Boa-noite a todos os leitores. A prova do ENEM 2015 foi uma surpresa para muitos professores e falo aqui, daqueles mestres que têm consciência da verdadeira condição em que se encontram os alunos das escolas públicas do nosso país e não daqueles que vivem num mundo de utopia. Afinal quem precisa de ajuda para ingressar no ensino superior são esses discípulos, ou não?
A
surpresa do ENEM
Ninguém poderia supor que
o Exame Nacional do Ensino Médio, neste ano de 2015, seria tão surpreendente.
Pouco condizente com o
tema eixo dos cadernos de aluno da Secretaria da Educação e dos livros
didáticos adotados nas escolas, antes de tudo, torna-se visível na elaboração
das provas, a construção de enunciados complexos, de significados ambíguos para aquela clientela, cujas alternativas os confundem na sua escolha. Percebe-se, obviamente,
uma intenção de caráter eliminatório nestas Avaliações e a oportunidade ínfima
de sucesso que elas proporcionam perante o quadro que se apresenta no ambiente escolar, heterogêneo,
provindo de constantes promoções continuadas, recuperações e alinhamentos,
fatos que não permitem uma extrapolação de conteúdos a tão alto nível.
A grande quantidade de conteúdos da área, sobretudo de
informação sobre literatura, estéticas literárias e detalhamento das
características de cada escola literária e a pouca disposição do aluno à
leitura de textos formais no Ensino Médio e Fundamental, são fatores que o
predispõe ao não entendimento de textos e sua respectiva compreensão da prova
do ENEM, dado ao excesso deste tipo de atividade naquela avaliação, que leva o
aluno à exaustão e a desmotivação.
Muitos mestres
consideraram a prova de caráter mediano e até mesmo fácil, entretanto, tal parecer
não condiz com os resultados obtidos pelos discentes; ao que parece, em algumas escolas, excelentes
alunos não conseguiram acertar nem a metade das questões oferecidas, fato que
se contradiz essas afirmações.
A prova de linguagens e
códigos, cuja crítica é o alvo deste texto, ofereceu para interpretação excertos
demasiadamente curtos, pouco significativos e desinteressantes, até cansativos
à faixa etária a que se destinava, quando não eram excessivamente longos, não estabelecendo,
de uma maneira geral, relação ao mundo juvenil e a seus interesses, mais se
assemelhando a uma avaliação para especialistas e não para alunos de escola
pública cujos resultados de aproveitamento encontram-se segundo o SARESP e demais
avaliações externas dentro do básico, quando o Exame Nacional do Ensino Médio
cobrou extrapolação a um nível avançado para a clientela alvo.
No que diz respeito à aparência,
a prova equipara-se a do Ensino Técnico, costumeira nas ETECs responsável pela unificação
das diversas áreas do conhecimento sem segmentá-las, fato que não possibilita a
delimitação das disciplinas da área, fato que se apresenta de acordo com os
parâmetros e guias curriculares.
Quanto ao tema de redação
proposto, revelou-se como assunto já exaustivamente debatido não instigando ou
provocando a vontade de escrever sobre algo mais moderno ou atual como se
esperava que fosse; nesse aspecto, o assunto cobrado na prova em detrimento de assuntos importantíssimos e mais atuais
com que o jovem se depara em seu cotidiano, não esperou dele uma postura de criação
mais próxima do seu universo e faixa etária.
Em uma análise geral dessa
área, a avaliação deixou muito a desejar, sobretudo no sentido de instigar à
leitura dos textos e a evitar o tão conhecido “chute” que, na verdade deve ter
ocorrido. Se o jogador for bom...
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