quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Olá, amigos. Aqui estou mais uma vez para uma nova postagem, sei que ela deve ser semanal, mas para quem gosta de escrever é um período longo em demasia, por isso às vezes, antes desse prazo algumas idéias começam a fervilhar em minha cabeça e não tem como não digitar os textos que vão se compondo naturalmente. Gostaria de ter enviado esta publicação no dia de ontem que foi o dia da árvore, essa amiga silenciosa da mãe natureza que cumpre seu destino bravamente nos dias modernos. Ninguém melhor do que ela para receber homenagens e agradecimentos. Porém, ontem, tive que viajar para tratar de um processo judicial que há quatro anos se arrasta monotonamente na cidade de Rio Claro, São Paulo, cidade onde já residi por quase quinze anos. Mas este comentário fica para outra postagem se ele assim o merecer...



Logo que expirei o ar poluído e seco desta cidade de São Paulo, já me encontrava dentro do carro na Rodovia Bandeirantes, inspirando ar puro.E observando a magnitude das árvores, lembrei-me de que dia 21 de setembro era o seu dia. Algumas lágrimas de chuva preguiçosa teimavam em cair sobre o pára-brisa, enquanto divagava pensamentos observando todos os tipos de árvores por que passava. É claro que não estava dirigindo, senão...


Amo-as todas, sem preconceito, elas são responsáveis pelo equilíbrio do clima e do regime da pluviosidade, além de nos confortarem com sua sombra, seus frutos, flores, enfim, seu tudo.


Apesar da magnitude e esplendor de muitas espécies, resolvi escrever sobre uma delas em especial: os eucaliptos. Sei que para eles existirem, muitos outros vegetais tiveram que dar sua vida para o sacrifício. Sei também que é um tipo de árvore que vem de outro país, a Austrália, e que alguns estudiosos temem que ela danifique o solo tornando-o árido e também que possa mudar todo o ecossistema ao seu redor, por  não produzir frutos e assim a fauna, especialmente os pássaros, realizam o êxodo da sobrevivência debandando-se para outras florestas.


Mas... O que se há de fazer, eles existem no Brasil há bastante tempo e têm sua beleza... Assim...


Lembre-se, pelo menos de vez em quando, de que você veio da natureza, que ela é seu habitat natural,sinta-se selvagem, ande por bosques, respire fundo, acaricie uma árvore,sinta a textura de uma folha, a exuberância de uma flor, seu aroma, o cheiro da terra, pise-a com os pés descalços, cabelos ao vento,e, sobretudo, respeite e defenda as árvores para que não seja sufocado pela selva de pedra da cidade. Isso é terapia de graça e facilmente a seu alcance, pois a natureza não cobra pedágio.










Os eucaliptos



As folhas dos eucaliptos são novas nesta época do ano; sua cor é de uma tonalidade mais clara.


Quando o vento sopra, os galhos pendem à sua mercê, fazendo um imenso e agradável som , semelhante ao das ondas do mar quando vêm em direção à praia.


Observando o seu balanço, o farfalhar das folhas nos dias de vento, ou a sua imensa quietude quando o tempo está abafado como hoje, sinto que eles me transmitem paz, sobretudo através da sua calma, obedecendo às leis que a natureza dita.


Adoro olhar sobre o muro do meu quintal, estas árvores gigantescas, principalmente nestas horas fugidias que antecedem o entardecer.É um velho costume que tenho desde que me mudei para esta casa.


Ao longe, as montanhas azuladas e aqui, bem próximo a mim, esse mar verde de folhas, sacudindo-se ao vento.


Agora parece que vai chover. As nuvens estão passando rapidamente e o céu, antes azul, vai tomando uma cor plúmbea. O vento está soprando com mais força levantando poeira para o alto. Os eucaliptos dobram-se com sua força. E aquele rumor que faz lembrar o mar, retorna...


Pássaros lépidos voam à procura de abrigo.


Os relâmpagos ofuscam o céu com seus flashes acompanhados pela percussão dos trovões que ecoam além das montanhas.


Chove. Uma chuva mansa, quase muda. Da terra molhada, desprende-se um odor delicioso ao olfato.


Os eucaliptos balouçam-se. Suas folhas tremem ao toque dos pingos d’água. Mas quando toda essa agitação que acompanha os temporais cessa, eles voltam a aquietar-se.


Cai a noite. Se ela é sem luar, a sombra das imensas árvores são gigantes assustadores, porém se há lua, os eucaliptos banham-se na sua luz tornando-se ligeiramente prateados.A magia do luar se faz presente em cada uma das folhas que reflete através das gotas de orvalho a auréola argentina da lua...