domingo, 5 de fevereiro de 2023

A primeira sociedade é uma instituição falida?


 imagens: freepick



 Entende-se por uma sociedade, a união de pessoas que trabalham conjuntamente para alcançar um objetivo. Buscando cumprir  metas, muitos sentimentos são envolvidos para se atingir um fim. Entre eles estão presentes inúmeros interesses como garantia de  status, projeção social, além dos econômicos obviamente. Existem grupos que se formam com o intuito de pesquisa científica, outros se voltam para fins filantrópicos; ainda há aqueles de cunho exclusivamente profissional; enfim, são inúmeros.

Quando o envolvimento entre os membros de um grupo tem por base emoções, principalmente de caráter afetivo, temos o grupo familiar. Certamente, a primeira sociedade de que se tem notícia no mundo, a família como é concebida originalmente traz em seu bojo como princípio e base principal o amor. Durante muitos e muitos séculos, essa foi a sua  principal concepção: desejo sincero de formar pessoas dignas, felizes e aptas para a vida em sociedade. Nesse caso, a questão afetiva sobrepujava interesse financeiros e escusos, funcionando com o objetivo único de sucesso dos seus membros. É óbvio, que sempre existiram as exceções à regra, mas nestes,  o final era sempre de fracasso,  desintegração e desestruturação de seus elementos.

Como exemplo, podemos citar casamentos contratados por interesse e acertos entre pais que exerciam muito mais a função de comerciantes, visando lucro e oferecendo seus filhos como mercadorias. Revendo a história geral, temos o caso do imperador romano Júlio César, assassinado pelo próprio filho adotivo, Brutus; entre muitos outros casos que ocorreram no passado. Entretanto, quando a família recebeu uma organização religiosa o objetivo foi a monogamia, um sistema ainda patriarcal onde a palavra do pai era essencial, o propósito era a preservação dessa estrutura.

Podemos observar que atualmente esse conceito vem sendo dilapidado vorazmente através do tempo. Nessas novas eras em que a tecnologia ganha espaço vital entre os seres humanos e em grande parte tem sido apontada pela causa de facilitação da poligamia, desentendimentos e até mortes é que nos questionamos como chegamos nesse caos sem solução. Certamente, basta lermos algumas informações científicas para  tomarmos ciência do tamanho do mal causado aos membros familiares por uma separação: desajustes emocionais, personalidades distorcidas, violência, criminalidade, autismo, doenças psíquicas, somáticas e tantos outros. 

O problema crucial encontra-se na falta de amor: casa-se por interesse financeiro e  ascensão social, e o resultado é simplesmente jovens na flor da idade unindo-se a idosos endinheirados. Será amor? Com raríssimas excecões, é lógico que não, união em que se aguarda avidamente a morte do parceiro para a posse de fortunas econômicas. Quando não,  muitos já sobem ao altar (ou melhor, nem sobem, amasiam-se) com a intenção de separação se não der certo.

Perdeu-se totalmente a noção de dignidade e caráter. Se não temos família, e sim a desestruturação, a sociedade conta com um rebanho de jovens perdidos pela vida, sem orientação alguma, privados de bens materiais, alimentação e vida digna, entregando-se à mercê da sorte, formação duvidosa, marginalidade. Nada se pode fazer, uma vez que o caráter é formado basicamente aos sete anos de vida. 

Não há interesse em controle de natalidade, nem ouvimos falar disso, quando muitos casais que não poderiam ser responsáveis sequer por um animal de estimação, lotam o exíguo espaço com filhos que não podem criar decentemente. E o resultado aí está: mal caratismo geral, falta de noção moral, ética, empatia, civilidade e compaixão. 

Diz-se que o casamento hoje, é uma instituição falida, verdade nua e crua, a liberdade  cedeu lugar à libertinagem, ao prazer desenfreado, sem limites e egoisticamente o ser humano destrói o mundo ao seu redor...