Agora chegou a vez do cinema, fonte de lazer,bem-estar e entretenimento....
Cinema brasileiro, suas histórias, seus heróis
A produção cinematográfica considerada como a sétima arte oferece
oportunidades inúmeras de criação de um mundo ficcional que como dizem, pode imitar
a vida. À frente de uma tela, seja do cinema, da televisão ou de um ecrã de
computador, milhares de seres emocionam-se com as cenas apresentadas, chegando
facilmente do riso às lágrimas.
As obras literárias aí estão a oferecer opções maravilhosas
de recriação e adaptação que nas mãos de diretores competentes transformam-se
em verdadeiras obras de arte. Muitos países dedicaram-se nesse afã e ao longo
dos anos adquiriram conhecimento e tecnologia que os colocaram no primeiro
lugar do pódio destacando-se dos outros e abarcando bilheterias milionárias que
enriqueceram seus profissionais dando-lhes fama e poder. Com todo esse sucesso,
os detentores de toda essa técnica, egoisticamente não divulgaram seus
conhecimentos guardando a sete chaves o segredo da sua produção, e mais,
dominando o mercado nacional e internacional não permitindo que outra nação
divulgasse suas obras que engatinhavam num ensaio em busca do desenvolvimento.
Grandes e milionárias produções disseminaram e tornaram
conhecidas obras literárias, músicas inéditas e o trabalho de outros
profissionais de renome.
Atualmente, entretanto, esse tipo de arte sofreu, não digo uma
decadência, mas uma mudança radical na escolha dos gêneros dos filmes de modo
geral e que agradou o público mais jovem: as obras de ficção. Personagens de
outros planetas, super-heróis fantásticos que demonstram seus poderes
miraculosos, ciborgues e andróides criados em laboratórios entre outros,
perigosamente levam a imaginação da população para bem longe da cidade em que
vivem deixando de concentrar-se nos problemas diários para
divagarem nas ações de avatares criados pelos profissionais do cinema. Basicamente
hoje em dia, não se necessitam de grandes estórias a serem contadas, o que vale
são efeitos especiais que deixam qualquer simples mortal babando estupefato
pela qualidade técnica apresentada.
Há muito, os ídolos, os mitos deixaram de ser pessoas humanas
como somos, filhos do planeta Terra. Todos preferem vivenciar experiências em
Marte ou qualquer outra estrela desta ou de uma galáxia longínqua,
desconhecida. Se essa questão afasta o cidadão comum do mundo em que vive e
apresenta-se como um ponto negativo ou de mudança radical na vida humana, o que
dizer então do nosso cinema brasileiro.
De um tempo para cá, o Brasil, um país obscuro, uma estrela
de 5ª grandeza no mundo cinematográfico, passou a se desenvolver e a produzir
filmes com mais frequência. Apesar de não dominar a tecnologia, apresenta ainda
em seus personagens o homem real, o animal racional ou irracional que vai
passando a seu público lições de vida, o problema são com as lições que
passa...
É incrível, mas até críticos cinematográficos de renome
sentem-se indignados com a falta de caráter dos heróis que o cinema nacional
divulga: são assassinos, prostitutas, ladrões, traficantes, farsantes, policiais
corruptos, drogados e nunca, notem bem, nunca, um exemplo de dignidade e moral.
Qual a razão disso é o que nos perguntamos sem atinar com a resposta. Obras
literárias é o que não nos falta, temos escritores clássicos da língua
portuguesa que produziram verdadeiras jóias, porém não são nada valorizadas,
principalmente se os personagens são dignos e de bom caráter.
Nada contra o Modernismo e seus autores, mas é muito mais
fácil produzir um Macunaíma do que um Peri, o incrível é que a população não
tem mais interesse em conhecer obras em que o herói é honrado e verdadeiro, ao
contrário, prefere os vilões de vocabulário chulo que apresentem uma
personalidade duvidosa.
Poderíamos até produzir películas com esse tipo de
personagens, mas não as termos como regra geral, oferecendo a premissa de que
nesse país só temos o maucaratismo e a frouxidão de caráter como marca
registrada. Sem contar que esses filmes são exibidos lá fora e são julgados e
analisados por críticos cinematográficos de todo o mundo. Se observarmos bem,
os heróis são estereotipados assim como a cultura que eles passam em cenas
promíscuas de sexo, carnaval, corrupção, drogas onde os cenários são sempre locais
empobrecidos material e mentalmente, não servindo como forma de crescimento a
nenhum espectador, pois em momento algum são apresentadas qualidades
dignificantes dos seres, contrariamente com eles aprendem-se apenas lições de
prostituição, pedofilia, desvios mentais, indução ao tráfico e consumo de alucinógenos.
Basta que vejamos os títulos e já deduziremos o resto: “Cidade de Deus”, “Manda
Bala, “Tropa de Elite”, “Bruna Surfistinha”, “O cheiro do ralo”, “Carandiru”
entre outras pérolas do gênero.
E com toda essa temática, qual o exemplo que fica para nossas
crianças e adolescentes assistindo a cenas de violência, sexo e drogas?