sábado, 20 de novembro de 2010

O lento perigo invisível

Amigos, as transformações desencadeadas  pela tecnologia  ocorreram paulatina, mas ininterruptamente. Dizem que o inimigo ataca quando o oponente dorme. E nas rodas do mundo, enquanto a maioria da humanidade fecha os seus olhos, as engrenagens das mudanças  se movem com uma velocidade incrível. O que assusta nas transformações que o homem pouco a pouco vem efetuando na natureza, é a sua capacidade de destruir o que é original e puro. Raciocinem um pouco comigo:





Fomos criados como simples animais privilegiados com uma inteligência ímpar que nos diferencia dos irracionais,o que dá o direito ao homem de criar, inventar, mudar o que já está pronto no universo que nos rodeia.
A princípio, mal nos sustentávamos como bípedes e corríamos como loucos em busca de alimentos, água e calor para nossa sobrevivência ensaiando algumas formas de enfrentar o inimigo como maneira de perpetuar a espécie e éramos felizes, porque tudo o que precisávamos para viver nos era outorgado pela mãe natureza: frutos, água pura, fogo, de forma que nada mais precisaríamos para continuar vivendo.
Mas, o ser, dizem racional, intelectualmente superior foi evoluindo. Evoluindo ou regredindo, isto é questão de opinião e ponto de vista. À medida que a  raça humana proliferava e aumentava a olhos vistos, já conseguia sobrepujar sobre os outros animais e exercer perfeito domínio sobre eles. Não contentes com esta supremacia humana que garantia e garante o direito de alimento de qualquer tipo de carne através do covarde abate, o ser  hoje manipula, humilha e tortura o bem-estar da raça animal seja peixe, ave ou qualquer outro.
E com a descoberta do malfadado código genético que poderia ser a salvação de todas as espécies no que diz respeito a doenças e afecções que atingem os organismos, vemos novamente a falta de ética e de humanidade invadirem os cérebros privilegiados modificando geneticamente todos os que foram feitos com perfeição para servi-lo levando à perversidade de criarem e modificarem animais, tripudiando sobre eles, criando aberrações que mal conseguem se suster de pé e o que é pior, tudo isto motivado pela ambição e poder. Por estas grandes descobertas que a muitos enriquecem, vemos aves maltratadas, criadas à base de hormônios para que produzam aceleradamente; animais que são obrigados a engordar antes do tempo para que sejam vendidos mais rapidamente e em consequência fortaleçam os bolsos de seus criadores e coisas de arrepiar os cabelos de uma bioética que também nada de concreto faz para acabar de vez com este abuso e garantir o bem-estar animal. Se todos procurassem ler a respeito deste modismo que é a transformação genética, veriam que a clonagem da ovelha Dolly foi apenas um refresco perto do que está ocorrendo nestes laboratórios espalhados pelo mundo todo. E não para por aí: o mesmo acontece no reino dos vegetais; há quanto tempo não vemos uma fruta saborosa, como deveria ser? Produzidas aos milhares e amadurecidas à força não têm gosto de nada, sem contar que as mais vistosas são para exportação, é claro!
Verduras e legumes também não fogem à regra, plantadas e multiplicadas à base de adubos, fungicidas e outros tantos cidas, os chamados agrotóxicos, acabam aos poucos com o resto de saúde de quem deles se alimentam, acarretando doenças que a longo ou a curto prazo dilapidam a espécie humana. Sem contar com a famigerada mutação genética que esses alimentos sofrem em suas células.
Este é o ser inteligente que está dominando o planeta? Este é antes de mais nada o anticristo, a apocalipse galopante que assola e destrói  a Terra a cada dia, a cada minuto, a cada segundo. O magnífico planeta azul está prestes a se tornar cinzento ou por que não dizer marrom? Usado para extrativismo tudo dele é retirado para obter-se  lucro e dinheiro: petróleo, o sangue quente da terra, é retirado incansavelmente dia e noite, poluindo as águas com os  constantes desastres ecológicos que sua exploração ocasiona. Minerais são extraídos sem dó nem piedade, para enriquecerem grandes grupos e para favorecer alguns com sua preciosidade.A água tratada como a pior das substâncias, servindo para escoamento de lixo e detritos e sendo vendida e comerciada para os países mais ricos. As árvores que controlam e equilibram o sistema climático, derrubadas indiscriminadamente adornando com sua qualidade  os lares de milionários e países de primeiro mundo enquanto que  as nações de onde são nativas nem sabem mais o que é madeira. O ar sendo poluído e degradado pelo avanço tecnológico e pelo poder da industrialização que incentiva a venda de automóveis mais do que a plantação saudável de alimentos.
Como se tudo isso não bastasse, vemo-nos agora sem saber o quê adquirir  de qualidade quando vamos às compras. Que óleo comestível trazer para casa? A moda dos transgênicos, a praga do futuro, invadiu todas as prateleiras, nos deixando raríssimas ou nenhuma exceção. Sabemos, ou pelo menos deveríamos saber, que o alimento transgênico que muitos consomem porque acham ser moderno e cômodo como comer uma fruta sem semente, de diferente formato, é algo de que ainda desconhecemos o resultado a longo prazo. Que mutações esta aberração poderá trazer ao longo do tempo para um organismo? Gestantes que preparam um outro ser dentro de si, lactantes que amamentam, crianças em formação; todos consumindo, como poderia dizer, uma bomba-relógio programada para explodir no futuro?
Isso também não importa, pois andamos às voltas com governantes que apenas dão valor a encherem seus bolsos e os de sua família pouco se importando com estas questõezinhas banais...
Entretanto, o óleo geneticamente modificado ali permanece soberano, reinando nas prateleiras como um vilão do velho oeste, servindo de base para um banquete que pode ser futuramente o da morte, sem ninguém sequer questionar, ou ler a legenda "geneticamente modificado", com preocupações mais importantes como consumismo e criação de novos feriados inconsistentes.
Experimente criar artesanalmente um tipo de azeite caseiro saudável  para ver o que acontece: Vigilância Sanitária na cabeça! Alimento clandestino e venenoso não pode ser consumido pelo cidadão!
O que nos resta fazer? Cruzarmos os braços e esperar que a ficção tão insistente com os mutantes contida nos filmes de má qualidade se tornem realidade?
Precisamos ter em mente que Apocalipse now, 2012, The day after tomorrow serão brinquedo perto do que possa acontecer com  a raça humana durante este ciclo sinistro que nos rodeia.
Ou temos como alternativa apenas escrever um texto como este num blog solitário, que  é como se encontrar em uma ilha no mais distante ponto do planeta servindo de mero desabafo para uma questão tão vital que é a integridade humana?
  




7 comentários:

  1. Olá Cristina,
    Tem muita razão no que diz. Não sabemos realmente, ainda, quais as consequências de todo esse progresso na criação e modificação dos alimentos. Não é possível saber-se, senão daqui a muito tempo, se houveram prejuízos para a saúde humana, e até que ponto se poderão ainda, suavizar esses prejuízos. E se não se puder fazer nada nessa altura, o que será dos que lá chegarem? Quantas doenças novas virão a existir, quantas perturbações mentais e físicas, em nome do progresso e das novas tecnologias? E quantas não existirão já hoje e cuja causa desconhecemos, mas que podem estar associadas a todas essas variações estranhas e químicas aberrantes? E haverá a coragem necessária para se admitir a causa e origem dos possíveis males? Provavelmente não. E quem protestar será apelidado de ignorante, retrógrado, ultrapassado. Em nome do progresso, o mais certo é que se continue, numa corrida cega, atrás de novas descobertas. Quem lá chegar, verá como é.
    Beijinhos,
    Glória

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  2. "Evolução tecnológica" não é evolução para o homem.
    A evolução está no Ser e não no Ter!
    Ótimo texto tia.
    Bjs

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  3. Olá Cris ...

    Tudo isso é mesmo assustador ...
    Muito bem escrito seu texto, parabéns!

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  4. Olá Cristina,
    Cá em Portugal, parece-me que as coisas não estão ainda tão complicadas. Talvez por sermos um país muito mais pequeno, com fortes tradições agrícolas, e uma população envelhecida, ainda se valoriza muito o que é natural. Existem muitas campanhas em defesa dos produtos naturais e não modificados, muitos estabelecimentos comerciais que têm secções só para produtos saudáveis. Mas uma coisa também é certa: todos os produtos que não têm químicos, que não são transgénicos,ou modificados, são muito, mas muito mais caros do que os outros. E como a vida está cada vez pior, e as pessoas cada vez têm menos dinheiro, a tentação é grande. Eu, por exemplo, quando vou comprar fruta, nunca trago as frutas "ecológicas", vou sempre ás mais baratas, para poder trazer mais quantidade. O mesmo acontece com os produtos nacionais em relação aos estrangeiros. Os nacionais são muito mais caros, os estrangeiros são mais baratos. Claro, as pessoas trazem os mais baratos. Nem adianta fazer propaganda nem campanhas de sensibilização. O dinheiro é que manda, pelo menos nos mais pobres, que são cada vez mais a maioria. E depois é um ciclo vicioso, quem é pobre não come bem, se não come bem adoece mais facilmente, se adoece precisa de médico e remédios, se compra remédios fica mais pobre, se fica mais pobre come ainda pior! Enfim! Cá vamos indo, ao sabor da maré, jogando os jogos que nos impõem, segundo as regras que nos ditam. Mas como diz o poeta: "Não há machado que corte a raiz ao pensamento."
    Beijinhos,
    Glória

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  5. QUERIDA AMIGA CRIS,

    QUE SAUDADES DE VOCÊ !!!!
    EM PRIMEIRO LUGAR GOSTARIA DE PEDIR DESCULPAS POR TER DEMORADO TANTO EM RESPONDER SUAS PALAVRAS CARINHOSAS E PRESENTES, SEI QUE ISSO NÃO É PROBLEMA DE NINGUÉM, PORÉM, ULTIMAMENTE, TENHO VIVIDO TANTAS COISAS QUE NEM SEI DIREITO COMO CONSEGUI ATRAVESSAR ESTE MOMENTO DIFERENTE NA MINHA CAMINHADA AQUI NESTE MUNDO.
    QUERO QUE SAIBA QUE, CADA PALAVRA SUA, FICA REGISTRADA NÃO APENAS NO BLOG, DEIXO-AS TAMBÉM GRAVADAS NA MINHA MEMÓRIA, E ISSO ME FAZ UM BEM TREMENDO NAQUELES MOMENTOS QUE NÓS PENSAMOS QUE ESTAMOS SOZINHOS.

    MUITO OBRIGADO.

    UM BEIJO E UM GRANDE ABRAÇO,

    FÁBIO LUÍS STOER

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  6. Olá Cristina,
    Nesta passada 4ª feira, tivemos cá em Portugal uma greve geral. O país não chegou verdadeiramente a parar, como é lógico, mas esteve bem a menos de "meio gás". Depois, o engraçado e ridículo é sempre o governo a tentar minimizar os efeitos da greve, e os sindicatos a tentarem aumentar. Mas, brincadeiras à parte, a economia por cá está muito, muito mal. Vocês aí no Brasil, têm alguma noção de como estão as coisas por cá? Nós estamos sempre a passar noticias do estrangeiro, mas com certeza os outros países nem devem saber que nós existimos. Os patrões estão aos poucos, todos a ir à falência, os desempregados são cada dia mais, houveram muitos cortes nos apoios sociais e há muitas pessoas na miséria. Está tudo muito mau, os preços aumentaram e vão aumentar muito mais, bem como os impostos, numa tentativa desesperada do governo, de equilibrar a nossa dívida externa, e de apaziguar os mercados estrangeiros. Os salários vão sofrer cortes, e a certeza de salário ao fim do mês, já não existe. Mas ninguém admite desistir do Euro, nem da Comunidade Europeia. Ás vezes pergunto-me se valeu a pena entrarmos para a célebre CEE, vendo o estado a que o país chegou. Lastimável! Eu não percebo nada de politica, nem de economia, mas sinto-me muito revoltada com tudo isto. Porque, no fundo, quem é muito rico, nem dá pela crise, e todas as restrições que saem, só contemplam os mais pobres. As casas e os automóveis de luxo são os que têm mais venda, num país que está quase a morrer à fome! Como consigo perceber bem o que levou as pessoas, antigamente, a aderirem às ideologias comunistas! É uma indignidade, os mais ricos serem intocáveis. Já decidi, vou mudar o meu sentido de voto! E agora que já exprimi a minha revolta, vou fazer o jantar, enquanto tenho jantar para fazer.
    Muitos beijinhos,
    Glória

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  7. Olá Cristina,
    Sabias palavras e importante texto.
    A internet contém muitas, mas muitas coisas que precisamos garimpar para encontrar textos importantes como esse.

    Os valores humanos estão deturpados, as pessoas sentem dificuldades em realmente encontrar os verdadeiros valores dentro delas.

    Valores deturpados, existe um desequilíbrio de forma exagerda, porque refletimos no exterior o que temos no interior.

    Se não nos amamos, porque não nos conhecemos, não iremos amar a natureza, os animais, enfim, o planeta, muito menos nosso semelhante.

    Considero fundamental a dedicação que temos que fazer todos os dias para analisarmos nossos valores.
    E as provas(testes) diários, que nada mais são que as dificuldades que iremos encontrar na vida, servirão para colocarmos em prática o que aprendemos.

    Gostei do seu blog, desculpe o tamanho do comentário, nem eu imaginava que iria escrever tanto.. rsrs

    Um grande abraço.

    Carlos Garcia
    Blog Pés no Chão
    http://carlosTgarcia.blogspot.com/

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