O tema do texto anterior, como
afirmei na introdução, daria uma tese de doutorado dado à vastidão de aspectos
que envolvem o jeitinho brasileiro de viver. Esse blog não tem grande número de
visualizações, entretanto acredito que deveria ser visto por profissionais da
administração pública para conscientização do enorme descaso que demonstram
quanto às violações dos direitos do cidadão, transgressões e agressões diárias à
Constituição...Mas, continuemos essa saga.
Por que não tomar atitudes em tempo hábil???
Quem ler esses textos certamente
concordará com o que aqui está expresso por simples questão da veracidade que
essas palavras representam em relação aos fatos que acontecem no Brasil. Talvez
ocorra esse tipo de coisa em outros países também, dado ao fato de que a
decadência da Educação não ocorreu apenas aqui em nosso país, não podemos nos
esquecer de que nossas leis são importadas de outras nações.
Não se é possível depreender na
sua totalidade como se deu essa mudança no comportamento das pessoas, pois ela
foi se manifestando paulatinamente, simultaneamente aos efeitos catastróficos
produzidos pelas leis da Educação que geraram cidadãos inaptos, sem cultura,
grosseiros, nada solidários, além de impunes, consequência de inúmeras
premiações e promoções sem mérito algum. Não existe em nossa vida, em nosso
trabalho, seja ele qual for, prêmios sem realizações. Esse suceder de gerações
transformadas ao sabor dos anos foi acompanhado por uma industrialização e
capitalismo desumanos que gerou toda a sorte de problemas sociais num mundo em
que o valor do ser humano foi minimizado em maximização dos bens de consumo e
grifes poderosas trazidas pela globalização.
Porém, de que nos adianta agora
lamentar fatos que são realidade, que já foram formados sem que ninguém os
observasse e lhes fizesse uma avaliação? O fato é que seu resultado nocivo aí
está, não há mais como resgatar a grande perda: a lapidação da alma, um
trabalho contínuo e árduo que mestres e educadores de ontem tinham a
possibilidade de realizar, aliás, nem se
percebe mais espírito nos homens da atualidade que só valorizam dinheiro e
poder...
O que foi perdido, perdido está,
não há como mudar, ou há? Não sei, questão de difícil solução. O que não
podemos deixar é a continuação deste comportamento passivo, que nada faz, não
mostra sangue nas veias, não tenta mudar o que não é correto, atitudes
coniventes com um sistema sórdido, submisso e ultrapassado que robotiza os
seres tornando-os inanimados e fúteis...
As atitudes de agressões às leis
e aos direitos já muito cedo se iniciam, começam em teoria nas escolas e
termina em prática na sociedade. Além de vandalismo no trânsito como citado no
texto anterior, há inúmeras formas de manifestação e outra muito frequente que
de muito já começou é a pichação de fachadas, de monumentos e obras de arte.
Confundem-se o público e o privado. Não há a noção de patrimônio, de
preservação e cultuação ao passado.
Nunca houve da administração
pública uma atitude que, de início, cortasse o mal pela raiz e convivemos com
uma poluição visual permitida; uma arte às avessas que de modo rude exibe formas
e cores que denigrem e sujam, produzindo um efeito moral desastroso, além de
violar direitos daqueles que insistem em manter suas fachadas limpas, gastando
latas e latas de tinta sem, no entanto, conseguirem seu intento ganhando apenas
o desrespeito, pois tiveram a infelicidade de nascer em um lugar que não dá a
devida importância a nada. Obras de arte vistas pelo prisma dos vândalos, nada
significam, museus não interessam, pois passado é lixo e futuro é incerto...
Cidadãos ditos pobres, carentes
que encontram dinheiro para comprar tintas caríssimas em spray para
emporcalharem uma cidade toda. Cidadãos de classe média e rica que também apresentam
atitudes semelhantes, afinal os extremos se identificam, não há mais a formação
e aprimoração de personalidades nem na escola, muito menos nos lares vazios
onde pais e mães se ocupam apenas em ganhar dinheiro, relacionamentos sociais e
aquisição de bens infinitos...
Se as prefeituras de cada cidade
cuidassem do bem comum e tivessem vista para as pequenas coisas do dia a dia, não
teríamos hoje o cenário de degradação total que toma grandes avenidas e que
espalha sua marca registrada por fachadas de estabelecimentos comerciais, por prédios
fechados, públicos e obras de arte além de se estender também para as habitações
residenciais. Com a desculpa de “democracia” a pouca vergonha se expande e não
é reprimida num primeiro momento, fato essencial para que se contenha a
improbidade, para que haja obediência às leis e o respeito ao bem comum.
Como viver em sociedade sem
regras ou leis? E se as leis foram criadas para uma boa convivência como não
obedecê-las? E para que autoridades se as leis não se cumprem? Se alguém tiver
a resposta, por favor se manifeste...