quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Boa-noite. Como escrever apenas sobre assuntos agradáveis e saudáveis, se nesta época o que nos rodeia é apenas violência, morte e desamor? Esse é mais um texto da série de desencantos e tristezas...



Falha na Educação gera violência


Como não perceber que a nossa sociedade decai em seu nível intelectual, cultural e social a cada momento? Basta observar por um dia os noticiários na mídia massiva e o que acontece a nossa volta para analisar e concluir sobre o motivo de tamanha degradação ético-moral.
De pequenas contravenções à ações criminosas e violentas, tudo o que podemos verificar sem muita análise, usando apenas um pouco de raciocínio lógico e inteligência é a pobreza intelectual e cultural do ser humano do século XXI.
E é tão forte essa expressão “século XXI,” que encerra em seu teor um modernismo e atualidade sem iguais... Infelizmente, o homem dessa era, que deveria pela lógica apresentar um aprimoramento de caráter condizente com o longo período trilhado pela espécie humana, revela um lado animalizante que destoa de todo o acervo cultural que a humanidade conseguiu alcançar até os dias de hoje. demonstrando numa equação desproposital evolução na teoria e decadência na prática da vida humana e relacionamento social.
A pergunta que nos fazemos é sempre: Por quê? Qual a razão de tanta imbecilidade, ignorância, ausência espiritual e de sentimentos nobres para com nossos pares?
Infratores, contraventores e criminosos quando entrevistados,  em sua maior parte, apresentam um comportamento de causar pena pelo baixo nível intelectual, compatível com seu desvio comportamental e deficit educacional.
Na verdade, embora não receba a atenção necessária do poder público, a Educação de relevância é primordial, é a primeira questão que deve ser valorizada antes mesmo da própria Alimentação e Saúde.
O nível de qualidade da cultura oferecida pelas mídias à população é péssimo, seja no aspecto da arte musical, filmes, pinturas etc. onde a arte popular foi consagrada e colocada em primeiro plano; não que ela não seja importante, mas é dever de um Estado consciente oferecer algo muito superior, arte que realmente apresente alto nível de conhecimento e pesquisa. Exemplificando, ouvir regularmente  música erudita de tipos variados e de boa qualidade provoca um esforço mental significativo onde os conteúdos e imagens abstratas são estimuladas e organizadas de tal forma que, consequentemente,  proporciona um refinamento de atitudes involuntário, que com o passar do tempo lapida a personalidade do indivíduo. Entretanto, não basta ser erudita, há composições atonais em voga, atualmente, que são exaustivamente interpretadas e nada trazem de bom, apenas instigam os maus sentimentos que levam da depressão à violência, como já comprovou Aldous Huxley quando se prestou a estudos sobre o psíquico, submetendo-se ao uso controlado de mescalina, informações presentes em seu livro "Entre o Céu e o Inferno e  As portas da percepção".
Contudo, nenhum tipo de arte relevante  é transmitida pelos veículos de comunicação do nosso século, que,  ao invés, ordinariamente, apresentam uma música, se é assim que muitas delas possam ser denominadas, de baixo nível, cujo vocabulário popular  nada acrescenta como aquisição cultural ou que proporcione o mínimo esforço do cérebro para sua interpretação, onde textos medíocres, estruturados em onomatopeias e bordões repetitivos lentamente levam à atrofiação da mente pela pobreza de conteúdo.
E assim acontece com todo o tipo de arte oferecida, causando a nítida impressão de comercialismo, privilégios de alguns autores sobre as autoridades e um desfavorecimento da cultura nacional de qualidade.
Nas escolas, o estímulo das políticas educacionais nesse sentido também é ineficiente, grandes editoras prevalecem e a qualidade das obras deixa muito a desejar, novos autores nacionais nunca são valorizados, percebe-se nitidamente o uso e condicionamento dos temas a serem tratados a um sistema organizado que não permite a variedade e valor e, da mesma forma, a língua portuguesa se desprestigia a cada dia, assim como  a cultura e informações do próprio país, que são pouco a pouco negligenciadas em detrimento de uma literatura internacional muitas vezes de qualidade inferior, padronizada e pouco criativa  que divulga e mostra aspectos de outros  lugares, em um gênero exagerado de ficção científica que distancia o cidadão dos seus problemas reais ...
O que fazer, vemos nossos jovens cada vez mais violentos, sem vontade de estudar, uma vez que os textos eruditos ficam cada vez mais distantes e incompreensíveis. No entanto, o analfabetismo decai nas estatísticas apresentadas pelo país...
E o que ocorre cada vez mais é a falta de uma Educação que respeite e ensine a respeitar, que dê atenção e proporcione a atenção nos lares. No atual modelo, há ausência do diálogo, da discussão saudável  e até a falta de competência para dirigi-los pelos cidadãos, que cada vez falam menos, perdidos e condicionados a telas de telefones inteligentes e ecrãs de computadores. E onde não há diálogo e capacidade de convencimento pelas palavras, há a ação violenta e a truculência...
Mas quem somos nós para argumentar e lutar contra uma maré de asneiras e ações descabidas sem fim, que sem regulação alguma nos lares e nas escolas goza do prestígio político-social e que ainda será a ruína do ser humano?