quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O outro lado da moeda...

Agora já é quase que tocável a noite de Natal. Muitas pessoas correndo pelas ruas como formigas atrás do açúcar, desculpem a comparação, mas o desespero para satisfazer a vontade de todos é grande neste instante e, aqueles que trabalham sem até o presente momento terem tempo de comprar seus presentes, aproveitam os minutinhos de descanso para se aventurarem   mesmo "singing in the rain" para levarem   para sua árvore de Natal os mimos que garantirão a alegria de todos. Já é quase possível apurar o olfato e adentrar dentro dos milhares de lares espalhados pelo mundo todo e sentir os mais doces aromas natalinos. Por mais simples que seja a morada haverá algo de diferente para saborear e diferenciar este dia dos demais.
Muitos, mais privilegiados, já agendaram suas viagens seja ela por terra, via aérea ou por mar...
E a hipótese de poder obter um colírio para os olhos fotografando a paisagem marítima e sentir a brisa agradável através do convés de um navio tem altos custos atualmente. Não que seja uma viagem economicamente dispendiosa, mas correm-se riscos ao tentar sair de casa para uma viagem deste tipo.
A pirataria voltou com todo o vapor dos séculos passados para a atualidade, navios são alvos de assaltos que engordam os olhos pirateiros ao vislumbrar o grande rebanho de pessoas reunidas em um edifício ao sabor e a solidão dos mares...
Muito lindos os transatlânticos, quer sejam vistos durante a noite ou de dia, mas para aqueles que não param de pensar, seguramente não há   mais a tranquilidade como sua companheira de viagem. Sabem que vão à mercê da sorte, e dependendo do poder econômico dos passageiros que ali se encontram o risco é maior e a despeito de seguranças e armas possantes,sabem que o perigo ronda os oceanos...
Mas não é apenas nas águas  que vemos estes personagens. Muitos cidadãos honestos querem levar de presente para seus filhos um jogo de video-game,  um CD musical ou de desenho, a febre que devora esta nova geração.
Aliás, é sobre pirataria o meu tema deste post. Ela tem sido debatida e combatida pelos quatro cantos, condenada e julgada criminosa por aqueles que veem seus direitos violados... Mas,  paremos um pouco para pensar: Por que razão tudo isto vem acontecendo ultimamente?






Países ricos, de primeiro mundo,há muito vêm impondo de maneira maciça sua tecnologia aos outros menos desenvolvidos.
De certa forma, tal fato chega a ser desumano para se falar com franqueza: nações totalmente carentes de elementos básicos como Alimentação, Saúde, Educação tendo que adquirir produtos de informática a altos preços sob a alegação de que o mundo mudou e todos devem inserir-se no novo contexto da globalização. Deste modo, apenas para exemplificar, no setor educacional escolas sem o mínimo conforto em suas salas de aula, "recebem" uma sala de informática exígua, sem verba suficiente para manter as máquinas que ali estão, onerando em dívidas os países que financiam todo este aparato dos países economicamente favorecidos, ficando deles mais dependentes do que já eram. Esta dívida só tende a crescer, pois os programas, os chamados softwares,que são a alma que dará vida a esses aparelhos são vendidos a preços totalmente inacessíveis e praticamente impossíveis de serem adquiridos pelo cidadão que em sua maior parte nem computadores tem   condição  de possuir. Num contexto social de pobreza, desemprego e superlotação urbana surge uma verdadeira indústria paralela que mostra o reverso, o outro lado da moeda: a pirataria em pleno século XXI. À semelhança do século XVI onde elementos à margem da sociedade de seu tempo saqueavam os navios em alto-mar para apoderarem-se de riquezas, hoje, esses piratas do asfalto clonam com habilidade criminosa todos os meios de multimídia: de programas de computadores a CDS. O fato é que esse mercado vem crescendo, tomando proporções assustadoras causando aos seus criadores, que são os detentores dos direitos de posse sobre o produto,imensos prejuízos financeiros e morais.
Todas as situações revelam seus prós e contras; se por um lado a tremenda falta de ética e desonestidade estão presentes a essa ação, há a possibilidade de que a pirataria traga ao cidadão mais pobre  a possibilidade de poder conviver com a tecnologia e a informatização do primeiro mundo. Como esta situação vai culminar pode-se já vislumbrar através das constantes ameaças de sanções econômicas e sociais que os países infratores sofrerão. Um outro problema desencadeado através da pirataria e não menos grave é  que o comércio  de ilegais gerou uma forma de trabalho, um subemprego aos indivíduos que o comercializam como produto alternativo e dele sobrevivem.Grande número de chefes de família sem a consciência necessária para discernir,sustentam seus lares e, muitos deles reproduzem de maneira grosseira em seus próprios lares os tais produtos paralelos. Muitas vezes indiciados, têm sua mercadoria apreendida, o que leva ao desespero pais que custeiam suas despesas realizando essa transação ilegal agindo sem conhecimento de causa.
É provável que se a pirataria terminar levará com ela as chances de familiarização dos produtos informatizados no terceiro mundo.




2 comentários:

  1. Olá Cristina,
    O seu bonito texto fala, realmente de um assunto bem polémico. Aqui, em Portugal, também nos debatemos com o problema da pirataria informática, e não só. Também temos a pirataria nas músicas, nos filmes, jogos de vídeo, livros,roupas, calçado, etc. De facto, se os artigos originais não fossem vendidos a preços tão elevados, e muitas vezes proibitivos, acho que não haveria tanta gente a recorrer a artigos pirateados. É um pouco como a guerra entre o pequeno comércio tradicional,e as grandes superfícies. Os pequenos comerciantes não querem a concorrência desleal, mas não estão dispostos a alargar os seus horários de funcionamento, a baixar os preços, enfim a perder um pouco de regalias para atrair mais clientes. E a continuar desta forma, cada vez mais pessoas vão preferir não pagar nada, ou pagar muito menos, do que pagar mais para adquirir um produto muito semelhante. A solução não me parece fácil de encontrar, nem de pôr em prática. Por isso, o mais certo é continuarmos a assistir ao desenvolvimento dessa economia paralela, e muitas vezes até a fazer parte dela. Mas quem sabe se esses não são os danos colaterais do progresso?
    Glória

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  2. Olá Cristina,
    Ainda bem que já estão todos bem. Não ia ter graça nenhuma, passar o Natal doente! Sei bem como são essas viroses. Quando os meus filhos eram mais pequenos, apanhavam viroses na escola, vinha para casa e depois, em poucos dias, ficávamos todos contagiados. Agora, que são maiores, ficaram mais resistentes, ou os micróbios foram enfraquecendo, lá temos escapado às febres e etc.
    Que pena que o negócio do seu filho, afinal não correu bem! Mas já foi muito bom, terem conseguido encontrar comprador. Pelo menos, não perdem tudo. E depois, podem sempre começar outra coisa, noutro lado. Vocês são todos novos e cheios de saúde. Este mundo de Deus é tão grande! O importante é que se mantenham unidos. Com amor, companheirismo e compreensão, não há mal que nos chegue. Ou mesmo que chegue, é mais facilmente ultrapassado. Mudar de sitio, de casa, também é bom. A gente agarra-se num lugar e vai criando raízes.Vamos perdendo oportunidades de conhecer sítios melhores, mais empolgantes. Eu, por mim, gostava muito de viajar, de começar vida nova noutro lugar, noutra cidade, renovar as rotinas, trazer uma lufada de ar fresco à minha vida certinha e aborrecida. Vai ver que vai gostar do seu novo lugar. Depois conte-me tudo!
    Um dia combinamos uma conversa no facebook. Ao principio, achava uma futilidade, mas agora até gosto bastante. É divertido e sempre novo a cada dia.
    Muitos beijinhos da amiga,
    Glória

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