domingo, 2 de janeiro de 2011

Escrever o quê?

Amigos, há dias já que reluto em escrever neste espaço tão familiar para mim. Estou totalmente sem assunto, vejo que meu prazo de postagem semanal está se esgotando e nada... Procuro um motivo relevante, mas a mão se recusa a digitar no teclado como gato que foge da água fria.Foram tantos os assuntos motivadores de 2010 que me levaram a produzir textos saborosos que brotavam do fundo d'alma. Mas agora...Nada!Escrever sobre o quê? Ano Novo, novas perspectivas, ou textos de tema político com a entrada de uma nova presidenta da República, que é um prato cheio para que as palavras surjam aos borbotões?Nada disso está gerando motivação...Assim:

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Passa ano, vara ano e para mim nada muda; as pessoas com seu mesmo jeito de sempre, sem nenhuma reciclagem em sua maneira de agir que as façam  mais agradáveis ao convívio social, apesar de cinicamente pregarem o contrário.
Quantos anos já se passaram em nossa existência, eles são velozes e muito breves, pois uma vida é um avião a jato que passa tão rapidamente e termina quando menos se espera.Tal fato deveria ser a mola que impulsionasse mudanças em comportamentos indesejáveis, egoístas e prepotentes, porém existem cérebros que parecem sofrer de paralisia, atrofiam-se e permanecem sempre insistindo em tocar a mesma nota desafinada a todo momento.
Que grande falta faz a disposição para aprender coisas novas! Por menores que elas fossem, já seriam de primordial efeito em mudanças em nossas maneiras de sentir, pensar e agir.
E nada existe de mais aborrecido do que o mesmismo, a predisposição a antimudança, a repetição de cantilenas que parecem milenares.
O egoísmo geralmente nunca é auto-avaliado por quem o exerce. É um escravizador de personalidades que sempre se acham superiores e melhores que as outras. Isso faz com que surjam críticas infinitas, sem fundamentação real, onde o espírito escravizado procura subjugar e culpar outros pelos problemas rotineiros que ocorrem e dos quais não se pode fugir...E na tentativa de encobrir o que não querem fazer, mil justiticativas inconsistentes são despejadas em nossos ouvidos fustigados.
É muito fácil transferirmos nossas vontades não satisfeitas em críticas indiretas a outrem que nem sequer culpa tem pelo que de mal acontece na vida, o difícil é arregaçar as mangas, assumir o que deve ser feito, ter a coragem necessária para cumprir obrigações que nos são inerentes e tudo isso sem apregoar o que foi feito pelos quatro cantos do planeta como se ninguém  o fizesse.
O narcisismo é outro mal que acomete a muitos que se acham superiores, os mais trabalhadores da face da Terra, os mais espertos e mais responsáveis, os melhores educadores, os mais notáveis pais, jogando os outros numa lata de lixo como se nada fossem, nada merecessem, ou realizassem.
A inveja,outra moléstia de que padece muitos seres humanos, faz com que só se tenha olhos para a vida alheia, da perscrutação dos seus detalhes e nunca deixando com que o invejoso tenha uma vida própria sobre a qual trabalhe e construa atos relevantes.
Existem aqueles que adoram a maledicência, desejam o mal a outras pessoas de forma tão veemente e assustadora que é possível murchar uma flor com seu próprio olhar. Pode existir coisa mais triste do que isto?
Antes de nos reunirmos para relacionamentos sociais, deveríamos ter pelo menos a noção de não monopolizar as atenções com essas boas qualidades que alguns têm predisposição a cultivar...
Nada mais triste do que passar 365 dias de um ano ouvindo as mesmas músicas aborrecidas, sem conteúdo e motivo justo para serem tocadas!
Vamos fazer sair de nossa boca apenas melodias eruditas, bem trabalhadas que tenham mérito para que possam ser apresentadas e atrair a atenção geral.
Outro terrível malefício que corrói mais que o câncer é a vontade de ter dinheiro,mas pior ainda que isto é não ter disposição para consegui-lo e tentar dilapidar o que outros construíram ao longo dos anos com o suor do seu trabalho.Há aqueles que malfadadamente só se aproximam de alguém de quem possam usufruir algum benefício, não se importando com humilhações de toda a espécie para conseguirem o seu intento.Desta forma, pelo maldito dinheiro alheio e o conforto que este poderá trazer sem esforço algum, são tolerados os maus gênios, as grosserias, as chatices desde que, é claro,haja a bondade de um grande coração recheado de reais, dólares ou qualquer outra espécie de vantagem oferecida.
Quando se vê a grande quantidade de abutres desta espécie em uma reunião social, às vezes é muito mais agradável isolar-se em uma paisagem solitária como a que vemos acima... Agora imagine só a possibilidade de todas essas qualidades estarem presentes em apenas uma individualidade. Isto é assustadoramente possível e totalmente intediante de assistir...
Haverá algum dia a possibilidade remota de que este quadro mude? É pouco provável que ocorra. A doença é incurável.
E isto só poderia acontecer quando todos entendessem que o trabalho é o principal fator que gera as mudanças necessárias e que a preguiça, esta terrível praga que consome a maioria dos humanos e que os torna chupins e aproveitadores daqueles que trabalham é a principal responsável por todas as lastimáveis mazelas que o ser, dito racional, apresenta.