quarta-feira, 16 de março de 2022

 


E a vida continua...



Fazer um blog é muito bom, escrever nele melhor ainda. Porém, a dita liberdade de expressão que muitos afirmam estar presente nos dias atuais não condiz com a realidade, apenas a teoria ostenta um lindo discurso utópico e mentiroso. Não temos liberdade alguma, não somos donos de nada, nem de nossa própria casa, carro, filhos e o que é pior:  da nossa própria vontade. Deliberar contra o gado ordeiro e disciplinado nunca foi tão difícil,  nunca discriminou e criminalizou o destemido que ousa contradizer a verdade estabelecida. Vivemos num mundo cruel, hipócrita e desleal em que meias verdades são tomadas como veracidade e viram lei; e acredito: se Cristo voltasse a Terra e se se rebelasse contra esse sistema nojento e vil, certamente seria cruelmente assassinado de forma mais covarde e mais severa que a primeira. Essa é a tristeza, a pedra no sapato do blogueiro, do twitteiro ou de qualquer outro influenciador digital que acaba se acostumando, tal qual no período da ditadura militar, a escrever sobre temas outros, diversos dos que queria realmente versar...




😪

Verba volant, scripta manent

A frase latina acima significa que a palavra dita voa e a escrita permanece. Por essa razão, principalmente nos presentes dias,  temos tanto medo da scripta  pelo motivo de ela permanecer durante os tempos registrada em algum lugar material ou virtual.
E o mais incrível é que temos uma mídia altamente competente para dominar o grande público e enfiar-lhes cérebro adentro, qualquer ideologia que lhes apeteça: quando surgiu a composição de Zé Ramalho na década de 79, "ei, vida de gado, povo marcado, e,  povo feliz", não estávamos num estágio de abdução tal  como o que nos encontramos hoje. Essa indução forma um grande rebanho que se revolta contra  alguns seres pensantes do planeta se eles diferem na forma de pensar. Assim, corre-se o sério risco de ser preso, ou até mesmo linchado pela esmagadora maioria que politicamente correta, defende seu ideal de unhas, dentes e  o corpo todo se necessário for.
Como e quando aconteceu tudo isso? Inicialmente, a partir do momento em que os seres humanos deixaram de se encontrar face a face em praças e locais públicos distanciando-se de seus pares para se "esconderem" nos lares em frente a um aparelho de TV. Nesse momento infeliz, a mudança começou a se operar de maneira macabra, covarde e intencional, muito embora quase ninguém tenha se dado conta disso. E num crescendo contínuo o desenvolvimento tecnológico da comunicação  ganhou dimensões assustadoras fazendo seu trabalho com excelência até chegar onde estamos.
Se acha exagero, basta conversar com alguém e prestar atenção no seu diálogo, que é produto da mídia; ideias próprias ninguém mais as tem, e se alguém ousa demonstrá-las, é cruelmente crucificado com palavras ofensivas que o faz sentir a pior das criaturas. Muitos se omitem e seguem a corrente por temer até perder seu emprego e criar inimizades.
Todos os setores da sociedade são vítimas desse processo de manobra e a marca que atingiu chega a tal dimensão que é praticamente impossível uma reversão.
Me lembrou agora a célebre frase que os policiais em filmes americanos sempre despejam  sobre seus réus: "Tudo o que disser, será usado contra você no tribunal", provocando um silêncio temeroso, uma vez que até a  exposição verbal (verba volant) torna-se extremamente perigosa. Imagine então  a palavra escrita (scripta manent)  quão grave se torna em seu teor; escrever com propriedade e reflexão torna-se arriscado, para qualquer autor que se aventure a sair dos modelos pré- construídos e eleitos como verossímeis  por todos.
O leitor já assistiu a um filme intitulado "Idiocrassy", lançado em 2016? Estamos já naquele estágio da população bitolada e sem raciocínio lógico que ali se presencia, ou até pior.
Tudo isso só ocorreu por um motivo: a crença absoluta, a ausência total de ceticismo que tomou conta da sociedade. Tudo é aceito passivamente; e a partir disso fica difícil, pois teremos uma missão muito mais impossível  do que remar contra a maré de um rio.Como afirmei na introdução, nos bons tempos, não pagávamos tantos impostos como hoje, não havia, IPVA, Imposto de renda agressivamente conduzido, juros bancários abusivos, e tantas outras explorações a que somos submetidos nesses tempos ditos tecnologicamente desenvolvidos. O planeta sendo destruído e dilapidado, terrivelmente explorado para enriquecer alguns e escravizar outros que também são seres humanos. Os filhos, maior patrimônio de uma família, sendo didaticamente educados por meios de comunicação de massa em detrimento das lições de vida paternas ou terei que politicar corretamente incluindo maternas? Os profissionais condicionados à obediência de um sistema se quiserem continuar a ganhar o seu pão de cada dia, porém seu ideal totalmente estrangulado e distante.
Ridículas essas colocações que nos humilham, nos antagonizam até sermos rotulados de neonazistas, neofascistas, neos sei lá o quê, se nosso diálogo difere do discurso que nos foi sutilmente imposto.
Para compreendermos melhor essa situação, basta olharmos um pouco retrospectivamente e relembrar de como a adolescência é vulnerável nesse sentido; os artistas que idolatramos foram usados, venderam-se por status, ascensão social, fama e consequentemente nos usaram para que os fins sórdidos vingassem. E assim continuam até hoje, de forma mais atroz ainda. É preciso uma vida razoavelmente longa e  pensante para que possamos tirar algumas conclusões sábias, entretanto, devem ser  guardadas num cofre de segurança máxima, pois são joias raras que não são identificadas por leigos. 
Muitos dirão ao ler textos como esse: " Será que o autor endoidou?" Estará em suas perfeitas condições mentais?
Infelizmente, não há mais solução e muitos já aderiram à frase:
"Não pode com eles, junte-se a eles"! Ou então: "Aceita que dói menos!"

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