terça-feira, 9 de abril de 2013

Continuando a narrativa...




VIAGEM AO MUNDO DESCONHECIDO - PARTE II






(capa original do livro que ganhei em 1963)


Falando um pouco do personagem principal:



Fernão de Magalhães era de uma família nobre portuguesa, nascido em 1480 na cidade de Sabrosa.Foi pajem na Corte de Lisboa antes de ingressar na Marinha Portuguesa. Navegador experiente, já havia participado de viagens às Índias e a África Ocidental. Lutando como soldado, sempre a serviço de Portugal, lutara contra os árabes no Oceano Índico e contra os mouros na África do Norte onde ferira-se na perna esquerda da qual mancava após esse ocorrido. Ganhava uma pequena pensão do rei de Portugal apesar da grande contribuição que oferecera ao país.

Objetivo da descoberta do caminho das Índias viajando pelo Ocidente:


O caminho das Índias navegando pelo oriente tornara-se perigoso, pois havia ali um bloqueio aos europeus por terras islâmicas hostis que atacavam os navios portugueses quando por ali passavam. A descoberta de um novo caminho pela direção contrária seria muito útil para a segurança da viagem.
 Como o rei D. Manuel negasse a Magalhães o apoio para sua viagem, o navegador pede-lhe a autorização para solicitar ajuda de outro monarca. Era certo que o rei não simpatizava com Magalhães, não atendendo nenhum dos pedidos que fez: não apoiou a viagem, desacreditando daquele homem simples; também  não lhe concedeu aumento em seu parco salário.
Contudo deu-lhe a autorização para que recorresse a outro rei.
O então rei da Espanha, Carlos V, era o monarca mais poderoso da Europa reinando sobre os países que formavam o Sacro Império Romano. Diante do pedido de Magalhães, pede que os sábios avaliem seus projetos de viagem e dá-lhe a notícia que  fora aceito e lhe concede o tão sonhado apoio.
Foram concedidos a Magalhães 5 navios: Trinidad, Concepciòn, Santiago, San Antonio e Victoria. Dentre esses navios, quatro deles eram carracas (tipo de navio mercante com três mastros), apenas o Santiago era uma caravela (embarcação menor e mais leve com velas triangulares para facilitar a navegação e dois mastros apenas).
Emocionado, ele recebe o documento das mãos do rei, intitulado "Capitulação". Na verdade, um contrato estabelecendo que ao navegador caberia a vigésima parte de tudo o que trouxesse das terras descobertas ao longo da viagem; direito de duas ilhas a cada seis  descobertas, além do título de governador dos países e ilhas encontrados. O mais gratificante é que Magalhães seria o comandante-mor da tripulação de todas as naus ocupando o posto de capitão general.
Começou a preparação para a fantástica viagem e a escolha da tripulação que contou com 265 homens perigosos de origem espanhola, francesa, portuguesa, italiana, inglesa, flamenca, norueguesa além de grega e alemã.Como a viagem era perigosa e o futuro incerto, poucos eram os homens que queriam aventurar-se, desta maneira foi preciso estender a difícil escolha a tantos países.
Durante esse processo de preparação para a partida, Magalhães sofreu toda a sorte de pressão, pois Portugal agora com medo de que o feito pudesse se concretizar, temia  ver o país rival, Espanha, tornar-se glorioso pela descoberta. Assim sendo, tenta impedir Fernão de partir. Além desse fato, houve também a inveja de outros navegadores espanhóis que não se conformavam com o fato de ser um português e não um espanhol a realizar a maior façanha da época...
Percebendo já de antemão todos os obstáculos que teria pela frente, Magalhães analisa a situação cuidadosamente e deduz certamente que haveria problemas futuros com os comandantes dos outros navios que se insurgiriam contra ele e até levantou os nomes: Cartagena, Mendonça e Quesada...
Esse foi o quadro em que se deu a partida da esquadra de Fernão de Magalhães em 1519.

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