Olá, amigos! Que saudades de escrever neste cantinho tão nosso...Semana cheia de consultas médicas, uma gripe daquelas que tira de qualquer frágil mortal vontade de fazer alguma coisa.Quando a tempestade passa e vem a bonança é que valorizamos a vida! Como é bom estar bem! Não há dinheiro que pague a saúde e o bem-estar.
Mas vamos ao que interessa: se vocês já visualizaram minhas postagens mais antigas devem ter visto que tenho uma paixão incontrolável pelos sinos e o seu tanger. Para mim,sinos e sua melodia me fazem viajar através do tempo e das horas, me transportam para um mundo de paz. Hoje, estou com um exemplar de Pablo Neruda, o grande poeta chileno do qual estou a ler Campo Geral, onde ele em toda a sua prolixidade fala da natureza descrevendo em detalhes os rios, os minerais, a vegetação da América. Estou ainda no começo do livro que me foi ofertado por uma prima muito querida. No final da obra, há umas páginas em branco onde comecei a esboçar versos simples do fundo d'alma sobre quem? Eles mesmos, os sinos.É algo que parece uma fixação, coisa de outras vidas, sei lá... Já é o segundo texto em que trato do mesmo tema.No primeiro deles, cujo conteúdo em prosa vou republicar nesta edição, o tema dos sinos em Badaladas Crepusculares explica todo o mistério que os envolve e no segundo, trato deles, mas através da poesia que consegue transmitir a melodia que eles propagam pelos ares levando-nos a meditações diversas...
Foi quando eu passava ao lado da Praça da Sé. Passava próximo daquela arquitetura colossal, rodeada de pessoas de todos os tipos que saíam apressadas do trabalho buscando o aconchego de seus lares e outras que ali perpetuamente usam aquela região como abrigo e meio de sobrevivência sem se importarem com aquela magnitude gótica cujos sinos, naquele momento repicavam sonoramente as badaladas das dezenove horas.
Confesso que, partircularmente, o soar dos sinos sempre me tocou nas maiores profundezas de meu âmago, trazendo à minha cabeça inúmeras reflexões: e é na idade dos cinquenta anos que estes pensamentos me visitavam com mais frequência. Não que seja ligada à religião ou a ela me entregue, mas o tanger dos sinos é algo tão significativo que parece remontar e nos levar a outras existências. Esta música que repercurte nos ares, principalmente ao anoitecer nos leva a devaneios: Quantas vezes esta melodia sagrada soou? Em que momentos invadiu a alma de milhares de seres? Momentos tristes, como os funéreos, festivos como os natalinos, matrimoniais e tantos outros.
Parece-me dar o poder de vislumbrar minhas outras vidas em que acompanhava funerais ao ritmo dos sinos, ou de inúmeros Natais em que anunciavam a missa do galo, ou ainda indo a épocas mais remotas, o anúncio das vitórias nas batalhas medievais, onde acompanhavam os generais ao fazer o balanço de vivos e mortos em seus exércitos.
Enfim, dado a profundidade que significam para mim, fazem com que jamais possa me ligar a rituais litúrgicos que não utilizem a plangente música dos sinos...
Mas vamos ao que interessa: se vocês já visualizaram minhas postagens mais antigas devem ter visto que tenho uma paixão incontrolável pelos sinos e o seu tanger. Para mim,sinos e sua melodia me fazem viajar através do tempo e das horas, me transportam para um mundo de paz. Hoje, estou com um exemplar de Pablo Neruda, o grande poeta chileno do qual estou a ler Campo Geral, onde ele em toda a sua prolixidade fala da natureza descrevendo em detalhes os rios, os minerais, a vegetação da América. Estou ainda no começo do livro que me foi ofertado por uma prima muito querida. No final da obra, há umas páginas em branco onde comecei a esboçar versos simples do fundo d'alma sobre quem? Eles mesmos, os sinos.É algo que parece uma fixação, coisa de outras vidas, sei lá... Já é o segundo texto em que trato do mesmo tema.No primeiro deles, cujo conteúdo em prosa vou republicar nesta edição, o tema dos sinos em Badaladas Crepusculares explica todo o mistério que os envolve e no segundo, trato deles, mas através da poesia que consegue transmitir a melodia que eles propagam pelos ares levando-nos a meditações diversas...
Badaladas crepusculares
Foi quando eu passava ao lado da Praça da Sé. Passava próximo daquela arquitetura colossal, rodeada de pessoas de todos os tipos que saíam apressadas do trabalho buscando o aconchego de seus lares e outras que ali perpetuamente usam aquela região como abrigo e meio de sobrevivência sem se importarem com aquela magnitude gótica cujos sinos, naquele momento repicavam sonoramente as badaladas das dezenove horas.
Confesso que, partircularmente, o soar dos sinos sempre me tocou nas maiores profundezas de meu âmago, trazendo à minha cabeça inúmeras reflexões: e é na idade dos cinquenta anos que estes pensamentos me visitavam com mais frequência. Não que seja ligada à religião ou a ela me entregue, mas o tanger dos sinos é algo tão significativo que parece remontar e nos levar a outras existências. Esta música que repercurte nos ares, principalmente ao anoitecer nos leva a devaneios: Quantas vezes esta melodia sagrada soou? Em que momentos invadiu a alma de milhares de seres? Momentos tristes, como os funéreos, festivos como os natalinos, matrimoniais e tantos outros.
Parece-me dar o poder de vislumbrar minhas outras vidas em que acompanhava funerais ao ritmo dos sinos, ou de inúmeros Natais em que anunciavam a missa do galo, ou ainda indo a épocas mais remotas, o anúncio das vitórias nas batalhas medievais, onde acompanhavam os generais ao fazer o balanço de vivos e mortos em seus exércitos.
Enfim, dado a profundidade que significam para mim, fazem com que jamais possa me ligar a rituais litúrgicos que não utilizem a plangente música dos sinos...
OS SINOS
Sino,
Alegre a repicar.
Boa-nova que vai chegar!
Sino,
Nostálgico a tanger
Tristeza que vai doer...
Sino,
Barulhento a badalar
Festa que vai começar!
Sino,
Mudo, sem tocar
Nostalgia, vai passar...
Sino,
Hino estridente
Que mexe co'a alma da gente!
Olá Cristina,
ResponderExcluirJá estava com saudades suas!Que pena que esteve doente! Mas agora já está de volta e cheia de inspiração outra vez!
Que bonita poesia sobe o tocar dos sinos! E o texto é muito belo também, como sempre! Quando eu era pequenita, em Moçambique, ouvíamos sempre os sinos da Sé Catedral, na Baixa da cidade. Era muito bonito, e também me ficou no coração. Aqui onde moro agora, temos uma pequenina igreja que toca os sinos de hora a hora, e é muito agradável de ouvir também.
Vi na televisão uma reportagem sobre as vossas eleições, e achei o máximo! Havia mesmo um candidato palhaço, cujo slogan era qualquer coisa como :"Vote em Tiririca, pior que está, não fica"? Formidável! E teve muitos votos! Tal coisa era impensável por cá. Somos mesmo muito cinzentos e sizudos. Cá também vamos ter eleições presidenciais, mas só em Janeiro. Mais para o fim do ano devem começar as campanhas eleitorais. O mais certo é voltar a ganhar o actual presidente, o Professor Cavaco Silva. Já é uma tradição o presidente ser sempre reeleito, como não tem quase poderes nenhuns, as pessoas não se queixam muito deles.Mas só podem estar na presidência duas vezes seguidas e depois têm que sair. A nossa vida politica está um caos. A crise financeira está generalizada, os impostos vão subir, os ordenados descer, os bens alimentares vão aumentar de preço, cada vez há mais desempregados e falências por todo o lado. A coisa não está mesmo nada boa! Os partidos políticos não se entendem, parecem umas baratas tontas a bater de encontro ás paredes. Vamos ver o que vai sair daqui, mas não está nada bom! Mas como diz o povo :entre mortos e feridos, alguém há-de escapar.
Quinze graus é temperatura de Primavera por cá. Para nós, frio, frio mesmo, são para aí uns cinco, seis graus, quando não é pior. O tempo também está feio e chuvoso por cá.Há poucas semanas tínhamos as florestas todas a arder, agora já se luta contra as cheias e as inundações nas povoações ribeirinhas. Falta um período de transição entre uma coisa e outra, para nos habituarmos ás mudanças.
A minha filhota parece estar a melhorar. Parece que afinal a acupunctura sempre está a dar alguns resultados... Agora ela já se porta melhor, durante maiores períodos de tempo! Na escola as professoras andam todas contentes e nós em casa também. A medicina tradicional não é capaz de resolver tudo, e não tem remédio para tudo. Pena é que os médicos dificilmente admitem isso!
Beijinhos,
Glória
Olá Cristina,
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar sobre essa polémica das vacinas. Um grande número de pais de crianças com autismo, afirmam que os seus filhos eram perfeitamente normais, até apanharem a vacina que nós cá chamamos VASP (varicela e sarampo). A partir daí começaram a apresentar sintomas de autismo. O que acho incrível é que ninguém leva estes pais a sério, nem se fazem estudos, nem investigações sérias, nem nada. Eles são simplesmente tomados como pessoas atrasadas e ignorantes que não sabem aceitar a realidade da doença dos filhos! É verdade que as vacinas salvam vidas, ninguém contesta isso, mas o que é possível é que existam crianças com um organismo diferente e que não reajam bem a essas vacinas. O leite também é indispensável para a saúde, mas há pessoas que nem o podem beber... Quando ouvi falar sobre isto, pela primeira vez, lembrei-me logo que a minha filha também era "normal" durante todo o período de bébé, fazia tudo na altura certa e não falhou nenhuma fase do desenvolvimento. Mas, enfim, o que está, está. Vou tentar encontrar o livro que a Cristina diz, e ler com atenção.
Ouvi realmente uma notícia em que tinham dado algo para o palhaço Tiririca ler, e ele se tinha escusado insistentemente, o que levou as pessoas a suspeitarem que ele seria analfabeto. A politica é uma soberba confusão! Coitados de nós, que temos de aguentar os disparates que eles fazem e sofrer depois as consequências.Ouvir os discursos políticos é no fundo bem engraçado, porque eles passam a vida a desdizerem-se, a atacarem-se ferozmente, mas esquecem-se que quase todos já passaram pela cadeira do poder e quando tiveram a sua oportunidade de serem melhores, fizeram igual ou pior!
Por enquanto ainda não chegámos aos cinco graus, mas para lá caminhamos. Hoje de manhã cedo, o nevoeiro era tanto que todos os faróis do carro acesos, mal davam para iluminar um palmo de estrada. E estamos ainda no Outono! Mas agora, depois do almoço, já está sol, apesar das nuvens e do fresco. Pelo menos não chove, o que é muito bom porque tenho um montão de roupa a secar no estendal.
Vou tentar escrever qualquer coisita no meu blogue.
Beijinhos,
Glória
Olá Cristina,
ResponderExcluirObrigada por ter lido o meu texto, e que bom que gostou!
Cada vez mais acredito, do fundo do coração, que é possível encontrar a felicidade! Aliás, acho que só não a encontrei mais cedo, porque perdi muito tempo remoendo as minhas tristezas, as minhas desilusões, enfim!... Agora acredito que a gente atrai para as nossas vidas aquilo em que mais pensamos e em que mais acreditamos. Logo, ao pensar em felicidade e ao acreditar que é possível ser muito, muito feliz, é inevitável que isso aconteça mesmo! Assim resolvi que tudo de bom vai acontecer. E já começou! Este ano tem sido maravilhoso. Fiz vários novos maravilhosos amigos (entre os quais, claro, a Cristina), encontrei parentes distantes e reencontrei outros que se tinham perdido no tempo,não tenho tido tantas dificuldades financeiras como sempre tinha, e para cúmulo até a minha filhota está a melhorar a olhos vistos!
Viva a vida, e viva a esperança em dias melhores e mais ensolarados!
No fim do mês, mesmo no último dia, aqui em Portugal, vamos festejar o "Dia das Bruxas". É uma festa que só há pouco tempo passou a fazer parte dos festejos portugueses, e que tem vindo a ganhar cada vez mais importância. Fazem-se bailes de máscaras, algumas pessoas enfeitam as janelas com abóboras, bruxas, esqueletos. As casas comerciais fazem montras alusivas ao tema. É divertido, mas sem chegar aos pés sequer do Halloween (não estou bem certa se é assim que se escreve) da América! E vocês, aí no Brasil, festejam o dia das bruxas?
Beijinhos,
Glória
OI CRIS,
ResponderExcluirCARAMBOLA, MINHA AMIGA DE BLOG FICOU DOENTINHA E EU NEM SABIA DISSO? FICO FELIZ QUE VC TENHA MELHORADO, E QUERO QUE VOCÊ SAIBA QUE, GOSTO MUITO DE VOCÊ SEUS COMENTÁRIOS E SEU JEITO ESPECIAL E ÚNICO, TODO SEU DE SER E VIVER, LEMBRA UMA VEZ QUE EU TINHA SENTIDO QUE TEM PESSOAS QUE PARECE QUE A GENTE CONHECE HÁ UM TEMPÃO? POIS É, NO MEU CASO, VOCÊ É UMA DELAS, TENHO A IMPRESSÃO QUE TE CONHEÇO ESTE TEMPO AI.........RS
UM GRANDE BEIJO PARA VC, E MELHORA RAPIDINHO.
SE CUIDA.
FÁBIO LUÍS STOER
Olá Cristina,
ResponderExcluirObrigada pelas suas lindas palavras e pelos votos de felicidades! Desejo o mesmo para a Cristina, do fundo do coração! Vamos aumentar o número de momentos de felicidade e esticá-los tanto, que eles quase se toquem uns nos outros! Assim sobra menos espaço para o resto.
Cá em Portugal, também se usam como termos correntes muitas palavras estrangeiras. Termos informáticos, então é demais! Os jovens adoptaram todos os termos estrangeiros dos computadores como download, upgrade, fail, pwned, owned,etc, etc!!!! Mas já antes da revolução informática, tínhamos adoptado muitos termos (e agora a Cristina vai-se espantar) brasileiros que aprendemos nas telenovelas. Já há muitos anos é mais do que comum dizermos: que droga!, curtir com alguém, que saco!, e muitos mais. Eu acho engraçado! É um refresco para os velhos hábitos! E lembro-me bem quando era jovem, da cara indignada dos adultos quando nos ouviam falar, só isso era metade do gozo!
Além da festa das bruxas, também importámos o dia dos namorados, que não era festa nossa. Outra tradição estrangeira que é muito engraçada!
É verdade que muitas das antigas tradições e festejos estão a ser esquecidos e postos de lado, mas faz parte do progresso. E também há muitas tradições antigas que são uma barbaridade, como por exemplo algumas aldeias que insistem em festejar matando os touros que soltam pelas ruas (touros são bois bravos)! E as próprias touradas que apesar de terem um lado cheio de cor e alegria se baseiam em assistir ao sofrimento de um pobre animal e aplaudir!
Os filmes estrangeiros, principalmente americanos, e as músicas estrangeiras também há muito que invadiram o nosso país. Até muitos dos nossos cantores se lançam nas carreiras cantando em inglês, para serem mais "comerciais". Enfim! Sinais dos tempos!
Mas eu penso, que no fim, o que realmente valer a pena ser preservado, há-de ser naturalmente preservado, pela insistência das pessoas. O que se perder, se calhar também não era assim tão bom!
Beijinhos e um bom fim de semana se não falarmos antes.
Glória