segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

 Serão os filhos para o mundo?


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Deixei de prestar atenção à estrada e suas belas paisagens, para me concentrar em uma entrevista com a competente psicóloga Cleuza Canan concedida através do rádio. Especialista em tratamentos e terapias em favor de dependentes químicos, falou pelo menos durante uma hora aproximadamente sobre o tema, esclarecendo vários pontos importantes a respeito.

Para introduzir o assunto, explicou sobre os vários tipos de drogas tanto as lícitas como as ilícitas e não apontou pontos positivos em  nenhuma delas; tanto o  cigarro quanto o álcool trazem malefícios ao sistema nervoso central, atuam na região frontal desenvolvendo uma falsa ideia de prazer temporário, cujo efeito passa, induzindo o indivíduo ao uso, o que vai desenvolvendo dependência química. Sobre a nicotina, os estudos apontam que a toxidade do produto não atinge apenas o fumante, mas também a quem estiver próximo.

Apesar de serem consideradas permitidas socialmente, trazem imensos danos ao organismo humano e no caso do álcool, classificou-o como uma das piores drogas que uma pessoa pode ingerir, no sentido da dependência e dos efeitos que causa, destruindo neurônios e a vida social do viciado. A profissional definiu alcoolismo como algo de que a pessoa não consegue se livrar e de que não pode deixar de usar. Não importa a quantidade, a frequência  e o mal-estar que sua abstinência traz, são indicadores da dependência. Atualmente, esse vício atinge o público mais jovem e até crianças de nove anos dado a facilidade de obtê-lo,  apesar da venda proibida  a menores.

Quanto às drogas ilícitas, houve a informação de que geralmente o uso  é mais comum em pessoas que já consomem as substâncias lícitas, sendo a canabis, a mais comum delas. Salientou que ao contrário do que muitos afirmam, ela é muito diferente do canabidiol, medicamento legalizado para tratamento de moléstias mentais. O primeiro é tóxico para o organismo, leva à dependência e causa esquizofrenia com o passar do tempo de uso, além do mais, por conta da banalização do consumo e informações errôneas, traz ainda um agravante quanto a preparação do produto: feito por pessoas comuns, sem preparo científico visa apenas lucro, não se importando com a qualidade da substância.

A psicóloga afirmou da importância do tratamento contra a dependência que impreterivelmente deve envolver internação, psicoterapia  e uso de medicamentos que façam uma limpeza no organismo, uma vez que no caso da maconha, a canabis impregna o cérebro. Muitas vezes não são apenas pessoas comuns que a utilizam, salientou que nos dias atuais, recebe muitos pacientes da área médica, esses profissionais que durante a pandemia de Covid-19 tiveram uma exacerbação de trabalho em sua jornada nos hospitais e usaram a canabis para relaxar e conseguir suportar uma carga exaustiva em seus empregos. O mesmo se deu quanto ao uso de barbitúricos, anfetaminas e benzodiazepinas, entre outros.

Foi abordada também a questão das bebidas à base de cola e outras que envolvem produtos químicos e  sintéticos que, da mesma forma, são nocivos à saúde, cabendo aos pais a responsabilidade no sentido de oferecer uma alimentação mais saudável a seus filhos.

A pergunta que não quer calar é: Por que razão nestes tempos modernos as pessoas procuram tanto os vícios para se alegrarem? Num passado não muito distante, os jovens em sua maioria levavam uma vida mais saudável em contato com a natureza e com pessoas ao seu redor. Havia sim, aqueles que procuravam substâncias lícitas e ilícitas, porém o número era irrisório se compararmos com a atualidade. Essa profissão de psicólogo, nem quase existia, os padres em seus confessionários exerciam essa função, ao ouvirem as pessoas, aconselhando-as, dando-lhes penitência, assim, aliviando sua tensão emocional.

A educação era única e exclusivamente dos progenitores, sem intromissão de mídias que produzem uma arte violenta e ambientes pouco recomendáveis aos jovens. A disciplina e limites de comportamento já se iniciava na própria escola, em ambientes sadios que cuidavam da cultura que transmitiam a seus discípulos com carinho e competência, formando o cidadão na sua totalidade com retidão de caráter.

O progresso tem vários pontos positivos, porém produziu pessoas tristes, que não conseguem encontrar a felicidade a não ser consumindo exageradamente e adquirindo vícios que não lhes favorecem a saúde física nem mental.

Tornou-se difícil educar um filho. Hoje dizem que são cidadãos do mundo, mas um mundo cão que não se importa nem um pouco com eles.