quarta-feira, 22 de maio de 2013


Olá, amigos blogueiros. O assunto hoje é a Virada Cultural da cidade de São Paulo. Um evento que tira de casa milhares de pessoas para assistirem a shows, apresentações de teatro e dança, além de grupos folclóricos, regionais. Mas fica aqui a pergunta: A cidade estará estruturalmente preparada para este fim? Ou estaremos à mercê da sorte mais uma vez?




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Virada Cultural ou Virada Mortal?



São Paulo, uma metrópole maravilhosa sob o aspecto cultural, arquitetônico e histórico, afinal de contas, são quase cinco séculos de existência. A esta riqueza físico-cultural deveria também somar-se um desenvolvimento social compatível, exibindo pessoas de um nível cultural melhor e seres humanos que assim pudessem ser chamados, em cujo estágio intelectual se espelhasse a pujança da terra paulista.
Entretanto, de algumas décadas para cá, a situação vem piorando a cada dia, fato que coincidentemente ocorre com a decadência da Educação, não diria só no Brasil, mas em todo o mundo e uma tremenda inclinação à miscigenia de povos, fato totalmente aprovado pelas novas tendências mundiais e direitos humanos no sentido de acolhimento a todos em obediência à lei de ir e vir que garante os direitos democráticos dos cidadãos em todo o planeta. Desta forma, as emigrações, imigrações e migrações foram ocorrendo sob os mais diferentes motivos; para construção de cidades e obras, para suprir falta de trabalhadores em fábricas, indústrias ou empresas clandestinas e para grandes empreendimentos. Desta forma, os deslocamentos de pessoas foram ocorrendo aos borbotões, crescendo assustadoramente com o passar dos anos, no início, somando novas aquisições culturais de outros países e estados brasileiros.
Até aqui, tudo bem, acréscimos são benvindos como aumento de conhecimentos sobre o novo, porém quando vemos nossa cultura ser absorvida por outras e nunca mais ser mencionada, a sensação de perda aparece e o vazio que produz nos causa a impressão de que não existimos mais, pois cultura é vida, passado é presente e futuro em nossas vidas.
Realmente o que aconteceu no Brasil e no resto do mundo foi exatamente isso, propositalmente, por certo, o povo é sempre o último a perceber as intenções implícitas em ações como esta e muitas outras.
Quando se traziam pessoas de fora para trabalhar com a desculpa de que não havia número suficiente de trabalhadores para aquele fim, há aí uma verdade, porém com as migrações, principalmente, houve a contratação de mão de obra barata, que mesmo sem a qualificação necessária seria totalmente viável em um sistema em que o povo, pouco seletivo, não exigia qualidade. Resolviam-se no caso, dois problemas: a do pouco investimento em profissionais e a questão do desemprego e más condições de vida de outras regiões.
Quem perdeu nesse caso? Ambas as partes: o migrante com a desintegração da família e separações; o nativo com a adaptação forçada a uma cultura de fora que lhe foi imposta, pois em nenhum momento a sua foi por ele respeitada, tendo que conviver com superlotações em todos os setores da sociedade; transporte público, trânsito, hospitais, escolas etc. Como se isso não bastasse, já não foi possível ao habitante original do lugar conviver com seu folclore, exemplificando, suas festas juninas, aos poucos, foram se transformando em festas regionais de outros estados, ilustradas por ritmos que já não eram os seus.E assim foi ocorrendo com todos o seus costumes. Quando menos se espera, ele é o estranho do ninho, sua culinária, arte, música já não lhe dizem mais respeito. Isto é cruel, um genocídio psicológico que ninguém comenta até hoje e se fala qualquer coisa contra migrações ele é o preconceituoso.
Não cabe aqui o sentimento do preconceito. Não é isso, absolutamente. O belo da vida são as diferenças sendo preservadas e não a unificação de um povo, o que infelizmente está ocorrendo.
Voltando ao caso da Virada Cultural, ela ocorre num ambiente em que já estamos numa terra de ninguém, principalmente para os poucos descendentes de paulistas que hoje são a minoria nesta cidade, onde a falta de estrutura para receber tanta gente gerou problemas sociais gravíssimos, como a tremenda falta de segurança que é o que mais nos aflige num momento onde em todo um país só há um tipo de folclore praticamente.
Como oferecer cultura num clima destes? Onde o povo de maneira geral não respeita o seu par, subtrai o que não é seu e até mata? Também, não há uma coerência nas apresentações a serem realizadas quanto ao ambiente oferecido para a exibição dos eventos: assim, espetáculos de balé clássico são realizados em palcos horríveis, improvisados, que não permitem uma boa performance e ainda expõem os profissionais ao ridículo por não proporcionarem o equilíbrio e harmonia e nem clima para esse fim, tendo que resumir um pás-de-deux em apenas uma parte por falta de segurança. Enquanto isso, abrem-se as portas do Teatro Municipal para apresentações de shows de cantores populares cujos nomes aqui não serão citados por motivos éticos. Onde foi parar a coerência na escolha dos ambientes para apresentação? O que se pretende com tudo isso?
Como se não bastasse, temos que nos policiar e ter o maior cuidado para que não sejamos vítimas de arrastões, assaltos a mão armada e latrocínios. Há que se ter muita coragem para sujeitar os cidadãos a correr tanto risco sem a segurança necessária.
Realmente, o Brasil tem que se esforçar muito ainda e organizar mais a casa  para convidar alguém a assistir a espetáculos coletivos.
Espera-se que a Copa de 2014 não se transforme em palco de tragédia, afundando de vez o nome do país...