sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Amigos leitores, o texto hoje é polêmico, mas brota do fundo do coração de alguém que se sente lesado em seus direitos de escolha...Dizem que vivemos um momento democrático, de liberdade, será?


Resultado de imagem para imagens de mona lisa original de da vinciResultado de imagem para imagens de mona lisa popular

Diga não à elite...







A liberdade de escolha, e expressão   é algo que realmente não podemos ter, infelizmente nos dias atuais. Constrói-se toda uma gama de indícios com o intuito de nos fazer acreditar no contrário, porém, aquele que raciocina, que forma seus próprios conceitos, independentemente da mídia massiva e formadora de opinião pública, sabe que realmente vivemos uma ditadura que nunca termina: é a imposição da arte que o cidadão deve escolher, de preferência arte popular, é claro, qualquer outro tipo  é considerada de elite, discriminatória e até, por que não dizer, muitas vezes nazista... Desta forma, tocar um instrumento como o piano, apreciar obras de arte ou literatura clássicas, apreciar uma ópera ou uma apresentação de balé clássico é sinônimo de cultuar elite, menosprezar estéticas da classe popular, e isso é um crime, afinal de contas, os programas massivos de TV só elegem como verdadeiras, o grafite, a dança de rua, etc. e ai daquele que for contra isso.
Temos o caso recente da limpeza dos grafites das ruas da cidade de São Paulo: todos se revoltam contra a prefeitura, entretanto, há algum tipo de arte clássica nos locais públicos? Alguém já se perguntou isso? Por acaso, não há mais artistas eruditos? 
Eles devem estar em algum lugar; ou morrendo de fome, ou mudaram-se deste país como forma de poder sobreviver através de sua arte...
Assim, se quisermos ouvir a apresentação de uma orquestra sinfônica, ou outro tipo de arte clássica pagaremos "o olho da cara" e, por incrível que pareça, a opinião popular já foi conduzida  para a cultura do não entendimento e aceitação destas apresentações.
Lembro-me que lecionava nos anos de 2001 e 2002 para alunos do Ensino Médio, 1ª série, numa escola pública no centro da cidade de São Paulo, e adicionei ao Ensino de Literatura da Era Medieval  e Clássica as respectivas composições orquestrais do período. Imediatamente, quando coloquei o som do Canto Gregoriano, os alunos questionaram quem havia morrido... Isso me causou e causa muita tristeza, e foi um trabalho árduo da minha profissão tão mal remunerada quase sempre, mostrar o que é arte erudita... 
Pois hoje, a situação está mil vezes pior. Vejo colegas, educadores que não veem com  bons olhos o desenvolvimento destes projetos tão profundos, tão lapidadores da alma humana que trazem ao ser, fineza e cultura!As próprias diretorias e secretarias de educação do país, valorizam apenas  ritmos populares como funk e rap, colocando em um verdadeiro altar os mestres que trabalham este tipo de arte, que nem são atividades nacionais! 
Muitos professores que não conseguem separar suas ideologias políticas da sala de aula e as cultuam com fanatismo, como se fosse uma religião, tem um olhar de desprezo para com aqueles que cultuam a arte clássica e permitem a seus discípulos que a conheçam, sob o pretexto de apologia à elite. Mas que disparate! O que realmente tem valor deve ser valorizado, a despeito de qualquer politicalha popularista!
Certamente, este seria o caminho para um país de primeiro mundo, uma cultura erudita, elaborada à luz da dedicação e do estudo infinito nas áreas dos diversos tipos de arte, o desenvolvimento real da intelectualidade do homem, tão temida pelos homens públicos.
Não que a arte popular não mereça crédito, não é esse o caminho, no entanto, não é possível substituir algo valoroso construído através da intelectualidade, por algo feito às pressas com o mero intuito de ganhar dinheiro e de agregar benefícios políticos, privando o cidadão de seus direitos de conhecer o belo, o estético...
Diferentemente de muitos países europeus, assim se procede no Brasil, infelizmente, é a crua realidade: nossas composições musicais não agregam mais valor artístico, por vezes, as letras resumem-se a onomatopeias como ti-ti-ti, le-le-le e outras, monossilábicas, quase sempre utilizando um vocabulário chulo, que empobrece ainda mais o vernáculo a que o brasileiro tem acesso.
As danças apenas evocam o lado animal das pessoas, incitando a libido em comandos repetitivos que induzem à malícia já na mais tenra idade...Onde estão as composições onde o amor era poesia e beleza?
Do mesmo modo, as peças teatrais mostram cenas obscenas, o único meio de obter bilheteria, algumas intituladas Danças do...(são impraticáveis até de se pronunciar o nome) vistas com admiração e aprovação de apresentadores de TV que mostram uma aversão por qualquer tipo de censura...Porém, por Deus! Não é censura, é bom-senso mesmo!
Pessoas que criticam esse sistema imbecil que se instalou hoje entre artistas e populacho são tachados de retrógrados, velhos (com o emprego pejorativo do termo, enquanto que em países civilizados, ser idoso é sinônimo de experiência e vivência) e ultrapassados.
Vivemos a ditadura do desrespeito a nossas vontades, até das palavras que usamos como expressão, e, muitas vezes, até sem maldade, podemos ser indiciados e presos, dependendo do que falamos...Não podemos também ter ideologia política diversa da maioria da população e, se o fizermos, corremos sérios riscos de ridicularização em público...
Oras, mas que raio de democracia é esta que fere os direitos de uma parcela da sociedade que aprecia o que é bom de verdade? Sinceramente, vivemos um momento avesso a tudo que envolva estudo e intelectualidade e há que se lutar a duras penas para resgatar esses valores que já correm o risco de desaparecer num futuro obscuro e fatalmente próximo... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Será um imenso prazer poder compartilhar a sua gentil opinião sobre o assunto tratado. É através da discussão saudável que a real democracia e liberdade de pensamento podem ser concretizadas.