terça-feira, 21 de agosto de 2012

E chegou a tão amada programação: campanhas político-eleitorais

Todo o ano eleitoral, entra em nossos lares, sem pedir licença, a malfadada campanha política na televisão. Um monte de asneiras são despejadas a cascatas invadindo nossos ouvidos, onde os candidatos entram na briga do "quem faz mais"... Quando deveriam apresentar uma campanha elegante, inteligente que nos elucidasse, pelo amor de Deus, em quem votar nesse pleito que se aproxima. As velhas figurinhas repetidas voltam a ilustrar o álbum, nada novo. Nos cargos eletivos sempre a mesma casta ocupa uma cadeira cativa que nunca dá lugar ao diferente, a pessoas coerentes que gostaríamos de ter como administradores dos nossos estados, cidades e país. O que fazer?Ainda se ouve muito alguém dizer: o povo não sabe votar, é preciso escolher melhor. Mas escolher onde? quem?
Só sei de uma coisa, para quem tem consciência e o mínimo de discernimento necessários ao ser humano, o ceticismo deve inundar nosso pensamento. Não há mais em quem acreditar...Muitas mudanças radicais foram tentadas e , no entanto, deu no que deu. Publico hoje um texto que há muito estava escrito, salvo em uma pasta do computador, que revela toda a minha descrença e desânimo quanto à política. Ainda bem, para os políticos que há os jovens que acreditam sempre em mudanças e são crédulos. Se dependessem dos eleitores mais vividos e maduros, com certeza o quadro seria outro: um nulo total....Mas vamos ao que interessa.








A HISTÓRIA SE REPETE



Alguém já prometeu uma vez... Por muito tempo, a certeza de dias melhores e mudanças políticas desejáveis foram até vislumbradas. Mas tudo passou, como sempre nada mudou, nada aconteceu. As promessas não se cumpriram, as novas verdades foram distorcidas e acabaram como dantes...
Feudalismo, monarquia, república, comunismo, socialismo e tantos outros “ismos” e a verdade continua a mesma: não há solução para os problemas que afligem o povo de qualquer lugar do planeta. A elite privilegiada sempre existirá e prevalecerá desde que foi criada. E para que ela se mantenha no poder deverá ficar no alto da pirâmide hierárquica, seguida de perto por outras elites como a religiosa, militar, indústrial e outros, enquanto o povo ocupará como sempre a base da pirâmide tal qual era no passado.
De todas as correntes políticas que passaram pelo país, nenhuma delas privilegiou a base da pirâmide: do feudalismo à monarquia quase nada mudou da mesma forma que a República não solucionou questões que ao povo dissesse respeito, e a despeito de novas promessas de que dias melhores virão com esse ou aquele regime político resta-nos o ceticismo total ou a esperança de que um dia seja possível visualizar épocas mais felizes.
Quando analisamos os fatos à luz da história iremos perceber que as palavras que foram o lema da Revolução Francesa no século XVIII:  Liberdade,Igualdade e  Fraternidade jamais serão consideradas principalmente na sociedade atual, que privada de cultura e conhecimento talvez nem saiba qual o real significado destes vocábulos.
Basta voltarmos ao século XIX após a Proclamação da Independência.  José Bonifácio era o responsável  por grande parte dos atos políticos do príncipe D. Pedro. O patriarca da Independência era um homem de inteligência ímpar, estudioso e de uma cultura sem igual, no entanto, qual o final de vida que lhe restou? Morreu na mais absoluta miséria, em sua casa, envergonhado ao receber visitas famosas a observarem os lençóis remendados que lhe cobriam o leito.
Quando houve a abdicação de D. Pedro I a seu filho, veremos que na impossibilidade do mesmo governar como rei, esse encargo foi designado a outras regências enquanto o então Príncipe Pedro II se esmerava nos estudos para obter a mais lapidada formação e ocorreu o mesmo que já havia ocorrido com José Bonifácio, o então regente que tanto bem fazia, revelando-se um mecenas generoso que custeou a carreira de muitos artistas, entre eles Carlos Gomes, passou a viver em dificuldades financeiras, caindo sua popularidade de príncipe, pois se apresentava publicamente com roupas rotas e carruagens velhas e decadentes que diminuíram a imagem do império perante os brasileiros.
Com todos os acontecimentos como as posições políticas que D Pedro tomava contra os poderosos militares e igreja acabou sendo exilado morrendo distante e sempre a sonhar com a tão amada terra, o Brasil.
E quantas traições aconteceram dentro desses regimes políticos, tudo pela ambição pelo poder em primeiro lugar.

Hoje, nos deparamos com um cenário de miséria na política internacional e nacional. Uma miséria cultural onde a ética, os valores dignos como a honestidade não têm mais lugar. Temos uma república fraca, escrava de economias ambiciosas e ávidas pelo poder, contamos com políticos mal preparados, sem cultura e sem valor moral.
Quando nos encontramos às voltas com parlamentares que mal conseguem assinar o nome, são submetidos ou condicionados a ocuparem um cargo importante para o país através de um ridículo ditado de palavras é que nos perguntamos: do que valem tantas revoluções e tantas vidas que se perdem e se perderam para efetuar mudanças.
Quando começamos a perceber, que  no ambiente político que nos rodeia só existem sujeira, corrupção e interesses pessoais é que nos perguntamos: temos o quê comemorar nestes 121 anos de república?
Infelizmente só podemos parabenizar aqueles que realmente se empenharam no passado e dar os pêsames aos homens públicos do presente que não sabem e nem querem saber o que é uma política justa...