O ano está já no seu final.Pouco é o espaço que nos separa de outra época e de novos acontecimentos. Não se esqueçam, entretanto da experiência vivida...
MAIS UM NATAL PASSARÁ...
Mais um ano que se
vai....Não sei, mas esses términos de ano dão-me uma sensação triste de
perda.Se pudesse associá-los a uma pintura seria a surrealista de Dali, “ A
persistência da memória” sobre o tempo que se esvai presente em todos os
objetos e acontecimentos ao meu redor. Realmente a frase tempus fugit para mim é a
que melhor ilustra este período. Não sei se a proximidade do final do ano
provoca em outras pessoas essa mesma sensação: uma vontade de reter comigo
todos os momentos vividos; os sorrisos, lágrimas e alegrias sem deixar que se
vão, não permitindo que escapem e não
voltem jamais...Porque são únicos, presos a episódios que não se repetirão.
Numa observação constante das pessoas que me rodeiam, sinto-as apressadas,
ansiosas para livrarem-se de seus afazeres com a finalidade de entrarem no
clima natalino, esquecendo-se de que estamos virando mais uma página importante
da nossa existência a qual muitos negligenciaram, trataram com descaso, usando palavras ásperas,
vulgares na sua composição. A agitação pelo consumismo exagerado e a ida às
compras são o motivo principal de tanto descaso para com o ano que agoniza. Ninguém
se lembrou de analisar sua conduta, ponderar se realmente ela foi válida como experiência
para que os erros não se repitam no próximo ano. Vejo pelo caminho de volta
para casa pessoas se despedindo superficialmente das outras, até trocando
presentes de amigo secreto numa pressa incontrolável deixando escapar preciosos
e únicos instantes cujos personagens poderão não estar presentes dali a
segundos.
O final do ano leva com ele o término de muita coisa, de
amizades que se desabrocharam muitas das quais murcharão e não voltaram a
nascer novamente, de projetos de vida e de trabalho tão sonhados e sofridos em
expectativas que agora nada mais são do que poeira ao vento, de relacionamentos levando sonhos e planos para o nada e para
tantos outros o fim de vidas de entes queridos que ao partir levaram um pouco daqueles
que tanto os amaram.
O término de um ciclo, é isto o final do ano, trabalhos que culminam,
e saudades muitas saudades... E enquanto todos riem e bebem e comemoram, eu me
entristeço, sempre.
Quantos discursos, juramentos proferidos nessas épocas que me
ressoam através do tempo sempre povoados da névoa da tristeza pela consciência
de que estou passando junto com os momentos preciosos onde mais uma etapa se
vai.
Sinto pelo que não foi realizado: abraços não trocados,
palavras mais eficientes ou carinhosas que deixaram de sair da minha boca no
momento exato, da ajuda não oferecida na oportunidade que se foi, do sentimento
não revelado pela timidez ou carência de tempo, do carinho não oferecido na
hora certa em detrimento do trabalho, do agradecimento sincero que não se
verbalizou a quem merecia... Infelizmente somos seres humanos! E quantos erros
cometemos! Prometemos a nós mesmos que no ano vindouro será diferente e tudo mudará, porém os mesmos erros ocorrerão ocasionados pela maldita pressa. Por
tudo isso, é que talvez queira prender o tempo não deixando que ele escape.
As festas natalinas se aproximam, muitos desejos, encontros e
confraternização vão acontecer, mas certamente nunca haverá de nossa parte a real importância
que devemos dar aos momentos vividos...