terça-feira, 16 de abril de 2013


A obstinação, a persistência são as armas dos fortes que nunca desistem de um ideal, enfrentando a morte se preciso for...






Viagem ao mundo desconhecido parte III



Inicia-se a tão esperada viagem, as pesadas naus partem deixando choro e tristeza de familiares que sabiam que a volta era incerta, a empresa perigosa. Passando depois de alguns dias pelas ilhas de Tenerife e Cabo Verde, Magalhães desvia-se da rota de Vasco da Gama e corajosamente toma rumo do ocidente num misto de emoção e medo.
 Ao verificar a mudança da rota, principiam seus problemas com o comandante do San Antonio, Cartagena não concordou argumentando que o capitão nada avisara e que ele deveria dar explicações de seus atos aos outros comandantes. Em uma acalorada discussão, Magalhães o destitui do cargo e ganha um inimigo declarado.
Continuando a viagem, passam pelo Brasil nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro onde trocam mercadorias com os índios locais e abastecem os navios. Navegando mais para o sul o observador vê um  monte e grita: “Monte video” que significa monte à vista. Este nome vai denominar a capital do Uruguai. Vai contornando o extremo sul do continente sul-americano, Terra do fogo, Patagônia onde um perigoso estreito de mar turbulento causa muito trabalho para ser vencido, era a luta de um gigante contra um menino. Mais tarde esse estreito receberia o nome de Estreito de Magalhães em sua homenagem.
Muitos transtornos ocorreram nessa longa viagem, quando alcançaram o Mar da Prata, ficaram perdidos, o frio era insuportável, o desânimo era total e os marinheiros começaram a ter dúvidas sobre a eficiência do plano de Magalhães que finalmente consegue achar o caminho desejado, porém perderam quinze dias com o engano do navegador que julgara ter encontrado um estreito para o revolto Pacífico que não se concretizara e só agora fora encontrado.
 A viagem continua penosa. Numa das manobras, perde um navio, o San Antonio. Há uma conspiração de três naus contra ele que consegue reassumir o comando matando dois revoltosos e os conspiradores Cartagena e um religioso a bordo do navio são abandonados em uma ilha deserta com alguns víveres.
Seguindo a viagem novamente o estoque de frutas e legumes se acaba, a tripulação é acometida de escorbuto com a carência das vitaminas e muitos deles acabam morrendo. Com uma fibra interminável Magalhães segue sem esmorecer pelas ilhas que vai descobrindo e tenta levar o nome e a religião da Espanha, batiza índios e leva até alguns deles no navio.
Entretanto não eram todas as tribos que aceitavam pacificamente estas conversões ao Cristianismo e ao domínio espanhol: numa delas, denominada Cilapulapu, nas Filipinas, torna-se preciso usar a força para subjugá-los. Na luta, Magalhães que tinha um defeito físico em uma das pernas leva desvantagem ao cair e é morto ali mesmo pelos nativos. Seu fiel amigo, Pigafeta, ainda tenta ajudá-lo, porém foi em vão, todos fugiram e corpo do comandante nem pôde ser resgatado.
Diante do quadro que se revela, funesto para Magalhães, um dos seus conspiradores, o espanhol Del Cano, assume o comando da última nau, Victoria, já que todas haviam se perdido na perigosa empreitada, terminando a tão complicada viagem de circum-navegação provando que a Terra era realmente redonda.Na viagem de volta, resgatam o outro revoltoso, Cartagena, e o padre que haviam sido abandonados  na ilha por Magalhães.
Na chegada de volta à Espanha, as honras e glórias são dadas a Del Cano num primeiro momento. Mais tarde, graças ao escrivão e amigo de Magalhães, Pigafeta,os reis tomaram conhecimento da tremenda realização e esforço do comandante e suas descobertas que incluíam ouro e especiarias.
Como homenagem póstuma atribuíram seu nome ao estreito que conseguiu ultrapassar : Estreito de Magalhães.”

Essa narrativa e comentário teve como base de pesquisa o livro "Viagem ao mundo desconhecido" –Francisco Marins e "Magalhães e a América do Sul" – Colin Hynson.



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