domingo, 14 de novembro de 2010

As mudanças valeram a pena?

Amigos, o quadro que  nos remete ao dia da Proclamação da República pintado por Benedito Calixto da qual comemoramos 121 anos nesta segunda-feira não me foi possível publicar nesse artigo. É uma pena, pois transmitiria ao texto maior motivação. Assim resolvi adicionar uma outra gravura que relacionada ao tema. Mas eu garanto que uma grande parte de cidadãos deste país mal sabe o que representou esta mudança em nossa nação. Muitos homens públicos também não o sabem, dada a ignorância e falta de cultura que grassa entre os parlamentares.Assim, decidi em meio a total descrença publicar esta postagem que se segue. Espero que gostem.







A HISTÓRIA SE REPETE



Alguém já prometeu uma vez... Por muito tempo, a certeza de dias melhores e mudanças políticas desejáveis foram até vislumbradas. Mas tudo passou, como sempre nada mudou, nada aconteceu. As promessas não se cumpriram, as novas verdades foram distorcidas e acabaram como dantes...
Feudalismo, Monarquia, República, Comunismo, Socialismo e tantos outros “ismos” e a verdade continua a mesma: não há solução para os problemas que afligem o povo de qualquer lugar do planeta. A elite privilegiada sempre existirá e prevalecerá desde que foi criada. E para que ela se mantenha no poder deverá ficar no alto da pirâmide hierárquica, seguida de perto por outras elites como a religiosa, militar, industrial e outras, enquanto o povo ocupará como sempre a base da pirâmide tal qual era no passado.
De todas as correntes políticas que passaram pelo país, nenhuma delas privilegiou a classe economicamente menos favorecida: do feudalismo à monarquia quase nada mudou, da mesma forma que a República não solucionou questões que ao povo dissesse respeito, e a despeito de novas promessas de que dias melhores virão com esse ou aquele regime político, resta-nos o ceticismo total ou a esperança de que um dia seja possível visualizar épocas mais felizes.
Quando analisamos os fatos à luz da história, iremos perceber que as palavras que foram o lema da Revolução Francesa no século XVIII: Liberdade,Igualdade e Fraternidade jamais serão consideradas, principalmente na sociedade atual, privada de cultura e conhecimento talvez nem saiba qual o real significado destes vocábulos e o que eles valem.
Basta voltarmos ao século XIX após a Proclamação da Independência onde José Bonifácio era o responsável por grande parte dos atos políticos do príncipe. O patriarca da Independência era um homem de inteligência ímpar, estudioso e de uma cultura sem igual, no entanto, qual o final de vida que lhe restou? Morreu na mais absoluta miséria, em sua casa, envergonhado ao receber visitas famosas a observarem os lençóis remendados que lhe cobriam o leito.
Quando houve a abdicação de D. Pedro I a seu filho, veremos que na impossibilidade do mesmo governar como rei, esse encargo foi designado a outras regências enquanto o então Príncipe Pedro II se esmerava nos estudos para obter a mais lapidada formação e ocorreu o mesmo que já havia ocorrido com José Bonifácio, o então regente que tanto bem fazia, revelando-se um mecenas generoso que custeou a carreira de muitos artistas, entre eles Carlos Gomes, passou a viver em dificuldades financeiras, e sem luxo na aparência  foi perdendo a sua popularidade de príncipe, pois se apresentava publicamente com roupas rotas e carruagens velhas e decadentes que diminuíram a imagem do império perante os brasileiros.
Com todos os acontecimentos como as posições políticas que D Pedro tomava contra os poderosos militares e igreja, acabou sendo exilado morrendo distante e sempre a sonhar com a tão amada terra, o Brasil.
E quantas traições aconteceram dentro desses regimes políticos, todas elas desencadeadas pela ambição pelo poder em primeiro lugar.
Hoje, nos deparamos com um cenário de miséria na política internacional e nacional. Uma miséria cultural onde a ética, os valores dignos como a honestidade não têm mais lugar. Temos uma República fraca, escrava de economias ambiciosas e ávidas pelo poder, contamos com políticos mal preparados, sem cultura e sem valor moral.
Quando nos encontramos às voltas com parlamentares que mal conseguem assinar o nome, e que  são submetidos ou condicionados a ocuparem um cargo importante para o país através de um ridículo ditado de palavras, é que nos perguntamos de que vale tantas revoluções e tantas vidas que se perdem e se perderam para efetuar mudanças.
Quando começamos a perceber, que no ambiente político que nos rodeia só existem sujeira, corrupção e interesses pessoais é que nos perguntamos: temos o quê comemorar nestes 121 anos de República?
Infelizmente, só podemos parabenizar aqueles que realmente se empenharam no passado e dar os pêsames aos homens públicos do presente que não sabem e nem querem saber como a política deve realmente ser...









3 comentários:

  1. OLÁ CRIS,

    EU ESTOU COM SAUDADES TB, ESTOU PASSANDO POR UM PERÍODO DE PROFUNDO DESGASTE EMOCIONAL E FÍSICO, NEM SEI COMO TENHO FEITO POSTAGENS E OUTRAS COISAS...........RS, TEM DIAS QUE NEM SEI POR ONDE COMEÇO A FAZER QUALQUER COISA DOS MEUS AFAZERES, MAS CREIO QUE, EM BREVE IREI RETOMAR A NORMALIDADE DOS MEUS DIAS, ESTOU PARA DAR FIM A ALGUMAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS QUE ESTÃO ME LEVANDO A UM NÍVEL DE STRESS QUE NÃO TENHO MAIS VONTADE DE ADMINISTRAR, MAS ESPERO SINCERAMENTE QUE VOCÊ ESTEJA MUITO BEM.

    SAUDADES SEMPRE DOS SEUS TEXTOS E DE SUAS VISITAS.
    ME PERDOE PELAS MINHAS FALTAS, CONTUDO, EM BREVE ESTAREI NOVAMENTE EM DIA.........RS

    BOM FERIADO

    FÁBIO LUÍS STOER

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  2. Olá Cristina,
    Muito bom o seu texto, como sempre! Parabéns! E verdadeiro, também. A politica deveria ser uma coisa linda, e os políticos deveriam ser os defensores do povo, os garantes dos direitos e deveres do país. Porém, isso é só na teoria. A Cristina leu "A Morgadinha dos Canaviais", de Júlio Dinis? Eu li e nunca me esqueci da explicação que lá está sobre a politica. Qualquer coisa como :mesmo que o politico vá para a sua profissão cheio de idealismo e boa vontade, depressa ele se apercebe de que as coisas não funcionam como ele pensava, e então, ou verga, juntando-se aos demais, ou desiste e torna-se num sonhador. Acho que foi mais ou menos o que aconteceu na "Queda de um anjo", de Eça de Queiroz. A política não vai ser nunca como foi sonhada e os regimes políticos, sejam quais forem, nunca vão resolver os verdadeiros problemas do mundo. Os problemas antigos, continuam actuais e as lutas antigas ainda têm razão para serem travadas. Mas, fazer o quê? Como lutar contra uma máquina tão poderosa e tão bem organizada durante séculos? Só nos resta mesmo é escrever, e sonhar. Lutar também, mas e se ganhássemos a luta? Não iríamos fazer igual? Beijinhos,
    Glória

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  3. Olá Cristina,
    Obrigada pelo seu comentário e ainda bem que gostou do que escrevi. Apesar de tudo, eu continuo a amar o Natal do fundo do coração. Gosto porque gosto, de uma maneira simples e irresistível. Ainda sinto a magia no ar, ainda ouço os cânticos de Natal com alegria na alma. E, ainda acredito no Pai Natal. (Aqui chamamos Pai Natal, em Moçambique, pelo menos na minha casa, era o Menino Jesus que deixava os presentes.) Acho que o querido velhinho das barbas brancas existe sempre para quem acredita nele, existe no nosso coração, escondido entre as nossas esperanças. Só que os presentes que nos deixa, ás vezes não são fáceis de perceber. Também desejo, que este seja o melhor dos Natais que passámos até agora!
    Muitos beijinhos,
    Glória

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