sexta-feira, 31 de março de 2023

É possível conseguir uma alimentação saudável atualmente?

 👇

Entre outras comemorações, 31 de março celebra o dia da Saúde e Nutrição. Escolhi esse tema para discutir hoje porque é polêmico e adoro assuntos dessa natureza controversa, uma vez que como de costume, prega-se uma filosofia praticamente impossível de acontecer, enquanto muitos se convencem de que estão fazendo a coisa certa...

Já tenho vivido muitos anos, observado e ganhado experiências ao longo deles, dessa forma, tenho propriedade para versar sobre diversas matérias.

Hoje, temos a ciência e a tecnologia à mão para evidenciar detalhes sobre o funcionamento do nosso corpo; produtos criados aos milhares para fins nutricionais, drogas lícitas vendidas livremente no mercado para estes fins, adquiridos com facilidade se o cidadão dispõe de meios financeiros para obtê-los.

Conforme o tempo passa, sentimos seu peso em um organismo que já não trabalha como dantes, as carências vitamínicas, o desgaste físico e mental é evidente e nunca se falou tanto em uma alimentação balanceada, saudável com a finalidade de uma melhor qualidade de vida na idade adulta e senil.

Nesse ponto, começam as incongruências; já temos convivido com essa palavra, quando dizemos ângulos congruentes, estamos significando iguais da mesma medida, enquanto que o prefixo in adicionado, traz a negação, a incoerência entre dois pontos: é inegável que precisamos manter uma boa nutrição, no entanto, conseguimos esse intento?

Vamos por partes, o que é uma boa nutrição? São inúmeras as informações que lotam sites científicos, de cunho popular, orientação médica entre outros: vitaminas, proteínas, carboidratos na medida certa, fibras, oleaginosas, açúcares, entre outras que o organismo necessita.

A primeira questão que gira em torno do primeiro grupo, o  das vitaminas, é a questão econômica: poucos são aqueles que conseguem comprar frutas e verduras para manter uma dieta equilibrada nesse país, que disponham de capital para mantê-la, em especial os aposentados com  apenas um salário mínimo que precisam manter todas as suas despesas com tão pouco, principalmente num momento em que os preços estão pela hora da morte. 

Não podemos mais nos referir ao velho ditado "por preço de banana", pois a fruta rica em potássio já está valendo ouro, uma vez que seu preço passa de dez reais a dúzia, que dirá as demais frutas, as sofisticadas que aparecem na mídia como verdadeiros milagres para o corpo e a mente. Da mesma forma, as verduras apresentam um aumento sistemático de preço a cada semana. Pagamos muito por uma verdadeira bomba de agrotóxicos, adubos e pesticidas.

O que dizer então das proteínas? Carnes de qualquer tipo são praticamente produtos proibidos para muitos bolsos; leite, ovos já não podem mais substituí-los, pois entraram na mesma corrida do ouro; produzidos e enriquecidos com alta tecnologia, são oferecidos em larga escala para exportação e praticamente fugiram de muitas mesas que não têm poder aquisitivo para sustentá-los.

Os sofisticados oleaginosos nem precisam ser lembrados, são artigos de luxo, não servem para todos que deles precisam, restam ainda os carboidratos que também sofreram alta de preço, entretanto, vêm em maior quantidade como o caso do arroz e do macarrão. Enfim, a questão dinheiro pesa muito na balança do prato saudável.

Outra questão envolvida no tema é a qualidade dos produtos oferecidos à sociedade de maneira geral: altamente processados, industrializados trazem em sua composição altos índices de produtos químicos do tipo conservantes, corantes, aromas e outras porcarias mais que enfiamos goela a dentro sem opções de um orgânico acessível e de qualidade fiel. Os famigerados transgênicos, cuja aceitação veio através de um próprio e conhecido presidente da república apresentou-se como solução momentânea na questão da quantidade de oferta, entretanto,  foi o xeque-mate na questão de uma dieta alienígena, cujos consequências só poderão ser avaliadas ao longo dos tempos e já  começam a produzir seus efeitos nocivos na saúde da população, que atribulada,  atrás do seu pão de cada dia, não se dá conta e nem tem tempo ou a cultura necessária para se envolver nesse caso. E vox populi, vox dei, embora saibamos que o produto transgênico nem entra no continente europeu.

Alimentos totalmente inapropriados na dieta infantil mostram sua cara sorridente nas prateleiras dos supermercados a altos custos e baixos atributos para a saúde física e mental, enlouquecendo progenitores que não resistem ao choro de seus filhos e acabam em um tremendo sacrifício adquirindo esses falsos nutrientes. Os embutidos oferecem sérios riscos  cardiovasculares acompanhados dos açucarados responsáveis por altos índices de colesterol e glicemia no organismo infantil e de adultos. 

E a fome em pleno século XXI é realidade não apenas nos países paupérrimos ao redor do mundo, mas nele todo; uma fome funcional, assim como acontece na educação com os analfabetos funcionais, querendo significar que não se chega a morrer sem alimento, contudo o povo come muito mal, o que não se apresenta como ponto favorável a uma boa saúde.

E nesse ponto, eu pergunto ao caro leitor: temos condição de cumprir o que esse dia representa?