terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Amigos, estamos no limiar entre 2013 e o ano que se aproxima, mas as mudanças começam a delinear-se ao nosso redor deixando as marcas do que ficou...



Mais uma página virada







Acredito que com a maioria das pessoas nessa época do ano as transformações ocorrem; de maneira brusca, inesperada elas chegam com a proximidade de mais um ano que se avizinha.
É tempo de limpar os armários, jogar relatórios ultrapassados, atividades e avaliações, agendas e agendamentos.No meu caso, particularmente, inúmeras avaliações lotam armários, assim como aulas preparadas, livros e apostilas, atividades feitas com tanto sacrifício ao longo das horas, agora de nada mais servem, são apenas amontoados de lixo que aguardam reciclagem...
Foram tantas as reclamações coletivas de que o ano se arrastava, que os dias não passavam e de que as férias não chegavam e nesse momento,as solicitações apressadas para que esvaziemos os armários, entreguemos os diários de classe, assinemos papéis e tantas outras coisas. 
Muitos de nós jamais voltaremos a pisar nesse local novamente, no entanto, outros mais privilegiados, de cargo efetivo, ali continuarão, no ambiente familiar de tantos anos.
Os funcionários contratados, sem estabilidade ou qualquer vínculo são imediatamente desligados do estabelecimento onde lecionam, por meio de assinatura em um contrato de dispensa, mostrando com isso  uma discriminação a toda prova e além de tudo, se o contrato já estiver vencido permanecem em quarentena como que acometidos de uma doença contagiosa...
Perdoem-me a franqueza, porém não consigo escrever sem fazer qualquer tipo de crítica, ainda mais numa situação como a que se apresenta atualmente no Magistério. Ainda ontem,efetiva,usufruía de estabilidade e hoje de volta à profissão sem vínculo algum como se fosse a pior das mestras.
Tudo isso cala fundo em nossas almas ainda mais num momento de fragilidade como o é a época natalina que  fragiliza enquanto sensibiliza profundamente.
Tudo fiz hoje no derradeiro dia de aula. Desta vez, durante o trajeto, dediquei mais atenção aos detalhes das ruas, das lojas, pessoas e do trânsito.Entrei pelo portão da escola, não distraidamente como dantes, sabia que era talvez a última vez que por ali passava, observei as árvores ao redor, agradeci sua presença confortadora e adentrei  pela sala dos professores ouvindo os risos e comentários alegres de todos. Sabendo da dificuldade do momento, pois sou sensível a essas ocasiões, rapidamente esvaziei o armário, etiquetei a chave e a devolvi à diretora da escola.
O mais difícil foi a despedida, foram dias e noites de convivência diária, momentos difíceis, alegres, complicados, compartilhando a todo o momento com aquela grande família de professores que ali se reúnem nos intervalos das aulas e em reuniões.
Dizer adeus a cada um deles foi talvez uma das tarefas mais difíceis do que preparar aulas e avaliações, conhecendo a todos, cada qual com seus problemas pessoais e  personalidades diferentes, ter que fitá-los nos olhos e fingir ser forte, desejando-lhes felicidades e boa-sorte e um "talvez a gente se encontre no ano que vem" o que certamente não acontecerá, embargou a voz e exigiu das lágrimas para que não rolassem  piorando a situação.
Como é difícil a despedida, nessas situações e o constrangimento é geral, pois não temos como calar nossos corações e sentimentos.
A todos vocês professores, colegas,equipe e alunos da escola Joaquim Leme do Prado o meu muito obrigada pelos momentos preciosos convividos, por  mais uma página construída com imagens de vida e amor,e sobretudo pela possibilidade de aprender a viver mais uma experiência.
Desejo a cada um de vocês um final de ano próspero, feliz, que ecoe no decorrer do novo ano que em breve começa. Um abraço carinhoso.