sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Boa-noite. O texto de hoje nos lembra de que não podemos cruzar os braços e como vaquinhas de presépio apenas balançar a cabeça...

Discriminação ou Contravenção?


Inacreditáveis e inaceitáveis as decisões que se tomam nesse país em relação à segurança em locais públicos e do cidadão pagador de impostos, que se vê totalmente abandonado, à mercê de marginais e contraventores sem nenhuma garantia ou qualidade de vida...
Os famigerados rolezinhos, eufemismo criminoso para denominar a invasão da tranqüilidade social que já se delineia como nova tática para obter dinheiro sem esforço, por incrível que pareça, está tendo cobertura legal que parece virar o jogo, rotulando como discriminação racial e social a decisão dos shoppings de proibir esses encontros “inocentes” de jovens de “bem”.
Alegando que todos devem ter os mesmos direitos, o Ministério Público diz em informações através da mídia, ser capaz de dar conta de ambos os aspectos, tanto do cidadão que pretende a seu bel prazer “relacionar-se” marcando os malfadados encontros, como do comerciante, que oprimido, atualmente encontra-se frustrado em seus direitos, correndo riscos de arrastões e de vida, apesar de arcar com a alta carga tributária que lhe é imputada.
Faz-se necessário um questionamento: que medida é esta que a Justiça Brasileira quer tomar? Ninguém questiona na mídia essa atitude, tal ato não é compatível com a democracia que se diz estarmos vivendo. Se não me engano, democracia significa: governo do povo e assim sendo, era caso para um plebiscito onde os principais interessados deveriam deliberar e racionalmente, não é assunto para ser decidido em gabinete fechado.
Na teoria é muito lindo dizer que ambos os aspectos serão contemplados, mas na realidade, vendo o país devastado como está e totalmente dominado por marginais e contraventores, tal afirmação chega a soar como uma piada, num momento em que não há mais segurança em local algum, apesar de a Constituição a garantir. Sabemos por experiência própria que a marginalidade cresce assustadoramente na mais tenra idade, não adianta fazer vista grossa e esses “rolês”, como todos já prevêm, têm intenção criminosa. Por que razão esses adolescentes precisam juntar-se num grande grupo e lotarem ambientes que sequer têm estrutura para tanto? Por que não formarem um grande grupo para estudos e trabalho? Tal atitude mais se assemelha a demonstração de poder, e poder paralelo...
Não venham com a velha história de preconceito social, de comiseração e jogada emocional para justificar o injustificável... Em momento algum, qualquer cidadão decente foi discriminado em shoppings ou barrado de frequentá-los, desde que esteja dentro da normalidade social, que encontra amparo em atitudes sociais sadias, próprias ao convívio em grupo.
Paira no ar, principalmente na mídia televisiva, um medo de comentar o assunto numa concordância com as medidas descabidas que vêm proliferando ultimamente por esse país e que não estão agradando e nem favorecendo a população trabalhadora.

O brasileiro não tem o hábito de se expressar por escrito sobre essas questões que tanto afligem a todos, é preciso mudar essa atitude, incentivar nova postura na tomada de decisões que cabem unicamente ao cidadão. Medo de repressão? Talvez... Mas, se não me falha a memória, não estamos em uma democracia?!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Aproveitando o gancho do texto anterior sobre a situação calamitosa da Saúde em nossa cidade e consequentemente em nosso país, é preciso detalhar também a situação das UBSs, ambulatórios e PSs que apresentam os mesmos problemas: gestão ineficiente, pouco inteligente, burocrática entre outras deficiências...

                        Sistema doente

A questão que não deve se calar é: Como pode um sistema de saúde ser tão travado, sem praticidade alguma que pouco favorece a população que dele precisa?
Não devemos ser neutros ou até mesmo ignorar as desvantagens do sistema público de saúde, pois até mesmo os mais privilegiados que podem financiar um plano de saúde privado, podem em algum momento necessitar de seus serviços. Ninguém pode prever em que instante irá precisar de atendimento médico de urgência, se lastimavelmente isso ocorrer em uma via pública, não importa se próximo a uma UBS, certamente não será atendido com a argumentação de que o estabelecimento não é Pronto-Socorro e como tal, não oferece estrutura para esse fim. Provavelmente, o cidadão deverá aguardar na rua a chegada de um SAMU ou Resgate do Corpo de bombeiros, principalmente se estiver sozinho e inconsciente, fato que infelizmente, não o possibilitará acionar o seu seguro saúde...
Mas, por que razão, não podem as benditas UBS oferecer também os serviços de emergência? Quantas vidas não seriam salvas com essa possibilidade, ao invés de apenas o atendimento regular e precário do dia a dia? O sistema deveria proporcionar o máximo e não o mínimo. Para começo de conversa, a distribuição do público pela rede física é inadequada, revelando que quem a administrou sequer conhecia a cidade de São Paulo, prejudicando o usuário que é obrigado a se cadastrar muito longe de sua residência, tendo postos de atendimento  mais próximos os quais não é autorizado a utilizar. Para melhor eficiência, seria necessário fazer uma redistribuição do público que revelasse maior inteligência e adequação racional.
Outro detalhe que reforça a má qualidade do atendimento nessas UBSs é o nível dos atendentes que ali trabalham e que mantêm contato direto com o cidadão que procura seu serviço. Tem-se a nítida impressão de que não há habilidade alguma, nenhum traquejo social, ou qualidade de educação para esse fim. Não querendo criticar a pessoa humana que ali se encontra, com raríssimas exceções, existem funcionários bem preparados, educados e humanos no trato e conhecedores da sua função. A maioria oferece um trabalho de péssima qualidade que faz com que o público sinta-se a pedir esmola, sendo maltratado a qualquer pergunta que faça, além de não obter a informação de que precisa como se nada tivesse pagado por esse serviço.
São funcionários que desconhecem a noção de “público” e, como donos da situação trabalham de mau-humor e predispostos a censurar e maltratar ante qualquer questionamento ou cobrança de informação. E o mais surpreendente é que tal fato acontece diariamente sem uma supervisão e um gerenciamento que sane esse mal e o corte pela raiz.   
E quando se trata de encaminhamentos médicos, então, é que a situação piora, é mais fácil ganhar na loteria do que consegui-los, dessa forma a população que necessita de um hospital especializado fica à mercê dessa péssima administração tendo que passar por várias unidades e ambulatórios muitas vezes nada conseguindo, apesar do “chá de cansaço” que leva peregrinando em verdadeiras via crucis por todas essas instituições. E todo o serviço é travado: ao encaminhar uma reclamação a uma Ouvidoria, não se consegue um funcionário que tenha um nível de conhecimento que proporcione o entendimento da sua mensagem, revelando uma morosidade a toda prova onde deveria haver agilidade, pois é uma das últimas instâncias a que o usuário recorre...
Para um melhor atendimento, não deveria haver essa história de atendimento condicionada a endereço e rede física, se o cidadão é contribuinte, não importa o local onde procura ajuda, ele deve ser atendido; da mesma forma quanto à questão de encaminhamento para hospitais especializados deveria ser fato normal, uma vez que o paciente apresente um laudo com histórico da doença que o consome. Por que dificultar o óbvio, causando a piora da condição do paciente ocasionada pela demora pouco inteligente e ineficaz? O cidadão não contribuinte da mesma forma é um ser humano e deve ser atendido quando a situação o requer.
No entanto, para o poder público é mais vantajosa a divulgação de falsos bons resultados que garantam a próxima eleição ao invés de arregaçar as mangas e administrar, fazer com que o sistema realmente valha à pena e faça retornar em benefícios os impostos e tributos pagos pelo cidadão brasileiro.
Até quando, meu Deus, o povo será escravo e padecerá sem atendimento digno vendo a sua saúde e de sua família correndo riscos  em instituições públicas onde proliferam o erro médico, a falta de higiene e o tratamento desumano de funcionários que mal remunerados e sem a qualificação necessária tripudiam sobre os menos favorecidos.
Se ainda há esperança é difícil prever, porém, enquanto esta situação predominar, pagaremos todos os nossos pecados aqui mesmo, na Terra...