sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Seja em fevereiro ou março, há séculos, a população do Brasil anseia e vibra com a chegada do Carnaval, festa máxima do nosso país...


Pão e Circo

Ultimamente, as manchetes que mais ocupam as folhas de jornais ou noticiários  de televisão são referentes às manifestações contra Copa do Mundo, corrupção, legislações, falta de moradia e tantos outros motivos. Estes acontecimentos sempre culminam em confusão, apesar de sacudirem o marasmo e o "carneirismo" que sempre envolveu o povo brasileiro, que apático, nunca sequer participou da vida política da nação ou reagiu contra os mais terríveis absurdos que vêm ocorrendo desde longa data na vida pública, que vão de má administração à corrupção e crime.
A forma que sempre foi usada para amansar o "rebanho" é sem dúvida o famoso "Pão e Circo" cujo sucesso remonta à história romana e sempre foi capaz de deter qualquer forma de revolta popular, atuando como distração cujo poder de satisfazer e acalmar a opinião pública é, e sempre foi surpreendente.
Obviamente, o futebol e o Carnaval aqui são sempre as melhores estratégias para provocar esse efeito tranquilizante, inebriante instigado pelas mídias mostrando todo o glamour desses eventos. Com isso, têm conseguido verdadeiros milagres com a mais sofrida e  difícil camada da sociedade, a classe pobre, que vivendo na mais completa miséria econômica, social e cultural é capaz de alcançar o nirvana através da visão de seus ídolos, verdadeiros super-heróis, ou deuses, em uma partida de futebol que se exibem semanalmente em sucessivos campeonatos... Da mesma forma, há um ano de preparação de alegorias, fantasias, sambas-enredo e de todos os preparativos necessários para que o país pare cinco dias na região sudeste e muito mais em outras regiões, para mergulhar na folia carnavalesca esquecendo-se de tudo e de todos ao representar uma escola de samba e lutar pelo seu sucesso. Pelo Carnaval, mata-se, passa-se fome, abandona-se pais, filhos e amigos em cinco dias de abdução total que só visa alegria, orgias e prazer.
De festa pagã da época do império, à apologia da cultura africana, a festa quase nada mudou no aspecto de liberdade sexual, libertinagem e abuso no uso de drogas permitidas e ilícitas, onde o comércio legal ou negro prolifera.
Porém, nada é para sempre, e as aparências nos mostram em formas de manifestações pelas ruas e praças públicas que esse "Pão e Circo" começa a perder o seu poder sobre a humanidade de todos os cantos do mundo.
O que surpreende é que apenas acontece a rebelião coletiva contra o evento da Copa do Mundo no Brasil, fato incompreensível num momento em que toda a negociação para esse fim já foi providenciada. De que vale toda essa ladainha agora? Chorar após o leite derramado de nada vai valer...
Tudo leva a crer que, ao contrário do que muitos afirmam,  esses atos públicos sejam coordenados por poderes políticos paralelos e não espontâneos, partidos da própria população. Há de haver um líder atrás de tudo isso.
O que não se ouve e certamente jamais se ouvirá, será o boicote ao Carnaval, pois se isso acontecesse realmente seria deflagrado  o início de uma guerra civil, fato que corrobora a hipótese de que há forças liderantes que operam e organizam as manifestações populares.