domingo, 11 de dezembro de 2011

E lá vem outro Natal...

Mais um ano que culmina, e outro que se aproxima. O importante de tudo isso é viver cada minuto o mais intensamente possível. Para mim, o Natal já não se resume apenas em presentes e festas; embora devamos  celebrar a vida dos que nos rodeiam e desejar-lhes muita saúde e paz.
 O Natal é sobretudo para mim  feito das boas lembranças de todos aqueles que nos fizeram felizes e que fazem falta em nossa vida...





Ele veio

Como acontece em todo o final de ano, o milagre de Deus se faz presente em minha vida; e acontece quando menos espero: já aconteceu em alguma missa realizada em intenção a sua alma, com alguém que me visita e inesperadamente mostra uma semelhança incrível com seu rosto, ou de qualquer outra forma inesperada para mim.
O que se opera nesse instante em meu ser é algo inexplicável com palavras; ainda que  reunisse todas elas não   seria capaz de exprimir a emoção que sinto em poder rever aquele rosto querido e a magia que me acomete por instantes e que tem a capacidade de me transportar em um piscar de olhos, há anos no passado.
Desta vez, em uma rua solitária e deserta, escurecida pelas trevas noturnas, de repente eu te vejo personificado em alguém: não pode ser simplesmente o acaso que me proporciona esta emoção inigualável do reencontro.
Justo numa ruazinha obscura, onde uma única loja exibe seus enfeites natalinos, próximo à grande avenida, com um gesto amável ele me dá passagem, faz gentilmente um sinal com a mão. A pé,  os cabelos embranquecidos pela neve do tempo, o corpo esguio e fino e o rosto tranquilo de sempre.Com um sorriso amável nos lábios espera pacientemente que eu passe com meu carro, apesar de eu lhe oferecer preferência.Eis que logo ganho a avenida movimentada e indiferente, lotada de veículos que se cruzam  impacientes no afã pela busca de presentes de natal.
A visão daquele rosto, provavelmente de um pedestre qualquer e que me fez sentir tanta emoção, me faz explodir em lágrimas sinceras que inundam todo o meu rosto e provêm do mais fundo d'alma e me acompanham pelo trajeto de volta para casa.
"Quanta saudade daquele semblante cuja dignidade e humildade transpareciam sem artifício algum, quanta saudade da dedicação e da meiguice com que me afagava nas horas difíceis, saudade de sentar-me ao seu lado e apenas sentir o prazer da tua presença".
Já foram tantos os Natais que passei sem meu querido e eterno Papai-Noel que já perdi a conta. Mas parece que foi ontem que te vi sorrindo assim, como esse pedestre que gentilmente me abriu passagem...

Um comentário:

  1. Olá Cristina,
    Que saudades dos seus textos! Há tanto tempo!
    Sei exactamente como se sentiu. Também me acontece o mesmo de vez em quando. Existem pessoas que se foram, mas que parece que nos visitam em sonhos, em mensagens, ás vezes escondidos atrás de outros rostos na rua. Serão as saudades a falarem mais alto, será que Deus permite um lampejo de contacto entre os nossos dois mundos, só para matarmos um bocadinho de saudades? Não sei. Mas gosto de pensar que de alguma forma, quem amamos e se foi, consegue encontrar formas de ocasionalmente nos dizer que não nos esqueceu, que está bem e que ainda gosta de nós. E que essas pessoas semelhantes, esses sinais que nos fazem lembrar, esses indícios de que estão por perto, não são apenas acasos ou coincidências, mas mensagens escondidas numa carícia do outro lado do mundo.
    O seu texto, como sempre, Cristina, está lindíssimo! nem podia deixar de o ser!
    Feliz Natal, minha amiga! Muitas felicidades, muita alegria e muita esperança! Tudo de bom para si!
    Beijinhos,
    Glória

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