nós mesmos que no ano vindouro será diferente e tudo mudará, porém os mesmos erros ocorrerão ocasionados pela maldita pressa. Por tudo isso, é que talvez queira prender o tempo não deixando que ele escape.
As festas natalinas se aproximam, muitos desejos, encontros e confraternização vão acontecer, mas certamente nunca haverá de nossa parte  a real importância que devemos dar aos momentos vividos...