Tentando colocar um fundo musical que servisse de base à
leitura dos textos em meu blog, achei essa canção tão familiar ao Natal desde
há muito tempo: Noite Feliz. Pela carga emocional que traz contida em cada nota
musical inspirou-me esse texto que se segue:
Noite
Feliz
Não sei por que razão denomina-se Noite Feliz uma composição
cuja melodia apresenta-se tão triste. Aliás, o propósito da festa natalina traz
em sua mensagem principal um motivo nostálgico: louvar alguém que apesar de
apenas praticar o bem, como tantos acreditam, teve como recompensa uma morte
hedionda e incompreensível.
É a crueldade humana estampada mostrando do que ela é capaz.
E não adianta horrorizar-se com o fato, porque a história se repete, a
injustiça e incompreensão continuam acompanhando os homens que nunca foram tão
maldosos e violentos como nesse século: as agressões são constantes; tanto a
física como a psicológica deixam cicatrizes que não se curam, abertas pela
ridicularização, desamor e desrespeito ao próximo no decorrer de cada dia.
Humilhação àqueles que não mantêm o padrão social exigido pela sociedade algoz
que crucifica a todos excluindo do seu círculo de amizades os menos favorecidos
e simples de espírito...
Quando o Natal se aproxima ocorre uma transformação: os
hipócritas como que arrependidos de sua conduta maldosa adotam crianças de
orfanatos para distribuírem presentes, fazendo questão de serem destacados e
elogiados à moda dos fariseus dos templos da Galileia.
Bando de víboras, por que não têm humanidade com aqueles
com quem convivem diariamente a quem só atiram pedras?
O orgulho não deixa com que esses seres sejam naturais e
convivam demonstrando suas emoções verdadeiras, porém ao se aproximarem as
festas natalinas, como um rebanho irracional atende a um toque de berrante da
mídia, adotando crianças (que talvez nem existam) comprando-lhes presentes e
mimos e por esse motivo, só faltam anunciar no horário nobre de canal de
televisão, não o fazem porque não é possível...
Tristes tempos, Noite Triste aquela que só ressalta o luxo, o
consumismo, a discórdia entre os povos que não mais se amam, apenas sabem
reparar e maldizer seu par pelos motivos mais fúteis possíveis.
Gostaria de ter coisas muito melhores para dizer sobre o
Natal, entretanto, infelizmente é só o que se nos apresenta nestes tempos
terríveis onde ninguém mais se quer bem, onde o amor só existe perante status
social e dinheiro.
Aos puros de coração, (que são poucos) fica a verdadeira
mensagem: continuem no seu caminho, a despeito de todos os maus-tratos que
possam sofrer, nesta noite silenciosa esqueçam o luxo, a ostentação, fitem o
céu límpido e suas magníficas estrelas que ainda são as únicas coisas autênticas
neste universo de mentiras e desafetos. Um Feliz Natal!
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