quarta-feira, 26 de outubro de 2022

 Um episódio desconfortável envolvendo questões políticas em um grupo de amigos da adolescência no Whatsapp, e o comentário de um dos membros do grupo a esse respeito foram a mola que me impulsionaram a escrever mais um texto.


Quando seremos nós mesmos?





O ser humano é complexo, é um misto de emoções diversas, tem a capacidade de amar, sentir saudade, arrependimento, compaixão e ódio...

Mas que sentimento é esse chamado ódio? Sabe-se que vem de longa data e é responsável pelo desmoronamento de amizades, amores, relacionamentos em geral. Em que momento ele nasce, apodera-se do comportamento, para liderar sozinho uma conduta destruidora? Através dele, grandes guerras foram planejadas e levadas a cabo, grandes amores foram exterminados, amizades quebraram seus laços e deram lugar ao isolamento e insatisfação. 

A humanidade, em outros tempos, de compreensiva, tolerante e  inofensiva passou à tolerância zero, a usar palavras rudes no trato, ações agressivas emocionais e físicas capazes de levar à morte; pôr fim a uma existência, muitas vezes de pessoas próximas, queridas; cônjuges, irmãos, vizinhos, parentes. Nada é capaz de deter uma pessoa acometida pelo ódio, desaparece o poder de análise e reflexão para ceder lugar a atos insanos que jamais poderão ser consertados ou esquecidos.

Temos como principais motivadores o materialismo selvagem,  o egoísmo, a vaidade ferida, a traição, ou até mesmo contradição de opiniões. Eu diria que a falta de respeito, o avançar no território ideológico de outrem, o orgulho, a apropriação da verdade seriam as principais causadoras deste mal que assola o mundo moderno . 

A mídia apresenta-se como a vilã capaz de gerar, bem como, instigar o ódio e inseri-lo no bojo da sociedade. Através dela, verificam-se a separação dos homens e seus pares, o racismo, o preconceito, a comparação e guerra entre os sexos e sua ideologia, a  inimizade política, a instabilidade entre casais e poderia aqui, enumerar milhões de incitações provocadas pelas mídias massivas como a televisão, internet em suas redes mundiais.

Muitos podem discordar de que os meios de comunicação tenham responsabilidade nessa tragédia toda, entretanto, se pararem para analisar, verificarão  a repetição maçante,  não de informações, mas de intenções, objetivadas por poder econômico e competição exacerbada em detrimento da utilidade pública e apresentação de uma cultura e educação de qualidade. Diante disso, estamos presenciando um racismo selvagem como nunca visto dantes, crimes de ordem político-partidária, homicídios e feminicídios em grande escala, isolamento social, preconceito econômico, ocasionados pela  divulgação de violência, tráfico de drogas e pessoas, produção de literatura que incita a banalização de sentimentos nobres, de valores imprescindíveis do ser humano, da sexualização precoce, da valorização de grandes marcas como forma de status,  da cultura inútil, entre tantas outras pérolas geradoras de enriquecimento para quem as elabora e as tornam pública. 

Os próprios assuntos tratados nas redes sociais tem seu princípio em temas levantados pela mídia; as pessoas esqueceram-se de como iniciar um diálogo saudável com suas próprias palavras e falam com a linguagem publicitária. 

Há sempre os partidários de opinião que se tomam como "donos da verdade absoluta", que além de não apresentar a ética de respeitar concepções contrárias a sua, agridem verbalmente seus interlocutores, usando palavras ofensivas que provocam o início de uma discussão que muitas vezes não acaba no território digital. É preciso lembrar que atitudes impensadas e não ponderadas afastam e magoam pessoas que poderiam ser nossas companheiras, aliadas nessa estrada única,  chamada vida.

Insistir muito em um tema é a matéria-prima dos jornais e reportagens atualmente, é uma forma de puxar a corda para formar paranoicos, seres sem raciocínio e robôs descontrolados. É lamentável, mas precisamos urgentemente nos libertar das mídias e reconhecer sua intencionalidade em criar adversidade e rancor!




E o que você, caro leitor pensa a esse respeito? Deixe aqui seu comentário, ele será muito bem-vindo!