sábado, 15 de dezembro de 2018





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Mais um Natal...



Compenetrada no árduo trabalho de ensinar, que nada mais é do que espalhar sementes do bem e preparar pessoas para a vida, surpreendo-me novamente com a chegada desta data festiva, porém apimentada de leve tristeza; a decoração, o motivo do evento, as músicas, a realidade nua e crua transparecendo  por entre as cortinas do sonho são temas que nos trazem  um certo desconforto: condições econômicas desfavoráveis de muitas pessoas, perda de entes queridos, falta de saúde que a muitos aflige são os motivos desse incômodo.
Mais um ano que chega ao seu final, mais um sinal de que o tempo está passando e com ele, como num carrossel que gira rápido e sem parar, lá vamos nós, pendurados, segurando firme para não nos perdermos...
Não nos cansamos de renovar esperanças mesmo que sejam em vão, continuando remando, às vezes contra a maré, num esforço hercúleo para produzir mudanças...
Cada um carrega consigo sua cruz, umas mais leves outras muito pesadas. Podemos e devemos ajudar a conduzir essa carga com mais facilidade e alegria. Há sempre um tempo de olhar a nossa volta e perceber o que devemos fazer para colaborar...
Aproxima-se para as crianças, um período de encantamento e expectativa... Muitas delas não terão esse privilégio, infelizmente.
Comemoremos o Natal em sua forma mais significativa: com amizade e amor. Deixemos de lado as mesquinhezas, pequenices e maldades. Vamos, pelo menos uma vez, nos entregar aos bons sentimentos e fazer deste dia, o melhor do ano.
A vida passa num átimo, num abrir e fechar de olhos, vamos valorizar os momentos de convivência com aqueles que nos são caros, não maculando o momento, com maledicências, observações ou insinuações, deixando a alma limpa como de uma criança.
Não vou aqui deixar frases prontas e rotineiras desta data, entretanto, mentalizo para cada um dos lares um ambiente agradável, onde não falte o que comer e beber e pelo menos uma lembrancinha que faça uma criança, um idoso ou um doente sorrir.
Feliz Natal!

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Respeito é a base da convivência entre os homens

O que me instigou a escrever este texto foi um comentário de meu marido assistindo uma matéria na TV a respeito das condições de um dos maiores cemitérios de São Paulo: o da Vila Formosa...






O Cemitério da Vila Formosa, um dos maiores da América Latina, está literalmente entregue às traças, baratas, ratos e outros animais peçonhentos: os racionais, que violam, dilapidam o direito do descanso eterno daqueles que se foram, mas que quando vivos, deram sua contribuição para a sociedade, trabalhando e construindo o país...
Um canal de TV mostrou imagens de túmulos totalmente encobertos pela vegetação, semidestruídos, ossários em condições horríveis de depredação... 
O comentário feito que gerou este texto foi: "Que ignorância! deviam acabar com todos esses locais e aumentar crematórios, dado ao grande volume de mortos das cidades grandes! Mortos se tornam lixo e lixo, deve desaparecer... Quem acreditaria que nessas tumbas ainda há alguma coisa?
Ante essa reflexão, assaz materialista, começo a divagar e filosofar. Acrescento que adoro fantasia, sonho e não posso concordar com isso, apesar de partir de alguém a quem amo e respeito durante tantos anos...
Como deve ser doloroso, triste e até cruel  pensar assim... Entretanto esse parecer de que tudo se acaba com a morte, vem ganhando lugar de destaque entre os humanos que procuram ser felizes a qualquer preço enquanto vivos.
Acredito que cada ser é formado a partir da construção de sua personalidade e caráter, que se inicia  cuidadosamente na infância, a partir da mais tenra idade. Venho de um lar onde a figura paterna sempre cultuou e valorizou o espiritual em detrimento do material, onde cada finados era venerado como um ritual: a escolha das músicas (no caso apenas eruditas e orquestrais), visita obrigatória ao campo santo, como era conhecido o cemitério em outros tempos ditosos; visita aos túmulos familiares,  reverenciando a memória dos ancestrais, bem como dos amigos já desencarnados e, principalmente, ao cruzeiro: local onde se rezava e relembrava todos os espíritos que ali foram sepultados após a morte.
Esse rito repetido em toda a minha infância e adolescência não conseguiu ser apagado da minha conduta: considero sempre e me entristeço  ante a partida final de quem quer que seja. Aquele local de sepultamento é o capítulo final de um história de vida, contém toda trajetória,  suas lutas, ideais, trabalho realizado, apresenta um nome a ser zelado, um ser que passa para o etéreo desconhecido e misterioso representado pela materialidade de uma foto e a descrição através de um epitáfio ...  
E o crematório, cujo procedimento vem ganhando espaço nos nossos dias, ocasionado pela própria necessidade, escassez financeira e falta de espaço, além da total falta de sentimentos e sensibilidade, me parece algo que apaga qualquer traço espiritual que ainda possa permanecer daquele extinto, levando para longe sua memória, eliminando um lugar particular onde possa ser lembrado ou sequer registrado na história...
É com uma emoção indescritível que digo isso: a memória de meu pai, apesar de quase vinte anos de separação, permanece intacta e minha visita, principalmente no dia de Finados, é obrigatória. Um laço espiritual nos une, o tempo não conseguiu apagar toda aquela preocupação que ele teve em me educar nesse aspecto. Por essa razão, hoje, neste momento, me preparo como sempre nessa época, a uma visita respeitosa pela sua memória; sei que ali no local não há mais nada de material da sua humilde e delicada pessoa, porém ao chegar ali, no pequeno cemitério de Arujá onde seu corpo descansa, e as árvores balançam seus galhos à mercê do vento, é um lugar de reflexão, de respeito ao seu ser. Ali, de joelhos,  faço minha oração pedindo a Deus que o conserve em sua glória perpétua, leio trechos da Bíblia a qual ele tanto lia em seus últimos e sofridos anos... Faço orações pessoais improvisadas e afasto para sempre o materialismo, cujo efeito nos endurece demais e afasta o aspecto de melancolia e emoção  que o sonho e a fantasia  nos levam...São caminhos mais suaves e leves que nos aproximam mais da existência de um Deus, cuja presença está cada vez mais distante das pessoas dos nossos dias...


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Intromissão sem permissão é uma atitude indesejável

Boa-noite, leitores. A indignação tomou conta dos meus ânimos no dia de hoje, ao sair do trabalho...


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Ao cumprimentar colegas e desejar boa eleição, ouço como chicotada em meus ouvidos a frase: "sem Bolsonaro, hein?"Mais adiante, diante da porta de vidro da saída, outra professora que a mim nunca dirigira a palavra, nem mesmo para  um bom-dia, me surpreende quando  diz: "ele não, hein?". 
Minha personalidade, meu jeito de ser, sempre se caracterizou por ser lenta em responder; antes ser ofendida do que ofender é meu lema e, por essa razão, vou engolindo "sapos" ao longo da vida. Dizem que isso não é bom, sei lá, mas nunca consegui mudar, sou mais da reflexão do que da palavra, blá-blá-blá nunca foi o meu forte.
Mas voltando ao que interessa, um pouco tardiamente, passo a responder: se aos 66 anos de idade, ainda não aprendi a votar, não são pessoas com muito menos idade, nível de estudo e vivência do que eu, que saberão. 
Aliás, quem sabe?  Além do mais, em momento algum, desrespeitei a vontade de alguém em suas decisões e desta forma, não admito uma invasão dessa, sem solicitação alguma. Tenho muito medo daqueles que tem plena certeza em suas convicções.
As pessoas que vieram com esse comentário inconveniente, se dizem adeptos da democracia! Apesar disso, não consideram opiniões diversas das suas: seus partidos e candidatos são os melhores, os mais apropriados para consertar o país... 
O leitor pode imaginar de que partido essas pessoas são... Não preciso nem citar. 
É o partido do desrespeito, da intromissão sem solicitação, da inconveniência, da prepotência e da abdução total a um líder, numa atitude  robotizada, sem falta de observação e raciocínio próprio.
Como a ousadia domina esses pobres seres! Ofendem as pessoas que não simpatizam  com suas ideologias, dirigindo-se a elas com palavras grosseiras e intolerantes.
Analisando mais de uma década sob o jugo deste partido "democrata" verifica-se que a única preocupação destes magníficos pensadores foi a ideologia da escravização, da ditadura cultural que nos foram impostas travestidas de falsa  liberdade de pensamento.
Uma delas, é o combate à discriminação de ordem racial: para isto foram criados grupinhos estratégicos antagonizantes que alimentaram sentimentos de revolta entre brancos e negros e o resultado (na análise daqueles de mente trabalhadora, que  já viveram e conviveram bastante) foi um racismo acirrado, o desenvolvimento de um ódio crescente entre a população branca e negra de uma forma que nunca existira antes em nosso país. O que as pessoas não entendem,é que isso sustenta um mercado de lucro, de marketing pessoal do partido, além de provocar instabilidade e insegurança para que os "pais"(líderes de araque) se mostrem como única ponte de salvação para o caso, criando projetos sociais, responsáveis por grande parte de desvio do dinheiro público, além de legislações ditas justas, oferecendo um sistema de cotas na educação que na verdade, sugere a incapacidade, a falta de inteligência e competência  dos próprios contemplados, retirando destes o estímulo do esforço para se conseguir o prêmio. 
O que muitos não enxergam, pois trazem uma trava no cérebro, é o fato de que com essas ações são  gerados milhares de votos.
E não para por aí; nessa ânsia de poder e mobilizar pessoas em benefício próprio foram disseminando o ódio entre heterossexuais x homossexuais (coisa impressionante deste período maléfico de gestão), homens x mulheres (o sexo frágil é mostrado como explorado e maltratado de forma absurda pelo sexo oposto) mostrando como solução o homossexualismo onde o sexo feminino é mais compreendido. 
O gigantesco movimento de pobres x ricos apresenta a classe de maior poder aquisitivo como infalivelmente injusta, desrespeitosa ao direito das pessoas mais pobres numa incitação à invasão de propriedade, desrespeito  aos que se esforçaram por objetivos incansavelmente perseguidos, pois em todas as classes sociais existem corruptos e transgressores, não apenas naquela dos mais privilegiados monetariamente, porém não é isso que nos levam a crer.
O pior aconteceu na Educação, o que revolta sobremaneira àqueles que a ela se dedicam realmente: pregando uma filosofia barata, a pedagorreia do amor, foram sendo criados verdadeiros monstrinhos que se formam homens sem fibra, sem obediência a regulamento algum, inaptos, onde o civismo e amor à pátria é proibido e sugerido como sinônimo de adesão à ditadura militar. Assim, vemos futuros cidadãos que sem culpa alguma, são inadequadamente moldados na falta de respeito ao ser humano, transgressores de leis, e contraventores, porque tudo pode e nada acontece no sentido de educar realmente.
Na segurança, nem se fala: vemos agentes da lei, que sem poder agir para garantir o direito legal de ir e vir dos cidadãos de bem, são obrigados mediocremente a resolver casos grotescos de brigas de vizinhos, de bebedeiras, rusgas entre casais de comunidades, trabalhando apenas neste tipo de atividade, enquanto que nos grandes centros, prosperam o crime, o roubo e a iniquidade.
A arte foi relegada ao popular, toda erudição é elitismo e proibida, portanto, vários artistas oferecem um tipo de arte medíocre num verdadeiro escambo imoral com partido político, enchendo os bolsos com a tal lei Rouanet. 
Diversos políticos e artistas  que aderiram a partidos políticos foram exilados durante o período ditatorial militar. O mínimo esperado é que em sua volta com a anistia fornecessem ao país uma bela administração na lisura e competência, no entanto, nada disso aconteceu e a dilapidação de todos os valores dignos foi atirada na lama em conjunto com a nossa economia.
Poderia escrever uma tese sobre toda essa bandalheira que se espalhou como peste sobre o Brasil, tão imensa é a matéria sobre isto.
Chega-se à conclusão de que atualmente, o país ficou centrado em moleques que são respeitados como verdadeiros reis e tudo gira em torno deles: as leis em tudo favorecem o mau comportamento e induzem à contravenção sem punição alguma: o próprio pai não pode mais repreender e educar seu filho, não se pode mais revistar menor infrator, enquanto que os educadores, as pessoas mais experientes tornam-se motivo de chacota para adolescentes e até para crianças cuja voz é o centro da atenção...
Um país que leva sua educação a este ponto, a este nível de desrespeito não tem seriedade alguma e não chegará a lugar algum... Ou melhor, chegará, se é que já não chegou ao caos incontrolável, problema insolúvel, onde a violência é a personagem principal.
Com referência a "sem Bolsonaro" e "ele não" gostaria de saber por que essa alegação se, em momento algum discuto minha posição política no ambiente de trabalho. Será que chegaram a essa conclusão porque verificaram que coloco o meu trabalho de educadora acima de tudo?

sábado, 9 de junho de 2018

Boa-noite, leitores. Após um bom tempo, volto hoje a postar neste espaço. A minha ausência aqui, justifica-se pela falta de estímulo em constatar que o blog que criei, num momento tão cheio de expectativas, esperanças de compartilhamentos e discussões é, na realidade, muito solitário. E essa solidão é quebrada de tempos em tempos por algum gentil visitante, que, no entanto, não tem o desejo de comentar ou discutir sobre os temas sobre os quais discorro. É uma pena, pois democracia seria isso, um debate saudável entre pessoas sobre assuntos que são relevantes e que podem acarretar mudança para esse futuro mundial que apresenta-se assustador. Como já me acostumei, o blog, chego à conclusão, é um diário, um desabafo de corações amargurados e preocupados com o destino do planeta e do rumo da vida humana. Mas vamos lá:


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Onde há desordem, há regresso.

O desrespeito está presente em grande parte das atitudes de cidadãos paulistanos que convivem nos mais variados espaços desta grande metrópole que é São Paulo: no transporte público, onde assentos prioritários são ocupados indevidamente por indivíduos, bastante jovens e profundamente deseducados que ali ficam ociosamente em despeito das mensagens sonoras e didáticas  que enchem o espaço a esse respeito. 
São pessoas de todos os sexos, pois a vileza não escolhe gênero, que fingem dormir pesadamente, compenetrar-se em redes sociais, jogos eletrônicos e outras coisas mais em seus celulares. Digo que é enojante o visual destes caras de pau, deselegantes e grosseiros que não podem levantar-se e tratar de ceder o lugar a quem lhe é devido. Não há obrigação alguma em se dizer obrigado, àqueles que o fazem, pois não é mais do que obrigação (muitos ainda têm o descaramento de perguntar: "Quer sentar?"). Ainda no transporte público, nos trens de metrô, tantos outros lotam as portas impedindo a passagem  de quem vai sair, dificultando a livre circulação, o direito de ir e vir; aliás ultimamente, este direito só é desfrutado por aqueles que querem perturbar o silêncio, o direito de quem trabalha e seu merecido descanso, além de sua segurança. Pelo menos, neste país, apenas esses seres têm esse direito zelado  e rigorosamente garantido  por todos os elementos que compõem a equipe de direitos humanos...
Essas situações elencadas acima já refletem o maucaratismo, imoralidade  e indecência do brasileiro cujo caráter duvidoso já é bastante apreciado mundialmente.
Não é preciso muito esforço para enumerar mais procedimentos deste tipo. Muitas pessoas gritam com outras na outra ponta da rua, num tom acima dos decibéis permitidos ao nosso ouvido e a nossa paciência, provando o quão agradável eles podem ser. Isso ocorre com frequência; às vezes o som indesejável vem de imensas caixas de som cuidadosamente ou ruidosamente preparadas em porta-malas de veículos que mais se assemelham a uma visão do inferno de Dante, difundindo músicas, se é que assim podemos chamar um amontoado de frases sem valor algum, sem melodia, harmonia ou raio que a sirva e a classifique como tal. Desse modo, viver neste planeta está se tornando insuportável. Mais insuportável ainda, quando parte das próprias instituições que covardemente instalam poderosos artefatos sonoros com a denominação de virada cultural, marcha para Jesus, paradas mil...
Jesus, se você estiver ouvindo, deve estar juntando forças para dizimar essa espécie nojenta que se diz ser humano, atualmente. Não sei quando cultura foi sinônimo de barulho, música de baixa qualidade, abdução paranoica de cérebros, exibição de orgulhos que nada têm de relevante para crescimento e aprendizagem a não ser para o comércio. 
Meu Deus! Há que se ter muita paciência para aguentar e sorrir concordando com essa ditadura cultural com a qual estamos forçosamente convivendo. E ai daquele que ousar contradizer tudo isso, afinal "vox populi, vox dei". Estão aí as redes de TV para assegurar toda essa cretinice sem fim.
Nesses nossos dias, milhares de seres completamente hipnotizados pela mídia eletrônica, já nem sequer olham para seus pares, para um cumprimento, uma conversa amigável, até mesmo com os familiares, que dizer com estranhos! Já caminham totalmente abduzidos às telas dos celulares, coisa até curiosa, que merece um estudo psiquiátrico, pois o indivíduo corre o risco de cair com as manobras dos trens e ônibus, ser assaltado, morrer queimado, uma vez que nada vê, nada ouve, nada-nada.
Filas não são mais respeitadas, observo muito nas Linhas Amarelas do metrô que possuem uma orientação didática que quase chega à perfeição. Há um imenso círculo no chão que exibe a mensagem: Deixe esse espaço para quem sai do trem. O que significa que as laterais são reservadas para a entrada nos vagões. Já se percebem muitos espertalhões que deveriam estar no final da fila a invadirem esse espaço tão bem sinalizado, querendo a qualquer custo, levar vantagem e passar na frente, o chamado "furar fila" numa atitude primata e totalmente insana e irracional. Sem contar com as mazelas desse tipo que ocorrem na linhas azul e outras deste meio de transporte, onde a indelicadeza é tanta, que chega a machucar literalmente muitas pessoas mais fragilizadas. É um tal de querer ocupar vagões direcionados a deficientes, idosos e pessoas com mobilidade reduzida sem direito algum, de modo que vemos diariamente, esses espaços reservados lotados de jovens indecentes, vendendo saúde, mas cancerosos  de educação e boas-maneiras.
Verificamos tudo isso com tristeza ao constatarmos que quem administra esse país, são moleques, adolescentes... Tudo é feito para eles e só para eles... Leis que não valorizam  os mais velhos e sua experiência de vida, ao contrário temos leis que favorecem a delinquência juvenil, pois em tudo há a permissividade, a justificativa para o mal feito. E como isso pode acontecer? Hoje um pai não pode falar um pouco mais alto com seu filho que o está constrangendo, mas e o constrangimento que o menor está submetendo seus responsáveis, não conta? Nas escolas, nos lares, pais estão à mercê de seus filhos, os quais nem educa mais, e sim as instituições que os armazenam como mercadorias e as mídias sociais; professores estão na mão  de crianças que já vêm deseducadas e pela "força de seus hormônios" têm que ser respeitadas, haja vista, à pedagogia do amor, que tem transformado esses jovens em verdadeiras máquinas de destrutivismo e violência.
Ao contrário de países do oriente como o Japão onde se aprendem com os idosos, aqui estes são menosprezados e desvalorizados pelos mais jovens... Existe  ainda algum louco que  acha que esse Brasil, tem solução? 

domingo, 18 de fevereiro de 2018

A saudade me obriga a escrever nestas páginas solitárias, que tenho visitado com pouca frequência... 



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Sempre elas me visitam ultimamente. As lembranças surgem muitas vezes do nada. Passagens, folhas avulsas registradas no fundo da memória saltam espontaneamente e me fazem voltar no tempo.
Hoje, por exemplo, encontrei-me a visitar grupos de amigos das escolas em que estudei na minha adolescência e com júbilo e um aperto no coração, vejo expostas as fotos de muitas amigas e amigos: cabelos pintados pelo branco do tempo, faces amadurecidas e marcadas pela vivência através dos anos.
Revejo rostos amigos de professores antigos, ainda lutando pela vida, desafiando o presente... Muitos já se foram, e com que tristeza releio estas páginas informatizadas e frias, mas que apesar da imaterialidade, nos aproximam de forma fantástica, encurtando distâncias, formando um elo de convivência que deixa a oportunidade de comunicação, apenas de palavras e fotos virtuais.
Araçatuba, a minha cidade natal, para mim é apenas uma rósea lembrança que jamais voltará a ser o que foi, numa época singular. Mesmo que visite os mesmos locais pelos quais passei, eles nunca serão iguais. Faltam as pessoas, a caracterização no tempo, o momento histórico, a fantasia e romantismo que inebriavam as doces páginas da adolescência enchendo a vida de entusiasmo e prazer.
Ali, naquela rua, era a casa onde passei parte da minha infância e pré-adolescência. Lá, nada mais é semelhante, a rua movimentada, ruidosa nada lembra aquele silêncio que possibilitava ouvir o canto suave dos pássaros. Quase todas as residências foram reformadas. Próximo da esquina, um prédio! Coisa que não existia por ali! Porém, a minha casa, a do 913, ainda sobrevive, milagrosamente resiste ao tempo, as paredes, janelas e portas trocaram de cor, talvez até mais bonitas, entretanto quase não me dizem nada! Onde está o velho chapeleiro de madeira do alpendre? A santinha em seu nicho ao alto? Tenho vontade de chorar ante essas reminiscências tão caras para mim... E no quintal imenso, já não há as velhas árvores frutíferas de dantes. muitas outras casas foram construídas nos fundos, em seu lugar.
Do velho clube que frequentei só ficaram as ruínas: um pedaço da portaria aqui, uma parede do restaurante acolá, restos de pisos cerâmicos da pista de dança mais adiante...
Onde está a velha fonte luminosa da praça central? Foi trocada por outra... E o velho cinema lotado nas noites domingueiras, que servia para o lazer e encontro de amigos, namoradinhos da juventude? Também desapareceu para dar lugar a uma grande rede de loja de eletrodomésticos.
Nas páginas dos facebooks procuro por amigos antigos, encontro muitos deles, será que eles também me buscam? Lembrar-se-ão de mim ou será que apenas eu sinto esse imenso desejo de reencontro?
Quando observo as fotos atuais daqueles com quem convivi, percebo que nada mais existe do que existiu no passado; cada qual seguiu seu rumo, seu caminho; construiu sua história de maneira diversa daquela a qual compartilhávamos no passado...
Temo por aqueles cujos nomes não encontro, estarão ainda vivos? 
A fugacidade da vida é cruel, nada é para sempre, tudo passa, infelizmente...
Vejo nos grupos de internet dos antigos amigos que há planos para reencontro, alguém sempre se esforça para juntar o que se perdeu, unir o que se partiu, recebo com esperança a chegada desse dia, contudo, sei que quando isso acontecer não será como dantes, seremos totalmente estranhos que se reúnem, sem os mesmos propósitos e ideologias, pois fomos transformados pela distância e ausência da convivência diária.
Alguém já me disse: "Feliz daquele que nunca sai de sua terra natal e que nunca perde os elos da sua infância e juventude, que constrói sua vida sempre na mesma cidade, pois aquele que se vai é eternamente um desgraçado; não se adapta mais às antigas origens e nem se satisfaz totalmente no novo lugar que adotou para viver."
Sei que daqui por diante,  as memórias serão cada vez mais numerosas, as lembranças aumentam na mesma proporção em que os anos avançam em nosso velocímetro do tempo. 
Mas, se recordar é viver, isso nos torna para sempre vivos..