Amigos blogueiros, o texto de
hoje é uma crítica ao nosso jeitinho brasileiro tão comentado e conhecido aqui
e no exterior. Porém, esta maneira é um complexo de atitudes nada louváveis que
não se resumem apenas em levar vantagem... O assunto de tão polêmico e vasto
poderia ser o tema de uma tese de doutorado. Mas vejamos um aspecto dessa
cultura indesejável...
Não
deixe para depois o que pode fazer agora
Quantos de nós, alguns
brasileiros que usam o bom-senso e a capacidade de observação e análise dos
fatos do cotidiano, nos indignamos com a falta de educação e cidadania de
muitos compatriotas que aqui dividem conosco o espaço e com os quais somos
obrigados a conviver e aceitar comportamentos indesejáveis.
A administração pública nesse
país exerce um trabalho que apenas valoriza o geral; explico aqui o que isso
significa: não há o cuidado para com os detalhes, a atenção para com pequenos
desvios das leis do dia a dia, que futuramente serão responsáveis pela criação
do caos nas pequenas e grandes cidades brasileiras.
Exemplificando, não há o cuidado
em verificar pequenas irregularidades que ocorrem diariamente; os cidadãos
alegando estar em um regime democrático, julgam tudo poderem, inclusive desobedecer
a leis, violar direitos, negligenciar deveres.
Um fato corriqueiro como o
simples ato de jogar papel no chão, nunca recebe atenção de autoridades, nunca
é reprimido, advertido, nem sequer notado. Dessa forma, o fato torna-se um círculo
vicioso; muitos passam a cometer atitudes similares e aos poucos a quantidade
de lixo nas ruas é insuportável, a ponto de comprometer a saúde e o saneamento
básico, entupindo bueiros, poluindo cidades, rios, mares e florestas. Quando a
situação adquire um caráter crítico, aí sim, as autoridades conseguem
visualizar o problema e mesmo que queiram resolvê-lo, na maioria das vezes é
praticamente impossível alcançar o objetivo. Hoje, vemos sujeira por toda
parte, se vamos a um cinema, encontramos no final da sessão montanhas de lixo
espalhadas pela sala, que vão desde papéis de bala a restos de hambúrgueres,
pipocas e latas de refrigerante decorando o ambiente, sem contar as poltronas
engorduradas e/ou molhadas de refrigerantes.
Se houvesse um cuidado maior com
a Educação, que em minha opinião é onde deve residir maior importância, as
escolas sofreriam uma revolução em seu currículo, que deveria ser voltado para
a vida prática: higiene, economia doméstica, culinária, trânsito, boas maneiras
etc. além das matérias tradicionais que transmitem cultura, arte, desenvolvimento
do raciocínio e estudo de línguas entre outros. Com esse pouco cuidado dedicado
a um programa escolar que antes de tudo ensine o básico, o necessário, o país
cria pessoas totalmente, vou criar aqui um neologismo, inconvivíveis cujo
comportamento mais se encaixa a um estágio primata de desenvolvimento.
Entretanto, não há importância
dedicada a esses tristes fatos que ocorrem em nossa sociedade, da mesma forma
em que não há a preocupação em cuidar bem dos ambientes internos e externos das
pequenas e grandes cidades; deixa-se para restaurar uma obra de arte como
edificações, estátuas e monumentos quando já estão pichadas e semidestruídas,
começa-se a plantar árvores quando a qualidade do ar chega à estaca zero,
similarmente não há aqui como em tantos outros países de primeiro mundo, o
costume de plantar flores que além de decorar, tornam o entorno de ambientes,
belíssimos, requintados e de muito bom gosto.
É preciso muito mais dedicação e
competência para aqueles que desejam ingressar na carreira pública, é preciso sensibilidade,
alma, amor no que se faz e não valorização do salário e do cargo que se vai
ocupar.
Não sei se viveremos o bastante
para vermos essas mudanças ocorrerem na formação dos profissionais do Brasil.
Voltando às ocorrências do dia a
dia, um problema que está acontecendo frequentemente com relação ao trânsito
aqui em nossas calçadas, porque trânsito não se resume apenas às vias públicas,
mas sim a pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas é em relação às
bicicletas que já começam a transgredir as leis e não só atrapalhar, como
oferecer perigo à segurança dos pedestres brasileiros.
Ora, não adianta a sensibilização
no sentido de dizer que em um passeio público existem criancinhas, velhinhos e
deficientes indefesos correndo risco de serem atropelados por ciclistas que
invadem em grande velocidade um espaço criado para andar, caminhar a pé
somente. Não deveria ser admitido, em hipótese alguma, pessoas montadas em
bicicletas ou motocicletas transitando por calçadas. No entanto, hoje, vemos
passarelas de pedestres já com um número considerável de motoqueiros e ciclistas
que as atravessam em relativa velocidade favorecendo a incidência de acidentes
de atropelamento e até com morte, da mesma forma somos surpreendidos e por
pouco atingidos por bicicletas dirigidas por irresponsáveis nas nossas
desprotegidas calçadas.
Muitos desses cidadãos quando se
fala que não estão agindo corretamente, nos dirigem impropérios e palavrões
comprovando que além de violadores da lei não têm um pingo de educação. E quem
tem olhos para isto? Ninguém! Vivemos em uma terra de ninguém, sem segurança
alguma, sem cumprimento a lei nenhuma onde uma Constituição de tão violada caiu
no descrédito total e para mais nada serve, apenas para estudos acadêmicos.
Quando a situação se tornar caótica e o pedestre mal puder ocupar a calçada,
talvez haja uma atitude no sentido de tentar resolver a questão...
Brasil! Vê se acorda, abra seus
olhos, começa a enxergar as pequenas infrações para que não se tornem o
apocalipse do amanhã!Onde estão a “Ordem e o Progresso” e os “Bosques que têm
mais vida?”
Brasil, com tamanho descaso “Serás ainda a mãe
gentil para os filhos deste solo?”
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