quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Terminadas as festas de Natal e as demonstrações de espírito natalino presente nos gestos da maioria das pessoas, é tempo de comentar um sentimento vil, próprio daqueles que segregam em suas presas o veneno das víboras...


ABRAM OS OLHOS



Desde há muito,  as atitudes puras, honestas em relação à amizade e relacionamentos vêm se escasseando à medida que o tempo passa. Convivemos atualmente com verdadeiras cobras criadas na sociedade em que estamos inseridos, seres que não merecem de nossa parte à mínima confiança, o que é deplorável. Tal fato acontece em todos os círculos sociais, entre amigos, colegas de trabalho, marido e mulher e, até mesmo, entre parentes, fato inadmissível entre pessoas do mesmo sangue.
A disputa por poder predomina nos fracos de caráter que sem o carisma e a simpatia necessários para arrebanhar amigos, preferem usar de meios indignos, covardes de ganharem prestígio através da escuta e troca  de maledicências sobre seus pares, em nenhum momento fazendo uma autoanálise de seu comportamento ridículo e maléfico. O que impulsiona esse procedimento desonroso é o grande sentimento de inveja que lhes alimenta o íntimo, uma vez que não têm a disposição necessária para a luta da vida e a inércia, que como uma trava os domina,  impede que trabalhem com a força e o vigor tão imprescindíveis para que se equiparem aos nobres de espírito e puros de coração. Além disso, não apresentam um diálogo que seja suportável de ser ouvido, pois, sem vida, o assunto preferido é falar das outras pessoas.
São pseudos amigos que mostram falsos sorrisos e pelas costas apunhalam aqueles que dizem amar, são parentes que unem-se e fazem uma verdadeira investigação sobre a intimidade daqueles que admiram, mas, odeiam, espalhando os detalhes com tamanha sordidez que chega a assustar pelo fingimento apresentado.
São risinhos e comentários irrelevantes e maldosos pelas costas, coisas de uma hipocrisia ímpar, ações desencadeadas no escuro, às escondidas, onde não há como camuflar o veneno que estão a disseminar; também não há como ocultar em seus sorrisos amarelos, o ódio que sentem por aqueles que invejam.
Intensamente egoístas querem o mundo todo a seus pés, desejam receber todas as visitas e atraírem o maior número de "amigos"para deles extraírem o que podem, sugarem como chupins tudo aquilo que conseguirem para que não precisem dedicar-se a trabalhos físicos para obtenção de benefícios. Suas doenças são as piores, aliás, não ouvem ninguém, apenas  querem serem ouvidos aborrecendo com longos e inconsistentes relatos todas as enfermidades que já sofreram, já que são as piores vítimas que o universo já conheceu.
Quando não é isso, são as rotulações em que vão enquadrando a todos, sem ao menos desconfiarem do quão chatos são; as ótimas pessoas são aquelas que lhes fizeram algum benefício de ordem material ou econômica, e repentinamente o deixam de ser quando já não lhes são úteis. Da mesma forma, são os piores "puxa-sacos" dos mais ricos, enaltecendo-os mesmo que não mereçam.
Muitos desses maravilhosos seres afirmam ser francos, dizerem o que pensam na cara dos outros e com isso não percebem o quanto são inconvenientes, grosseiros e incapazes, deixando transparecer a qualquer idiota o quanto "amam" a todos. São eles os melhores pais e mães que produzem filhos de personalidade frouxa e Maria-vai com-as- outras, porém diminuem os demais, à semelhança do macaco que sentando em cima do rabo, fala do comprimento do rabo dos outros bichos.  Com amigos assim, ninguém precisará de inimigos para derrubá-los, e olhem que a queda que provocam é mais intensa, uma vez que agem pelas costas, de maneira muito vil.
Esses são os insuportáveis, cuja fala dá sono e modorra, provoca mal-estar e pressa de ir embora o mais rápido possível.
Infelizmente, não há como mudar tal comportamento que se apresenta como o pior dos cânceres já vistos, pois a ferida que provoca é incicatrizável. 
Precisamos de muita reza brava, patuás, ramos de arruda e toda sorte de prevenção contra esse mal...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Amigos, estamos no limiar entre 2013 e o ano que se aproxima, mas as mudanças começam a delinear-se ao nosso redor deixando as marcas do que ficou...



Mais uma página virada







Acredito que com a maioria das pessoas nessa época do ano as transformações ocorrem; de maneira brusca, inesperada elas chegam com a proximidade de mais um ano que se avizinha.
É tempo de limpar os armários, jogar relatórios ultrapassados, atividades e avaliações, agendas e agendamentos.No meu caso, particularmente, inúmeras avaliações lotam armários, assim como aulas preparadas, livros e apostilas, atividades feitas com tanto sacrifício ao longo das horas, agora de nada mais servem, são apenas amontoados de lixo que aguardam reciclagem...
Foram tantas as reclamações coletivas de que o ano se arrastava, que os dias não passavam e de que as férias não chegavam e nesse momento,as solicitações apressadas para que esvaziemos os armários, entreguemos os diários de classe, assinemos papéis e tantas outras coisas. 
Muitos de nós jamais voltaremos a pisar nesse local novamente, no entanto, outros mais privilegiados, de cargo efetivo, ali continuarão, no ambiente familiar de tantos anos.
Os funcionários contratados, sem estabilidade ou qualquer vínculo são imediatamente desligados do estabelecimento onde lecionam, por meio de assinatura em um contrato de dispensa, mostrando com isso  uma discriminação a toda prova e além de tudo, se o contrato já estiver vencido permanecem em quarentena como que acometidos de uma doença contagiosa...
Perdoem-me a franqueza, porém não consigo escrever sem fazer qualquer tipo de crítica, ainda mais numa situação como a que se apresenta atualmente no Magistério. Ainda ontem,efetiva,usufruía de estabilidade e hoje de volta à profissão sem vínculo algum como se fosse a pior das mestras.
Tudo isso cala fundo em nossas almas ainda mais num momento de fragilidade como o é a época natalina que  fragiliza enquanto sensibiliza profundamente.
Tudo fiz hoje no derradeiro dia de aula. Desta vez, durante o trajeto, dediquei mais atenção aos detalhes das ruas, das lojas, pessoas e do trânsito.Entrei pelo portão da escola, não distraidamente como dantes, sabia que era talvez a última vez que por ali passava, observei as árvores ao redor, agradeci sua presença confortadora e adentrei  pela sala dos professores ouvindo os risos e comentários alegres de todos. Sabendo da dificuldade do momento, pois sou sensível a essas ocasiões, rapidamente esvaziei o armário, etiquetei a chave e a devolvi à diretora da escola.
O mais difícil foi a despedida, foram dias e noites de convivência diária, momentos difíceis, alegres, complicados, compartilhando a todo o momento com aquela grande família de professores que ali se reúnem nos intervalos das aulas e em reuniões.
Dizer adeus a cada um deles foi talvez uma das tarefas mais difíceis do que preparar aulas e avaliações, conhecendo a todos, cada qual com seus problemas pessoais e  personalidades diferentes, ter que fitá-los nos olhos e fingir ser forte, desejando-lhes felicidades e boa-sorte e um "talvez a gente se encontre no ano que vem" o que certamente não acontecerá, embargou a voz e exigiu das lágrimas para que não rolassem  piorando a situação.
Como é difícil a despedida, nessas situações e o constrangimento é geral, pois não temos como calar nossos corações e sentimentos.
A todos vocês professores, colegas,equipe e alunos da escola Joaquim Leme do Prado o meu muito obrigada pelos momentos preciosos convividos, por  mais uma página construída com imagens de vida e amor,e sobretudo pela possibilidade de aprender a viver mais uma experiência.
Desejo a cada um de vocês um final de ano próspero, feliz, que ecoe no decorrer do novo ano que em breve começa. Um abraço carinhoso.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Olá, amigos, o texto de hoje vai para aqueles que sem a competência necessária precisam, digamos galgar a carreira profissional através de outros meios...



Promoção sem mérito





São os seres mais dissimulados com os quais temos a honra de conviver atualmente, amigos de todos e, na realidade, amigos de ninguém. Cuidado com eles, pois da mesma forma como te adulam e tecem falsos elogios, puxam o tapete abaixo dos teus pés tentando eliminar mais um concorrente. E como fazem sucesso entre seus pares: são conversinhas fúteis daqui, comentários aparentemente inocentes dali, onde a falta de inteligência prospera, mas quem foi que disse que sabedoria e bom-senso têm peso entre essa falsa classe social?
Como um bando de hienas, riem a todo tempo, de tudo e de todos naturalmente. Compartilham em redes sociais, postam fotos sem significação alguma exibindo os falsos sorrisos e lágrimas de crocodilo.O estrago que fazem é estrondoso, não reconhecem o verdadeiro trabalho, diminuem aqueles que não se enquadram no seu maravilhoso jeito, perdoem-me a expressão, "puxa-saco" de ser. Dependuram-se, aboletam-se aos seus chefes e superiores tentando mostrar o que não fazem e o que nunca farão, por incapacidade, preguiça e incompetência.
Agora é Natal, ao se fazer um balanço do que está ocorrendo a seu redor, não é difícil percebê-los, uma vez que te acompanharam e demonstraram "belas" atitudes durante todo o ano, no entanto, pasmem, são os escolhidos pelos chefes e colegas para concorrerem ao Nobel da Paz, são paraninfos e homenageados em festas de fim de ano conseguindo com sua ínfima postura destacarem-se em eventos e confraternizações. Na verdade, formam um clã, uma sociedade fechada onde não há abertura para ideias novas, para união em intenção a algo valoroso ou digno, mandam para o espaço o altruísmo, a honra e os bons costumes o que importa é unicamente projeção profissional, não à custa de estudo e investimento cultural na carreira, mas através da construção de sua imagem que implica denegrir a de outrem para que ocupem seu lugar ao sol.
Como o planeta poderá subsistir com gente dessa laia que o habita, que não constrói, apenas destrói?
Toda essa geração de inúteis trabalha com mentiras e falsidade o tempo todo, relaciona-se e passa a seus discípulos lições inconsistentes e sem relevância para a condição humana, no entanto, é amada por todos e rotulada como  os melhores profissionais do ano.
 Até quando isso vai persistir?



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Tentando colocar um fundo musical que servisse de base à leitura dos textos em meu blog, achei essa canção tão familiar ao Natal desde há muito tempo: Noite Feliz. Pela carga emocional que traz contida em cada nota musical inspirou-me esse texto que se segue:





Noite Feliz


Não sei por que razão denomina-se Noite Feliz uma composição cuja melodia apresenta-se tão triste. Aliás, o propósito da festa natalina traz em sua mensagem principal um motivo nostálgico: louvar alguém que apesar de apenas praticar o bem, como tantos acreditam, teve como recompensa uma morte hedionda e incompreensível.
É a crueldade humana estampada mostrando do que ela é capaz. E não adianta horrorizar-se com o fato, porque a história se repete, a injustiça e incompreensão continuam acompanhando os homens que nunca foram tão maldosos e violentos como nesse século: as agressões são constantes; tanto a física como a psicológica deixam cicatrizes que não se curam, abertas pela ridicularização, desamor e desrespeito ao próximo no decorrer de cada dia. Humilhação àqueles que não mantêm o padrão social exigido pela sociedade algoz que crucifica a todos excluindo do seu círculo de amizades os menos favorecidos e simples de espírito...
Quando o Natal se aproxima ocorre uma transformação: os hipócritas como que arrependidos de sua conduta maldosa adotam crianças de orfanatos para distribuírem presentes, fazendo questão de serem destacados e elogiados à moda dos fariseus dos templos da Galileia.
Bando de víboras, por que não têm humanidade com aqueles com quem convivem diariamente a quem só atiram pedras?
O orgulho não deixa com que esses seres sejam naturais e convivam demonstrando suas emoções verdadeiras, porém ao se aproximarem as festas natalinas, como um rebanho irracional atende a um toque de berrante da mídia, adotando crianças (que talvez nem existam) comprando-lhes presentes e mimos e por esse motivo, só faltam anunciar no horário nobre de canal de televisão, não o fazem porque não é possível...
Tristes tempos, Noite Triste aquela que só ressalta o luxo, o consumismo, a discórdia entre os povos que não mais se amam, apenas sabem reparar e maldizer seu par pelos motivos mais fúteis possíveis.
Gostaria de ter coisas muito melhores para dizer sobre o Natal, entretanto, infelizmente é só o que se nos apresenta nestes tempos terríveis onde ninguém mais se quer bem, onde o amor só existe perante status social e dinheiro.
Aos puros de coração, (que são poucos) fica a verdadeira mensagem: continuem no seu caminho, a despeito de todos os maus-tratos que possam sofrer, nesta noite silenciosa esqueçam o luxo, a ostentação, fitem o céu límpido e suas magníficas estrelas que ainda são as únicas coisas autênticas neste universo de mentiras e desafetos. Um Feliz Natal!



terça-feira, 26 de novembro de 2013


Boa-tarde, amigos, o texto de hoje vai dedicado a um simples sentimento que há muito vem deixando de fazer parte do comportamento humano: o respeito, que no fundo é sinônimo de amor.


Por que é preciso respeitar... 





 Convivemos diariamente com milhares de pessoas, sejam elas do nosso círculo familiar ou de amizade, do trabalho, do dia a dia em variadas instituições que frequentamos e tantas outras mais; seres que encontramos muitas vezes momentaneamente, mas cujo relacionamento ficará registrado para sempre na memória, passe o tempo que passar. Uma preocupação constante que precisamos cuidar é no sentido de tratar bem, de passar uma imagem positiva, de ser humano, sem, contudo, utilizar de artificialismo ou de falsa educação, essa atitude deve vir do nosso âmago, de uma boa formação que pontua a sinceridade acima de tudo. A cada dia que passa, verificamos que esta questão está sendo relegada a um terceiro plano; uma grande parte daqueles com quem convivemos, por longo tempo, inclusive, tem o maior prazer em mostrar o reverso, o outro lado da moeda deixando transparecer atitudes de menosprezo, agressões constantes aos direitos humanos dos quais nunca se falou tanto nestas últimas décadas. Uma tremenda inversão de valores ocorre nas mais variadas instituições onde a ética praticamente inexiste, desta forma não há o respeito à hierarquia, nem mesmo a conscientização sobre o que o indivíduo deve ou não fazer, pode ou não comentar para que mantenha um bom relacionamento no ambiente de trabalho e, até mesmo manter seu emprego, tarefa nada fácil atualmente. E o que dizer então do chamado "bullying", termo de língua inglesa que como tantos outros invade o vernáculo da língua portuguesa para designar desrespeito, desumanidade? São pessoas que não respeitam o território alheio e se acham no direito, como donos da verdade, de ridicularizar, eleger um "bobo" da corte e achincalhá-lo com toda a sorte de grosserias, maus-tratos e agressões cujas consequências levam da depressão, desgosto a até, dependendo da personalidade do agredido, a resultados funestos, pois tais atitudes impensadas, irracionais e absolutamente invasivas calam fundo na alma dos violentados, principalmente daqueles de índole mais sensível. Não seria preciso enumerar aqui como isso pode ocorrer, contudo podemos exemplificar: comentários maldosos sobre a maneira pessoal de se vestir, aspecto físico, atitudes, maneira de falar, cor da pele, idade e tantos outros. Tais procedimentos partem, por vezes, da coletividade de um ambiente de indivíduos sem uma formação adequada, de caráter duvidoso e de personalidade frouxa que como um rebanho, atende a um grito de comando para iniciarem tal conduta nociva e desagradável. A maioria dos agressores, muitas vezes, não sabe escrever ou elaborar um raciocínio em uma frase escrita, tal a ignorância em que esses seres estão mergulhados, entretanto são capazes de tamanha sordidez que não podemos avaliar a dimensão. Os adolescentes engrossam esse cordão de antissociais que grassa em nossa sociedade, mas isso não quer dizer que os adultos também não cometam tal crime; sim crime no sentido de violação dos direitos dos cidadãos que precisam ser respeitados nesse sofrido planeta em que subvivemos. Quando observamos que os ditos adultos cometem esse deslize, a avaliação que podemos fazer é de imaturidade, defasagem no desenvolvimento intelectual ao apreciarmos atitudes incompatíveis com a faixa etária dos agressores. O que todos ignoram, contudo deveriam dedicar maior atenção, é para a imagem que passam para os espectadores a sua volta: a de mau-caratismo e de futilidade próprias de inteligência e racionalidade inferiores, apesar das afirmações da existência das múltiplas inteligências atualmente. Para quem foi agredido injusta e inocentemente, grava-se para toda a vida a violência sofrida que conduz à inibição e descrédito no convívio social que deixa de ser visto como sadio, agradável, de auxílio mútuo e humano.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Boa-noite, amigos que leem os meus textos e acompanham este blog. Que momentos atribulados são esses em que vivemos hoje, não? O tempo é escasso, ouço todos dizerem a minha volta, seja no trabalho ou em casa: "Falta pouco, o ano já termina!" E nada! Dias cheios pela lida incansável que tenta vencer as horas, o descanso mal descansado, sono agitado pelas preocupações e quando menos se espera:









NÃO ME DEI POR MIM


Hoje fui dispensada mais cedo do trabalho por falta de energia elétrica na escola onde leciono. À noite, não há como ensinar sem claridade.
Todos saíram alegremente, principalmente os alunos que, cansados do trabalho, não vêm animados para as aulas. Corre-corre no escuro para guardar os livros e Diários de Classe e, em instantes, já estou no carro a caminho de casa. Venho compenetrada no trânsito, vira daqui, acolá e de repente, vejo a erguer-se imponente perante meus olhos uma grande árvore natalina, aos fundos do Shopping. Linda em sua simplicidade de detalhes, transmitiu-me instantaneamente, numa questão de segundos, a mensagem da proximidade do Natal e a iminência do fim de mais um ano. O grande laço vermelho ao alto, tocou fundo o meu coração, assim como a grande quantidade de pequeninas luzes piscando intermitentemente. Sinto, nessas horas, a tristeza trazida por todos os finais de ano carregando consigo mudanças radicais em nossa vida cotidiana. Pessoas com quem convivemos diariamente serão de nós apartadas e, sabe Deus quando, as veremos novamente. A sensação de fugacidade do tempo traduzem a incerteza a respeito do destino das vidas humanas que vão e vêm sem aviso prévio algum. Para falar a verdade, divagando em pensamentos, nem pude perceber toda a decoração da imensa árvore de Natal, pois logo o farol abriu e mergulhei em seu verde a caminho de casa que pude alcançar em mais duas curvas.
Porém, a sensação de perda com a proximidade do Natal não passou, ficou em mim presa e tive a certa impressão de que guardarei na lembrança como em todos os outros anos a grata recordação de todos com quem convivi em 2013...


sábado, 2 de novembro de 2013

Boa-noite, amigos blogueiros. Mais um ano que vai culminando, mais um Finados que chega e com ele, a tristeza e o momento de relembrar aqueles que fizeram parte da nossa vida e que já não estão mais entre nós. Para muitos, porém, a data é aguardada com ansiedade como mais um esperado feriado de lazer e alegria...



AUSÊNCIA




Já dizia o maravilhoso poeta Olavo Bilac: "Saudade, presença de ausentes". Uma frase pequena, de conteúdo tão  significativo e verdadeiro. Escrever sobre esse dia é para mim, uma tarefa nostálgica, de reminiscências de todos aqueles personagens que tiveram passagem pela minha vida deixando lembranças que jamais serão esquecidas.
No último Finados, lembrei-me de tantas pessoas, entretanto, assim como hoje, acabo escrevendo apenas sobre uma delas,que com a sua pureza e inocência foi o meu maior herói, você, meu querido pai.
Não consigo entender como os longos catorze anos que passamos distantes não conseguiram destruir o amor que existiu e ainda existe entre nós. Engraçado, lembro-me de ti na minha infância tão marcante, sempre presente em todos os momentos vividos, me levando às lágrimas ao contar estórias comoventes que ficaram para sempre registradas em minha memória...
Personalidade ligeiramente triste e ao mesmo tempo divertida, conseguia me levar rapidamente do choro ao riso irreverente.
O mais engraçado ainda, é que sempre me despertava pena, ver sua humildade perante os altivos,apesar de todo o seu valor.   
Lembro-me também da sua coragem ao carregar a sua pesada cruz nos últimos anos, sempre sorrindo, rezando por outras pessoas quando mais precisavas de oração. 
Revolto-me, às vezes, mesmo que em vão, contra a forma cruel e injusta de como as coisas foram acontecendo em sua vida, oferecendo espinhos a quem sempre ofertava somente rosas e do modo algo abrupto de como foste arrancado do seio da nossa pobre, mas unida família levando um pedaço de todos nós.Não tiveste dinheiro ou bens que pudesse nos ofertar, deixaste algo muito mais valioso do que tesouros terrenos; o seu exemplo e caráter que não vemos mais valorizados nos dias de hoje...
Um velho, atualmente, é como um par de sapatos usados, um estorvo dos quais todos querem livrar-se sem demora.
Qual foi a mágica que realizaste, meu pai, por formar filhos que não só reconheceram o exemplo dado, mas conseguiram te dar o devido valor quando ao nosso redor tudo desmoronava: filhos, família, sociedade? Que excelente didática foi essa cuja forma só existe agora em palavras ao vento?
Amanhã, como das outras vezes, farei minha visita onde seu corpo repousa em paz. Como sempre, levarei suas flores de um branco ou amarelo singelo na esperança de que possa recebê-las e entender que são flores de agradecimento por ter um dia me dado a honra de fazer parte da minha vida, por todo o sacrifício que por mim fizeste e por todo o amor que me dedicaste sem exigência alguma. Saibas que em meu coração existe um lugar cativo reservado só para ti, eternamente...


     





terça-feira, 22 de outubro de 2013

Este texto vai para meus alunos da 3ª série E do Ensino Médio cujo tema proposto era a relação intrínseca que existe entre o estudo e a correta transformação exercida no meio ambiente através do trabalho. Uma questão muito importante e que tem sido pouco valorizada pela sociedade em geral.e que  é de relevância para todos nós, cidadãos que habitamos o planeta Terra...

Trabalho que destrói...

Muitas teorias e definições sobre o trabalho do homem e sua transformação na natureza  já foram elaboradas por diferentes autores e pensadores, cabe a nós, cidadãos conscientes de cada lugar aprendermos com elas e aplicá-las na prática.
A atividade humana abre seus leques por todos os setores da sociedade, e seja ela agrícola, de extração, industrialização, manufaturação etc. faz-se necessário, acima de tudo, o uso da ponderação, do bom-senso e da ética na manipulação dos nossos ecossistemas.Nesse aspecto é que se torna necessário um  estudo que não  proporcione apenas  cultura e conhecimento, mas que produza pessoas críticas, que aprendam a pensar e a agir racionalmente.
Ultimamente, a paranoia do poder, da competitividade sem princípios no intuito de enriquecimento econômico, têm levado o homem a não preservar o habitat em que vive, numa depredação insana e  contínua  que não valoriza nem cuida das riquezas naturais e os recursos, sejam eles renováveis ou não. Dessa forma, a febre que atinge o mercado imobiliário, por exemplo, não favorece a intenção de contratar em seu quadro de funcionários um engenheiro ambiental ou um ecologista, pois estes profissionais não admitiriam a expansão de edificações próximo a mananciais, exigiriam várias adequações que não seriam interessantes do ponto de vista financeiro das grandes empresas. Do mesmo modo, grandes empreendimentos de extração vegetal e mineral negam terminantemente o exercício da ética sobre o que podem retirar do solo, ignorando também o uso da coerência sobre os locais onde não devem mexer. E nessa roda-viva o mundo vai capotando diariamente: são indústrias de produtos químicos que inescrupulosamente são criados a despeito de poluírem  rios, solo, água, causando doenças e destruição a sua volta; extração de recursos não renováveis que violam os oceanos; expansão demográfica induzida inescrupulosamente para sustentar o enriquecimento de grandes empreendedores inchando desnecessariamente o espaço urbano causando problemas ambientais relacionados à degradação da meio através da exacerbada pavimentação de vias, desmatamento irregular que tem dilapidado a mata Atlântica ao longo dos anos e, sobretudo sobrecarregado a atmosfera de gases altamente tóxicos.
O questionamento a ser feito  é no sentido de encontrar um porquê para tudo isso, pois, se certamente nossos empresários, em sua grande maioria, são formados, educados  em excelentes escolas e universidades qual a razão de não porem em  prática o que aprendem na teoria? 
A reposta é bastante simples: a ganância pelo dinheiro, a loucura pelo poder e a cultura do ter ao  invés de ser simplesmente um homem, animal racional que insiste em ser irracional.




sábado, 12 de outubro de 2013

Porque o comprometimento é uma das  principais qualidades de um bom profissional 

Boa-noite a todos. O texto de hoje é dedicado a todos aqueles que trabalham e que conseguem estabelecer  um objetivo a alcançar naquilo que fazem, porque realizam  por amor e não pelo interesse financeiro.


Comprometimento é sinônimo de amor

Atualmente, da mesma forma que outrora, a maioria das profissões não é bem remunerada, mesmo se o serviço prestado é de qualidade. O fato é até compreensível dado ao enorme contingente de trabalhadores que o mercado de trabalho abrange, fato que onera sobremaneira o Estado ao cumprir com as obrigações trabalhistas e econômicas de todo o país.
Apesar da revolta geral a esse respeito, os profissionais considerados bem remunerados são uma minoria em relação aos demais, porém temos que admitir, muita gente ganha muito pela qualidade do trabalho que apresenta. Muitos nos causam indignação por receberem a mesma parcela de salário e  produzirem o mínimo, apresentando ainda um quadro de queixas e lamentações infindáveis, guiando-se pelos calendários anuais à cata ansiosa de feriados, pontes e pontos facultativos, criticando a administração pública quando ela não oferece a oportunidade do "emendar" feriados com dias normais revelando uma tendência à inércia e ao comodismo.
Esta atitude deve sofrer repúdio de todos aqueles que se esmeram e procuram dar o melhor de si naquilo que fazem, pois na verdade, não poderiam receber o mesmo pagamento daquele que como se diz vulgarmente vai "acochambrando", enganando, enrolando cada hora de labor com idas a banheiros e outros subterfúgios que os ajudem na sua lei do menor esforço.
É incompreensível tal atitude que apresenta indivíduos que não se interessam por quaisquer atividades, sejam elas físicas ou mentais, covardemente demonstrando falta de colaboração, de profissionalismo, ética e disposição.
Da parte de elementos assim, não há desenvolvimento algum da personalidade, propiciando a estagnação do corpo e consequentemente a sua deterioração da mesma forma que a perda de intelectualidade, uma vez que nosso organismo assemelha-se a uma máquina que se enferruja se não for usada.
Sabemos também, que por esse mundo afora existem aqueles que agem corretamente e trabalham em excesso recebendo uma parca remuneração, o que é altamente injusto e constrangedor para o empregado que perde a dignidade por não poder sequer se manter ou a sua família satisfatoriamente.
Apesar de todos os inconvenientes que ocorrem no campo profissional de cada trabalhador é inadmissível a falta de objetivo, de comprometimento, de amor naquilo que se faz.
E quantas pessoas deixa-se de ajudar numa situação de incompetência e falta de atitude: na Educação, por exemplo, onde lidamos com tantas pessoas carentes, de famílias desestruturadas, cuja infância e adolescência necessitam da atenção de um professor para que possam ser pessoas de bem, com um desenvolvimento saudável e feliz no futuro! 
O pior de tudo é a falta de sensibilidade que esses seres ociosos trazem em suas entranhas; não se apiedam de ninguém, não valorizam o sofrimento alheio, não apresentam carinho e compreensão pelas crianças e adolescentes que precisam de  uma palavra amiga, de uma boa orientação. Pelo contrário, não há o mínimo de paciência, quando não se tem vontade de trabalhar, a irritabilidade está sempre presente, o egoísmo fala mais alto e o altruísmo nem existe nessas personalidades...
A presunção, da mesma forma, produz indivíduos cuja principal característica é criticar o trabalho alheio, nunca, entretanto, autoavaliando o próprio desempenho com olhar de análise.
E assim vão ofendendo a tudo e a todos, tratando com grosseria e indiferença seus subordinados, não dando relevância às metas e obrigações que devem cumprir diariamente, apenas aguardando com impaciência "o pão nosso de cada dia" a blasfemar a todo o instante.
E o resultado dessas ações do deseducador no caso da Educação  é a produção de pessoas infelizes, mal preparadas para a vida, inaptas e desorientadas cujo futuro poderá ser uma surpresa feliz ou funesta para a sociedade, que num círculo vicioso, não para para pensar o porquê desse caos de violência e incompreensão que assola o planeta lotado de seres que não respeitam nem os ecossistemas onde vivem.
E a praga existe em todas as profissões como erva-daninha entre as flores e frutos a estragar toda uma colheita  produzindo uma safra ridícula e irrelevante.
Dessa forma, não achemos engraçada ou moderninha essa infeliz atitude de trabalhadores sem seriedade que está proliferando em todos os campos profissionais. Para esses, o trabalho é sinônimo de nazismo, escravidão uma vez que não tem amor à profissão e consequentemente comprometimento com os envolvidos e qualidade de serviço a ser oferecida.
Se conseguirmos com o nosso repúdio mudar esse terrível quadro que assola o mundo, certamente produziremos pessoas de melhor valor mudando radicalmente  para melhor o mundo em que vivemos.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ÉTICA

Bom-dia, amigos, depois de alguns dias sem postagens graças ao nosso bom sistema de gerenciamento de empresas de comunicações, volto novamente à rotina dos textos tão imprescindíveis a nossa vida, atualmente tão conturbada e complicada. O tema de hoje é polêmico e um tanto difícil de ser compreendido num momento em que o cidadão não conhece mais seus limites...



A ética  no século XXI


Se buscarmos informações sobre o significado deste vocábulo, certamente encontraremos com facilidade em dicionários e enciclopédias e num rápido clicar saberemos que a palavra provém do grego ethos (modo de ser, caráter), é um ramo da filosofia cuja finalidade é estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade, basicamente na questão de relacionamento.
Se analisarmos criteriosamente, teremos a sensação de que tal atitude tão indispensável ao convívio social parece ser inata ao ser humano, nasce-se com esta tendência de personalidade. Entretanto, o caráter do indivíduo forma-se ao longo do seu desenvolvimento psicossocial e é construído no próprio lar, adicionando-se a este a base cultural e educacional onde uma grande dose de autoavaliação crítica faz-se necessária para o desenvolvimento saudável de nossa personalidade. 
Tantos comentários são tecidos em torno da ética, principalmente nas profissões, onde o cuidado com atitudes deve ser redobrado para que o espaço de outro profissional não seja esmiuçado, ocupado violentamente,  o que se caracterizaria por uma invasão de privacidade.
Parece que atualmente está cada vez mais distante esse comportamento ideal no campo do trabalho; aliás, muitos indivíduos nem sequer sabem o que essa palavra pode significar e a dimensão e importância desse comportamento sem o qual a convivência diária torna-se insuportável e por que não dizer, insustentável.
São pessoas sem qualquer noção de limites, altamente presunçosas e egoístas visto que julgam-se melhores que os outros o que lhes dá o direito de vasculhar a atuação do parceiro, criticando, destruindo seu trabalho, nunca observando os aspectos positivos, pois a intenção é realmente derrubar, desmoronar todo um caminho construído ao longo do tempo.
A questão é: o antiético não realiza seu trabalho condignamente, deixando muitas lacunas a completar uma vez que perde a maior parte do seu tempo adentrando sem permissão nos limites de outrem e nesse afã, deixa de seguir sua missão, de esmerar-se, pois não há a dedicação ao próprio trabalho, principal fator  que proporciona a eficiência e excelência tão difíceis de alcançar ao longo dos anos.
A ética é fundamental em todos os setores da nossa vida, na família, no trabalho, no relacionamento amoroso e, principalmente nas questões políticas. Muitos países antiéticos provocam guerras e destruição com essa atitude, demolindo toda uma história de vida e talvez da humanidade em geral.
  Esse valor tão precioso será o fator preponderante para o sucesso social, sem ele, teremos a convicção de que temos entre nós espiões, bisbilhoteiros, pessoas sem seriedade dos quais temos que nos afastar urgentemente sob pena de vermos toda uma carreira transformada em maledicências e incoerências sem propósito algum.
Dessa forma, cabem aqui as adaptações a  velhos ditados: "Fujamos dos antiéticos como o demônio foge da cruz" ou ainda "Sai de retro Satanás!" pois uma vez que a personalidade foi formada ou "deformada" não há mais como mudá-la.   




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Mais um texto argumentativo

A Avaliação Diagnóstica da Diretoria Centro para o segundo ano do Ensino Médio escolheu como tema para um artigo de opinião "O corpo da moda na sociedade de consumo" e ofereceu três textos a respeito da vaidade  em uma proposta. O primeiro deles, de caráter informativo, esclarecia sobre mitologia grega na figura de Narciso, que escravo da própria beleza perdeu a vida pela supervalorização da aparência  física. O segundo, também informativo comenta a obra de Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray, onde o protagonista obcecado pela sua beleza, concentra-se em conservá-la eternamente compactuando com forças do mal enquanto que a sua foto sofre as mutações de uma vida desregrada e regada a orgias sexuais e morte. Já o terceiro deles, extraído do livro Violência e Psicanálise de Jurandir F Costa, fala abertamente da superficialidade do mundo moderno, que escravo da mídia,  compõe a nossa sociedade de consumo...


ESCRAVIDÃO DO NOSSO SÉCULO 



Muitos textos já versaram sobre esse assunto, porém ele não se esgota num momento em que o homem, um simples animal racional, deixa de conscientizar-se sobre a sua animalidade para ficcionar-se e perder-se em fantasias procurando se identificar com personagens criados pelos artifícios dos meios de comunicação massivos tornando-o um escravo em potencial.
O notável poeta Carlos Drummond de Andrade a esse respeito construiu um belo poema, onde estampava a quê está resumida a vida do homem moderno: a uma mísera etiqueta, que encerra uma grife, tornando-o uma coisa, um mero divulgador ambulante das marcas que lhe são impostas no dia a dia, pagando altos preços para divulgar e enriquecer multinacionais. E a crueldade toma conta do ser humano quando ele sacrifica a sua própria vida para adquirir um bem, intuindo obedecer a um padrão que lhe é imposto, sem o qual não consegue mais sobreviver. Por menor que seja o salário, os produtos devem ser adquiridos a qualquer custo, levando à dilapidação de bens e a vidas arruinadas sem perspectiva de ascensão. Seres desprovidos de essência vivem pela superficialidade, discutindo com amigos nos facebooks da vida ou em fúteis reuniões diminuindo aqueles que não se enquadram no perfil exigido pela ridícula sociedade atual.
Os primeiros requisitos para uma boa impressão são as marcas de roupas e acessórios, tipos de celulares, carros e joias. Nunca, porém, essa avaliação toma por base o que uma pessoa é, seu caráter, dignidade e ética. Nesse ponto a que chegamos, podemos seguramente dizer que houve uma decadência no nível intelectual dos homens atualmente, fato que dificilmente poderá ser revertido.
Por amor à aparência física, as pessoas se matam em academias ingerindo substâncias perigosas para exibirem um corpo atlético, contrariando a genética e predisposições hereditárias; muitos, na tentativa de parecerem o que não lhes é possível ser, preenchem com produtos químicos partes do corpo que têm vergonha de exibir, sem contar aqueles que morrem em mesas de cirurgia tentando mudar a natureza a qualquer custo em plásticas e lipoaspirações intermináveis, chegando a verdadeiros aleijões no intuito de conservar a aparência física que o hipócrita relacionamento social exige.Sem contar os regimes rigorosos que as pessoas enfrentam para equiparar-se a modelos e mitos criados com a intenção de comercializar produtos. Envelhecer naturalmente tornou-se cafona, da mesma forma de que ser natural nada significa num mundo que gira em torno do dinheiro e falsidade.
Encarando racionalmente essa atitude humana, chega-se à conclusão lógica de que toda essa mudança criou um novo ser que odeia seu  próprio corpo com todas as forças, objetivando o nascimento de uma Vênus emergida de uma bela jogada de marketing capaz de transformar toda uma população em um bando de idiotas teleguiados que nem senso crítico têm mais.
A nova geração que prolifera e cresce mais do que erva-daninha fará Narciso e Dorian Gray parecerem inocentes  em matéria de culto à aparência física, pois extrapola qualquer tipo de vaidade antes apresentada, chegando ao cúmulo da negação da própria identidade na busca de inserir-se convenientemente e agradar a todos. 



domingo, 1 de setembro de 2013

A Diretoria de Ensino Centro realizou este ano a sua avaliação diagnóstica de Língua Portuguesa e Produção de texto. Do 8º ano - 7ª série foi solicitada uma redação de caráter narrativo a partir da leitura de um texto retirado do livro de Júlio Verne: Viagem ao centro da terra. A proposta sugeria continuação da narrativa com uma nova aventura. Segue então um texto escrito nos moldes estabelecidos.



Rumo ao inferno

 


A Islândia é um país cujo inverno é muito rigoroso. Também pudera! Já próximo ao Círculo Polar Ártico, impossível que fosse diferente. Na nossa aventura, tínhamos roupas boas, entretanto ainda continuávamos passando muito frio.
Ao chegarmos ao cume do Sneffels sentimos uma sensação estranha; estávamos sendo sugados para o interior da montanha, algo impossível para pobres mortais como nós evitar. Meu tio gritava para que não nos soltássemos dos cabos que nos prendiam ao exterior, porém, a força de atração era tão gigantesca que duvidava que eles resistissem à pressão.
A expressão de terror estampava-se no rosto dos guias, de Hans e nas faces pálidas de meu tio e eu. Não demorou muito e as cordas se partiram num estalo seco como se fossem barbantes  e agora, em grande velocidade mergulhávamos ao encontro das lavas incandescentes do vulcão que, de um vermelho vivo assemelhavam-se ao fogo do inferno. Quanto tempo de vida ainda nos restaria? Nestes instantes finais, ouviam-se os gritos desesperados de todos ao aproximarem-se daquele mar ardente. Como me arrependi de ter acompanhado meu tio naquela viagem que se revelava sem volta! Em plena juventude não me restava esperança alguma de sobrevivência. Destinado a uma morte trágica e terrível. O calor já era insuportável, um torpor me invadia por completo e a sensação de vertigem aumentava enquanto o corpo rodopiava num balé sinistro rumo à imensidão das chamas. Num segundo pensei em meus pais, como reagiriam a toda essa loucura? Certamente isso seria o fim de suas vidas, perder um filho ainda na adolescência...
Não havia mais o que fazer, deixei-me estar à mercê da minha sorte mentalizando uma oração. Ouvia agora a voz distante de meu tio que me dizia: “Acorda, acorda, você vai ficar bem!”
Como ficar bem? Era o que me perguntava, estava entre a cruz e a espada, num momento decisivo entre a vida e a morte. Senti no rosto um resfriamento reconfortante. Abri os olhos e pude visualizar o semblante preocupado do meu tio, que ajoelhado ao lado do meu corpo inerte ao chão, próximo a uma pequena fogueira improvisada, molhava-me a face com um lenço umedecido. O corpo ainda queimava, contudo, pude entender através da consciência que aos poucos voltava, que tudo não passara de um estado de desfalecimento que sofrera acarretado pelo cansaço e o desgaste da escalada daquele dia.


domingo, 25 de agosto de 2013

O texto de hoje está relacionado a um tema solicitado em uma avaliação diagnóstica da Diretoria de Ensino da cidade de São Paulo ao 3º ano do Ensino Médio. Foram oferecidos dois textos de suporte em uma proposta e o assunto a ser desenvolvido em  um texto de opinião era A prevenção ao uso de drogas. O tema não agradou os participantes uma vez que muito batido, há muito deixou de ser interessante. Questionado, porém, não foram oferecidas outras opções de escolha...O jeito era escrever sobre ele.


"É melhor prevenir do que remediar"


O conhecido ditado popular expresso acima se encaixa perfeitamente numa questão bastante polêmica que envolve em sua trama principalmente adolescentes e até mesmo crianças brasileiras e de muitos outros países.Trata-se de um problema de administração pública, diga-se de passagem, uma vez que estas pessoas consumidas pelo vício de há muito deixaram seus lares e hoje, apenas têm as ruas e sarjetas da cidade para acolhê-los. Para usuários de drogas, não há mais noção do perigo, para quem observa ao passar pelas ruas ou cracolândias da vida a visão é deprimente e causa tremendo mal-estar ao perceber a degradação humana a que um homem pode chegar.
Não é difícil depreender que campanhas antidrogas praticamente inexistem, em veículos de comunicação de massa como rádio e TV onde grassa grande quantidade de matérias repetitivas e inócuas, pois voltados essencialmente a vender produtos, pouco tempo deixam para aquele fim, desta forma, não permitindo que se apresentem bons serviços de utilidade pública. Tampouco as redes sociais na Internet têm se preocupado em desenvolver projetos e trabalhos que envolvam esse assunto tão carente de intervenções.
O ponto que esta situação atingiu pede um esforço coletivo de todos os órgãos governamentais sejam eles dos níveis municipais, estaduais e federais exigindo que todos se unam no sentido de impedir os jovens cidadãos a trilharem caminho tão infeliz e muitas vezes sem retorno. Quantas vidas por ele já se perderam, e quantas delas já foram ceifadas na mais tenra idade.
A prevenção é primordial, pois como sabemos, os variados tipos de substâncias tóxicas ao entrarem em organismos saudáveis causam dependência física e psíquica, atuando no sistema nervoso central dos indivíduos sejam elas antidepressivas, estimulantes ou alucinógenas.Um trabalho que evite este mal deve ser pensado seriamente, de maneira prática sem burocracias ou centralização no governo federal. Recursos devem ser disponibilizados para que profissionais especializados atuem em regiões de maior risco, sobretudo a área da Educação necessitaria de maior eficiência nos currículos escolares trazendo palestrantes e profissionais da área de Saúde para que investigassem o público mais vulnerável, mas como isso se tornaria realidade em um país tão carente de recursos humanos específicos em estabelecimentos escolares onde não se conta nem com o básico? É do conhecimento de muitos que muitas culturas utilizam alguns tipos de drogas no seu dia a dia como hábito normal, nesse caso, os princípios éticos devem transparecer nas ações públicas para que não se exponham imigrantes a uma situação constrangedora perante a sociedade.
Um desenvolvimento saudável para os jovens deve ser incentivado uma vez que o desporto, o lazer bem como a cultura e o conhecimento científico sobre o assunto são as chaves que abrem portas para um mundo mais feliz e estruturado. Assistentes sociais parecem também benvindos quando atuantes na vida familiar da sociedade, ajudando a aproximar e a unir seus membros como forma de afastar jovens da perigosa independência e emancipação pessoal antes do tempo.
Se as campanhas de prevenção obedecerem os quesitos de clareza, objetividade e necessidades do público alvo na exposição de suas mensagens certamente terá sucesso no alcance de seus objetivos.É preocupante o fato de que crianças e adolescentes cada vez mais precocemente entram no mundo das drogas utilizando outras substâncias entorpecentes legais que abrem os portões para um vício mais pesado.Entram nessa lista o uso do álcool, cujo papel no início é o de facilitar a integração social de muitos tímidos  que o utilizam para este fim, do mesmo modo que o tabaco. E entre crianças carentes o costume de inalar substâncias mais fáceis de serem encontradas como a cola e solventes tem predisposto ao vício esses indivíduos. Similarmente, o uso de anabolizantes e esteroides assim como o uso de antidepressivos e calmantes causam o mesmo dano ao organismo quando são usados aleatória e descontroladamente necessitando urgentemente de um olhar mais criterioso. 
Se os órgãos governamentais passarem a se preocupar mais com este terrível impasse e se lançarem de corpo e alma para resolver o problema a sociedade estará a salvo de um  pesadelo que além de assolar muitos lares atualmente leva a Saúde Pública à falência.


sábado, 17 de agosto de 2013


Agora chegou a vez do cinema, fonte de lazer,bem-estar e entretenimento....




Cinema brasileiro, suas histórias, seus heróis







A produção cinematográfica considerada como a sétima arte oferece oportunidades inúmeras de criação de um mundo ficcional que como dizem, pode imitar a vida. À frente de uma tela, seja do cinema, da televisão ou de um ecrã de computador, milhares de seres emocionam-se com as cenas apresentadas, chegando facilmente do riso às lágrimas.
As obras literárias aí estão a oferecer opções maravilhosas de recriação e adaptação que nas mãos de diretores competentes transformam-se em verdadeiras obras de arte. Muitos países dedicaram-se nesse afã e ao longo dos anos adquiriram conhecimento e tecnologia que os colocaram no primeiro lugar do pódio destacando-se dos outros e abarcando bilheterias milionárias que enriqueceram seus profissionais dando-lhes fama e poder. Com todo esse sucesso, os detentores de toda essa técnica, egoisticamente não divulgaram seus conhecimentos guardando a sete chaves o segredo da sua produção, e mais, dominando o mercado nacional e internacional  não permitindo que outra nação divulgasse suas obras que engatinhavam num ensaio em busca do desenvolvimento.
Grandes e milionárias produções disseminaram e tornaram conhecidas obras literárias, músicas inéditas e o trabalho de outros profissionais de renome.
Atualmente, entretanto, esse tipo de arte sofreu, não digo uma decadência, mas uma mudança radical na escolha dos gêneros dos filmes de modo geral e que agradou o público mais jovem: as obras de ficção. Personagens de outros planetas, super-heróis fantásticos que demonstram seus poderes miraculosos, ciborgues e andróides criados em laboratórios entre outros, perigosamente levam a imaginação da população para bem longe da cidade em que vivem deixando de concentrar-se nos problemas diários para divagarem nas ações de avatares criados pelos profissionais do cinema. Basicamente hoje em dia, não se necessitam de grandes estórias a serem contadas, o que vale são efeitos especiais que deixam qualquer simples mortal babando estupefato pela qualidade técnica apresentada.
Há muito, os ídolos, os mitos deixaram de ser pessoas humanas como somos, filhos do planeta Terra. Todos preferem vivenciar experiências em Marte ou qualquer outra estrela desta ou de uma galáxia longínqua, desconhecida. Se essa questão afasta o cidadão comum do mundo em que vive e apresenta-se como um ponto negativo ou de mudança radical na vida humana, o que dizer então do nosso cinema brasileiro.
De um tempo para cá, o Brasil, um país obscuro, uma estrela de 5ª grandeza no mundo cinematográfico, passou a se desenvolver e a produzir filmes com mais frequência. Apesar de não dominar a tecnologia, apresenta ainda em seus personagens o homem real, o animal racional ou irracional que vai passando a seu público lições de vida, o problema são com as lições que passa...
É incrível, mas até críticos cinematográficos de renome sentem-se indignados com a falta de caráter dos heróis que o cinema nacional divulga: são assassinos, prostitutas, ladrões, traficantes, farsantes, policiais corruptos, drogados e nunca, notem bem, nunca, um exemplo de dignidade e moral. Qual a razão disso é o que nos perguntamos sem atinar com a resposta. Obras literárias é o que não nos falta, temos escritores clássicos da língua portuguesa que produziram verdadeiras jóias, porém não são nada valorizadas, principalmente se os personagens são dignos e de bom caráter.
Nada contra o Modernismo e seus autores, mas é muito mais fácil produzir um Macunaíma do que um Peri, o incrível é que a população não tem mais interesse em conhecer obras em que o herói é honrado e verdadeiro, ao contrário, prefere os vilões de vocabulário chulo que apresentem uma personalidade duvidosa.
Poderíamos até produzir películas com esse tipo de personagens, mas não as termos como regra geral, oferecendo a premissa de que nesse país só temos o maucaratismo e a frouxidão de caráter como marca registrada. Sem contar que esses filmes são exibidos lá fora e são julgados e analisados por críticos cinematográficos de todo o mundo. Se observarmos bem, os heróis são estereotipados assim como a cultura que eles passam em cenas promíscuas de sexo, carnaval, corrupção, drogas onde os cenários são sempre locais empobrecidos material e mentalmente, não servindo como forma de crescimento a nenhum espectador, pois em momento algum são apresentadas qualidades dignificantes dos seres, contrariamente com eles aprendem-se apenas lições de prostituição, pedofilia, desvios mentais, indução ao tráfico e consumo de alucinógenos. Basta que vejamos os títulos e já deduziremos o resto: “Cidade de Deus”, “Manda Bala, “Tropa de Elite”, “Bruna Surfistinha”, “O cheiro do ralo”, “Carandiru” entre outras pérolas do gênero.
E com toda essa temática, qual o exemplo que fica para nossas crianças e adolescentes assistindo a cenas de violência, sexo e drogas?

domingo, 11 de agosto de 2013

O texto de hoje vai dedicado a ele que comigo conviveu a infância, adolescência e idade adulta durante 47 anos...


Um verdadeiro amor nunca se esquece







Passei hoje próximo àquela revendedora de gás cuja frente exibe a antiga armação metálica da árvore natalina, porém nua, sem os enfeites de todos os anos. Seguindo por aquela rua, a mais alguns metros, encontra-se a sua última casa onde com os braços abertos sempre me esperava por ocasião do Natal; magrinho, cabelos brancos e sorriso sincero, abraçando-me demorada e fortemente como que querendo me prender a seu lado para sempre.
Lembro-me daquelas visitas rápidas, de apenas algumas horas que tanto te deixavam feliz apesar de saber que passaria contigo apenas os rèveillons...
Quanto tempo já passou desde então! Foram quatorze longos anos desde a sua partida e, no entanto, ainda parece que foi ontem que te vi ansioso a me esperar no jardim na escuridão da noite. Já há muito não posso contar com a sua mão amiga, a palavra de carinho, o conforto do seu abraço. Como a vida pode ser tão cruel e covarde quando nos tira aqueles que tanto amamos e que tanto fizeram por nós!
Na distância imensa que nos separa, na imaterialidade que de repente se transforma a existência humana ainda fica o sentimento, o forte sentimento que sempre nos uniu de maneira simples e espontânea porque foste um verdadeiro pai, onde o alicerce da educação foi o amor, num ensinar que não se impõe, mas que se revela sobretudo pela força do exemplo e que me transformou no que sou, alma sensível e solidária, incapaz, a sua semelhança, de fazer qualquer mal ou magoar alguém.
Não é Natal, entretanto hoje vou te fazer uma visita. Não haverá o contato direto, apenas a mentalização tenta unir na espiritualidade e recriar o elo que sempre nos manteve juntos. Não sei se sabes, nesse sábado levo um vaso de singelos crisântemos brancos no lugar onde teu corpo repousa, no pequeno cemitério solitário de Arujá. Conforme o carro devora os quilômetros que nos separa, vou revivendo passagens da nossa vida e tento com esforço visualizar seu rosto simpático.
Eis -me de repente em frente à necrópole onde à entrada, a grande paineira coberta de flores abriga com sua sombra parte da alameda principal ladeada de túmulos silenciosos. Ninguém por ali. Caminho e logo estou defronte à lápide onde deposito a brancura das flores aveludadas. Que oração vou fazer... Procuro ansiosa na bolsa pela pequena Bíblia, sem encontrá-la... Você era um homem religioso, e nos últimos anos se ocupava com a leitura sagrada, que de certa forma servia de esperança e bálsamo para o sofrimento que te consumia. Começo a improvisar uma oração: “Querido pai, que nunca deixaste que nada me faltasse, fazendo o possível e o impossível para me ver feliz. Quantas noites de vigília a mim dedicaste nas horas de doença, quanta aflição te consumiu no afã de conseguir-me o conforto necessário esquecendo-se da sua própria vida  na dedicação familiar... Estas flores que trago comigo hoje quase nada são perante o que para mim fizeste, são apenas  um símbolo que se pudesse, plasmaria com a força da mente e te mandaria para o céu, onde certamente é a sua morada. Tenho rezado incansavelmente para que tenha paz e encontre a glória eterna no mundo espiritual. E que nada te falte, assim como comigo fizeste um dia... Saiba que jamais em tempo algum por mim será esquecido"... Limpo com as costas da mão as lágrimas que inundam meu rosto já marcado pelas asperezas da vida. O silêncio é aterrador, até os passarinhos que por ali passavam calaram sua voz e apenas os últimos raios quentes do sol temos por companhia. Hora de ir. A passos lentos e pesarosos deixo o campo santo onde o tilim-tilim metálico dos números das lápides fazem o seu concerto embalados pelo vento como a me dizer adeus...


sábado, 3 de agosto de 2013

Continuando a explanação sobre o nada admirado jeitinho brasileiro, chegou a vez de comentar o descaso e por que não dizer desprezo que os mais jovens demonstram na convivência diária para com aqueles que trabalharam toda uma vida sem receber um tratamento justo...





Respeitar é um ato de amor e humanidade


Se há um tipo de preconceito nada velado é aquele contra os mais velhos,  cujas marcas do tempo estão presentes na aparência física e psicológica.
Quase não se comenta, nem se tenta um olhar para esse aspecto tão repugnante presente no comportamento de muitos jovens que fazem parte da sociedade brasileira.
Todos têm conhecimento que em todos as nações esse fato ocorre, até mesmo em países orientais onde antes os idosos eram enaltecidos e considerados, hoje nada mais valem, são jogados em asilos e casas de repouso, abandonados como objetos sem utilidade.
Há uma cultura, principalmente no Brasil, de valorizar o aspecto físico, a beleza apenas, não há admiração alguma pela pessoa, pelo que ela significa como ser vivente do mesmo planeta, e o mais incompreensível é o fato de que todos um dia envelhecerão, se não morrerem antes...
As mudanças que acompanham o desenvolvimento tecnológico, indumentária, linguagem parecem constituir as causas desse distanciamento entre as novas gerações que não têm na sua formação moral a aprendizagem do respeito e consideração que se deve dedicar aos mais velhos.
No vocabulário antigo, provérbios, expressões populares ou gírias não são compreendidos, nem sequer ouvidos trazendo a solidão e o isolamento que leva seres que dedicaram toda uma vida a filhos e netos a viver de lembranças do passado sem participar de um diálogo, ou receber um carinho.
São rotulados de caducos, loucos, gagás e outros termos pejorativos que conseguem produzir cidadãos imersos em profunda tristeza e vazio assustador; conseguem gerar pessoas depressivas que aguardam ansiosamente a chegada da morte para aliviar suas vidas sem sentido.
O que custaria alguns minutos de delicadeza, atenção, generosidade? Perda de alguns diálogos fúteis nos facebooks da vida, festas regadas a drogas, álcool e sexo que levarão à ruína, ou ainda ausência de intermináveis  diálogos com estranhos nos sites de relacionamento? Quando não, perda de passeios artificiais em shoppings na tentativa de gastos infinitos com futilidades...
Há aqueles que se envergonham dos seus velhos, não saindo com eles e não convidando amigos que, poderão não os admirarem por terem em casa, com o perdão da palavra:"lixo humano". Quanta mesquinhez!
Melhor idade! que bordão mais hipócrita para designar uma triste fase da vida, onde não há o respeito do poder público que remunera com um salário indigno que acaba mais rápido do que pingo de chuva em terra árida!
Melhor idade. Sem respeito dos familiares, e assistência médica que deixa muito a desejar...
Melhor idade...Nas mãos de cuidadores frios,  muitas vezes indiferentes e até cruéis... 
Na sociedade atual existem vários estatutos para garantir direitos de grupos minoritários, e, apesar disso constatamos que não há grande preocupação no sentido de cumprir os direitos dos idosos.
Engraçado , nunca se falou tanto em solidariedade, em ajuda mútua em convivência social sadia, entretanto na prática, nunca se desprezou tanto, sobretudo jamais se ignorou tanto.
Problema de difícil solução, não será resolvido por ensinamentos religiosos,  e falsos discursos, só poderá ser resolvido no dia em que o amor ocupar o lugar principal no coração dos homens! 




sexta-feira, 26 de julho de 2013

O tema do texto anterior, como afirmei na introdução, daria uma tese de doutorado dado à vastidão de aspectos que envolvem o jeitinho brasileiro de viver. Esse blog não tem grande número de visualizações, entretanto acredito que deveria ser visto por profissionais da administração pública para conscientização do enorme descaso que demonstram quanto às violações dos direitos do cidadão, transgressões e agressões diárias à Constituição...Mas, continuemos essa saga.




Por que não tomar atitudes em tempo hábil???




Quem ler esses textos certamente concordará com o que aqui está expresso por simples questão da veracidade que essas palavras representam em relação aos fatos que acontecem no Brasil. Talvez ocorra esse tipo de coisa em outros países também, dado ao fato de que a decadência da Educação não ocorreu apenas aqui em nosso país, não podemos nos esquecer de que nossas leis são importadas de outras nações.
Não se é possível depreender na sua totalidade como se deu essa mudança no comportamento das pessoas, pois ela foi se manifestando paulatinamente, simultaneamente aos efeitos catastróficos produzidos pelas leis da Educação que geraram cidadãos inaptos, sem cultura, grosseiros, nada solidários, além de impunes, consequência de inúmeras premiações e promoções sem mérito algum. Não existe em nossa vida, em nosso trabalho, seja ele qual for, prêmios sem realizações. Esse suceder de gerações transformadas ao sabor dos anos foi acompanhado por uma industrialização e capitalismo desumanos que gerou toda a sorte de problemas sociais num mundo em que o valor do ser humano foi minimizado em maximização dos bens de consumo e grifes poderosas trazidas pela globalização.
Porém, de que nos adianta agora lamentar fatos que são realidade, que já foram formados sem que ninguém os observasse e lhes fizesse uma avaliação? O fato é que seu resultado nocivo aí está, não há mais como resgatar  a grande perda: a lapidação da alma, um trabalho contínuo e árduo que mestres e educadores de ontem tinham a possibilidade de realizar,  aliás, nem se percebe mais espírito nos homens da atualidade que só valorizam dinheiro e poder...
O que foi perdido, perdido está, não há como mudar, ou há? Não sei, questão de difícil solução. O que não podemos deixar é a continuação deste comportamento passivo, que nada faz, não mostra sangue nas veias, não tenta mudar o que não é correto, atitudes coniventes com um sistema sórdido, submisso e ultrapassado que robotiza os seres tornando-os inanimados e fúteis...
As atitudes de agressões às leis e aos direitos já muito cedo se iniciam, começam em teoria nas escolas e termina em prática na sociedade. Além de vandalismo no trânsito como citado no texto anterior, há inúmeras formas de manifestação e outra muito frequente que de muito já começou é a pichação de fachadas, de monumentos e obras de arte. Confundem-se o público e o privado. Não há a noção de patrimônio, de preservação e cultuação ao passado.
Nunca houve da administração pública uma atitude que, de início, cortasse o mal pela raiz e convivemos com uma poluição visual permitida; uma arte às avessas que de modo rude exibe formas e cores que denigrem e sujam, produzindo um efeito moral desastroso, além de violar direitos daqueles que insistem em manter suas fachadas limpas, gastando latas e latas de tinta sem, no entanto, conseguirem seu intento ganhando apenas o desrespeito, pois tiveram a infelicidade de nascer em um lugar que não dá a devida importância a nada. Obras de arte vistas pelo prisma dos vândalos, nada significam, museus não interessam, pois passado é lixo e futuro é incerto...
Cidadãos ditos pobres, carentes que encontram dinheiro para comprar tintas caríssimas em spray para emporcalharem uma cidade toda. Cidadãos de classe média e rica que também apresentam atitudes semelhantes, afinal os extremos se identificam, não há mais a formação e aprimoração de personalidades nem na escola, muito menos nos lares vazios onde pais e mães se ocupam apenas em ganhar dinheiro, relacionamentos sociais e aquisição de bens infinitos...
Se as prefeituras de cada cidade cuidassem do bem comum e tivessem vista para as pequenas coisas do dia a dia, não teríamos hoje o cenário de degradação total que toma grandes avenidas e que espalha sua marca registrada por fachadas de estabelecimentos comerciais, por prédios fechados, públicos e obras de arte além de se estender também para as habitações residenciais. Com a desculpa de “democracia” a pouca vergonha se expande e não é reprimida num primeiro momento, fato essencial para que se contenha a improbidade, para que haja obediência às leis e o respeito ao bem comum.
Como viver em sociedade sem regras ou leis? E se as leis foram criadas para uma boa convivência como não obedecê-las? E para que autoridades se as leis não se cumprem? Se alguém tiver a resposta, por favor se manifeste...



sábado, 20 de julho de 2013

Amigos blogueiros, o texto de hoje é uma crítica ao nosso jeitinho brasileiro tão comentado e conhecido aqui e no exterior. Porém, esta maneira é um complexo de atitudes nada louváveis que não se resumem apenas em levar vantagem... O assunto de tão polêmico e vasto poderia ser o tema de uma tese de doutorado. Mas vejamos um aspecto dessa cultura indesejável...






Não deixe para depois o que pode fazer agora





Quantos de nós, alguns brasileiros que usam o bom-senso e a capacidade de observação e análise dos fatos do cotidiano, nos indignamos com a falta de educação e cidadania de muitos compatriotas que aqui dividem conosco o espaço e com os quais somos obrigados a conviver e aceitar comportamentos indesejáveis.
A administração pública nesse país exerce um trabalho que apenas valoriza o geral; explico aqui o que isso significa: não há o cuidado para com os detalhes, a atenção para com pequenos desvios das leis do dia a dia, que futuramente serão responsáveis pela criação do caos nas pequenas e grandes cidades brasileiras.
Exemplificando, não há o cuidado em verificar pequenas irregularidades que ocorrem diariamente; os cidadãos alegando estar em um regime democrático, julgam tudo poderem, inclusive desobedecer a leis, violar direitos, negligenciar deveres.
Um fato corriqueiro como o simples ato de jogar papel no chão, nunca recebe atenção de autoridades, nunca é reprimido, advertido, nem sequer notado. Dessa forma, o fato torna-se um círculo vicioso; muitos passam a cometer atitudes similares e aos poucos a quantidade de lixo nas ruas é insuportável, a ponto de comprometer a saúde e o saneamento básico, entupindo bueiros, poluindo cidades, rios, mares e florestas. Quando a situação adquire um caráter crítico, aí sim, as autoridades conseguem visualizar o problema e mesmo que queiram resolvê-lo, na maioria das vezes é praticamente impossível alcançar o objetivo. Hoje, vemos sujeira por toda parte, se vamos a um cinema, encontramos no final da sessão montanhas de lixo espalhadas pela sala, que vão desde papéis de bala a restos de hambúrgueres, pipocas e latas de refrigerante decorando o ambiente, sem contar as poltronas engorduradas e/ou molhadas de refrigerantes.
Se houvesse um cuidado maior com a Educação, que em minha opinião é onde deve residir maior importância, as escolas sofreriam uma revolução em seu currículo, que deveria ser voltado para a vida prática: higiene, economia doméstica, culinária, trânsito, boas maneiras etc. além das matérias tradicionais que transmitem cultura, arte, desenvolvimento do raciocínio e estudo de línguas entre outros. Com esse pouco cuidado dedicado a um programa escolar que antes de tudo ensine o básico, o necessário, o país cria pessoas totalmente, vou criar aqui um neologismo, inconvivíveis cujo comportamento mais se encaixa a um estágio primata de desenvolvimento.
Entretanto, não há importância dedicada a esses tristes fatos que ocorrem em nossa sociedade, da mesma forma em que não há a preocupação em cuidar bem dos ambientes internos e externos das pequenas e grandes cidades; deixa-se para restaurar uma obra de arte como edificações, estátuas e monumentos quando já estão pichadas e semidestruídas, começa-se a plantar árvores quando a qualidade do ar chega à estaca zero, similarmente não há aqui como em tantos outros países de primeiro mundo, o costume de plantar flores que além de decorar, tornam o entorno de ambientes, belíssimos, requintados e de muito bom gosto.  
É preciso muito mais dedicação e competência para aqueles que desejam ingressar na carreira pública, é preciso sensibilidade, alma, amor no que se faz e não valorização do salário e do cargo que se vai ocupar.
Não sei se viveremos o bastante para vermos essas mudanças ocorrerem na formação dos profissionais do Brasil.  
Voltando às ocorrências do dia a dia, um problema que está acontecendo frequentemente com relação ao trânsito aqui em nossas calçadas, porque trânsito não se resume apenas às vias públicas, mas sim a pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas é em relação às bicicletas que já começam a transgredir as leis e não só atrapalhar, como oferecer perigo à segurança dos pedestres brasileiros.
Ora, não adianta a sensibilização no sentido de dizer que em um passeio público existem criancinhas, velhinhos e deficientes indefesos correndo risco de serem atropelados por ciclistas que invadem em grande velocidade um espaço criado para andar, caminhar a pé somente. Não deveria ser admitido, em hipótese alguma, pessoas montadas em bicicletas ou motocicletas transitando por calçadas. No entanto, hoje, vemos passarelas de pedestres já com um número considerável de motoqueiros e ciclistas que as atravessam em relativa velocidade favorecendo a incidência de acidentes de atropelamento e até com morte, da mesma forma somos surpreendidos e por pouco atingidos por bicicletas dirigidas por irresponsáveis nas nossas desprotegidas calçadas.
Muitos desses cidadãos quando se fala que não estão agindo corretamente, nos dirigem impropérios e palavrões comprovando que além de violadores da lei não têm um pingo de educação. E quem tem olhos para isto? Ninguém! Vivemos em uma terra de ninguém, sem segurança alguma, sem cumprimento a lei nenhuma onde uma Constituição de tão violada caiu no descrédito total e para mais nada serve, apenas para estudos acadêmicos. Quando a situação se tornar caótica e o pedestre mal puder ocupar a calçada, talvez haja uma atitude no sentido de tentar resolver a questão...
Brasil! Vê se acorda, abra seus olhos, começa a enxergar as pequenas infrações para que não se tornem o apocalipse do amanhã!Onde estão a “Ordem e o Progresso” e os “Bosques que têm mais vida?”
 Brasil, com tamanho descaso “Serás ainda a mãe gentil para os filhos deste solo?”