sexta-feira, 30 de outubro de 2015


Boa-noite a todos os leitores. A prova do ENEM 2015 foi uma surpresa para muitos professores e falo aqui, daqueles mestres que têm consciência da verdadeira condição em que se encontram os alunos das escolas públicas do nosso país e não daqueles que vivem num mundo de utopia. Afinal quem precisa de ajuda para ingressar no ensino superior são esses discípulos, ou não?



A surpresa do ENEM


Ninguém poderia supor que o Exame Nacional do Ensino Médio, neste ano de 2015, seria tão surpreendente.
Pouco condizente com o tema eixo dos cadernos de aluno da Secretaria da Educação e dos livros didáticos adotados nas escolas, antes de tudo, torna-se visível na elaboração das provas, a construção de enunciados complexos, de significados ambíguos para aquela clientela,  cujas alternativas os confundem na sua escolha. Percebe-se, obviamente, uma intenção de caráter eliminatório nestas Avaliações e a oportunidade ínfima de sucesso que elas proporcionam perante o quadro que se apresenta no ambiente escolar, heterogêneo, provindo de constantes promoções continuadas, recuperações e alinhamentos, fatos que não permitem uma extrapolação de conteúdos a tão alto nível.
A grande quantidade de conteúdos da área, sobretudo de informação sobre literatura, estéticas literárias e detalhamento das características de cada escola literária e a pouca disposição do aluno à leitura de textos formais no Ensino Médio e Fundamental, são fatores que o predispõe ao não entendimento de textos e sua respectiva compreensão da prova do ENEM, dado ao excesso deste tipo de atividade naquela avaliação, que leva o aluno à exaustão e a desmotivação.  
Muitos mestres consideraram a prova de caráter mediano e até mesmo fácil, entretanto, tal parecer não condiz com os resultados obtidos pelos discentes; ao que parece, em algumas escolas, excelentes alunos não conseguiram acertar nem a metade das questões oferecidas, fato que se contradiz  essas afirmações.
A prova de linguagens e códigos, cuja crítica é o alvo deste texto, ofereceu para interpretação excertos demasiadamente curtos, pouco significativos e desinteressantes, até cansativos à faixa etária a que se destinava, quando não eram excessivamente longos, não estabelecendo, de uma maneira geral, relação ao mundo juvenil e a seus interesses, mais se assemelhando a uma avaliação para especialistas e não para alunos de escola pública cujos resultados de aproveitamento encontram-se segundo o SARESP e demais avaliações externas dentro do básico, quando o Exame Nacional do Ensino Médio cobrou extrapolação a um nível avançado para a clientela alvo.
No que diz respeito à aparência, a prova equipara-se a do Ensino Técnico, costumeira nas ETECs responsável pela unificação das diversas áreas do conhecimento sem segmentá-las, fato que não possibilita a delimitação das disciplinas da área, fato que se apresenta de acordo com os parâmetros e guias curriculares.
Quanto ao tema de redação proposto, revelou-se como assunto já exaustivamente debatido não instigando ou provocando a vontade de escrever sobre algo mais moderno ou atual como se esperava que fosse; nesse aspecto, o assunto cobrado na prova em detrimento de assuntos importantíssimos e mais atuais com que o jovem se depara em seu cotidiano,  não esperou dele uma postura de criação mais próxima do seu universo e faixa etária.
Em uma análise geral dessa área, a avaliação deixou muito a desejar, sobretudo no sentido de instigar à leitura dos textos e a evitar o tão conhecido “chute” que, na verdade deve ter ocorrido. Se o jogador for bom...






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