terça-feira, 8 de julho de 2014

ROUPA SUJA SE LAVA EM CASA


O brasileiro tem que aprender a respeitar mais. A amar mais seu país e tudo o que ele envolve. Quando abrimos nossa casa para uma festa, precisamos ter ética e lembrar sempre do velho ditado acima.  Que desastre seria, se ao receber visitas, começássemos a maldizer nossos filhos, maridos e familiares, e olha que existem, não digo centenas, mas milhares de pessoas que agem dessa maneira, cuspindo no prato que comem, não demonstrando afeto algum por aqueles com quem convivem toda uma vida, pessoas do seu próprio sangue ou com quem têm laços profundos.
A Copa do Mundo nada mais é do que uma grande festa onde recebemos milhões de convidados que se reúnem em campos de futebol e autoridades presentes do nosso país devem ser respeitadas naquele momento por uma questão simplesmente de educação e cidadania; não é vaiando, humilhando que resolveremos o problema da nação, pelo contrário, demonstraremos atitudes impolidas, antiéticas e grosseiras revelando às nossas visitas que somos um povo desrespeitador das hierarquias, anticidadãos, sem civilidade alguma a oferecer. As vaias dirigidas à autoridade máxima do país soaram ridículas para quem as proferiu e, diga-se de passagem, aviltantes colocando a presidente em posição vexatória perante seus familiares e outras autoridades presentes.
Do mesmo modo, atitudes contrárias à realização do maior evento de futebol no Brasil ocorridas durante o desenrolar das atividades preparatórias, deveriam ser tomadas muito antes; não comparecendo a estádios de campeonatos nacionais ou outros eventos menores que ocorreram durante o ano, por exemplo, e  não depois de contratos assinados, quebrando e depredando o que já foi feito com dinheiro do próprio povo, isso pelo menos é uma grande burrice...
Entre todas as nações que aqui se apresentaram, não verificamos nenhuma atitude desse tipo aqui realizada, contrariamente, houve o respeito, o civismo e o amor à pátria, coisa que há muito tempo se perdeu no país, e, cantar o hino à capela, não significa nada nesse sentido, soa mais como insurreição contra o próprio país quando um símbolo nacional é interpretado com ódio e desobediência a regras. Será que os brasileiros acreditam que não haja corrupção e má administração nas outras nações?
Problemas existem no mundo todo e só podem ser vencidos através de trabalho consciente e exercício da cidadania, não por vandalismo.
O comportamento irreverente do brasileiro da classe média alta, pois, com raríssimas exceções, só esse grupo teve acesso aos estádios dado o alto preço dos ingressos, manifestou-se também no sentido da falta de esportividade e compreensão da falha humana, quando num momento difícil de decisão, ao invés de apoiar, vaiou seus próprios compatriotas, abandonando o recinto ou aplaudindo o adversário demonstrando que não sabe perder com dignidade e respeito...
Por acaso não é humano errar? Muitas críticas e maledicências da mídia ocorreram na Copa anterior expondo comentários cruéis do então técnico da seleção, inclusive ridicularizando sua indumentária e atitudes pessoais, além de mordazes censuras a sua atuação profissional dando provas de incompreensão e de falta de consideração.
Ninguém em sã consciência realiza um trabalho para fracassar, as intenções são sempre as melhores, se o preparo e a capacitação profissional deixam a desejar, antes de tudo, é preciso ajudar, procurar participar e cobrar seus direitos de agir enquanto é tempo, depois que o leite derramou não há como evitar o problema.
Possuíamos o melhor técnico, os melhores jogadores endeusados vinte quatro horas do dia pela mesma mídia que hoje crucifica a todos e os transformam nas piores criaturas da face da Terra, lembrando os versos de Augusto dos Anjos: "a mão que afaga é a mesma que apedreja".
Jornais de todo o planeta, com exceção ao da Alemanha que demonstrou um senso de ética a toda prova nem sequer mencionando a derrota brasileira, divulgaram manchetes referindo-se à humilhação, vexame que acabaram por fazer desmoronar todo o mérito profissional da categoria futebolística do nosso país, já com tão baixa estima lá fora onde as referências principais são a miséria, a violência e a falta de cultura. O que nos resta mais como cidadãos do Brasil? Que quem não ama e respeita procure outro lugar melhor para viver e fique feliz!!!